Nova primeira ministra britânica causa boa impressão em investidores

Nomeação de Theresa May como líder do Reino Unido influenciou positivamente as movimentações do mercado financeiro

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A confirmação de Theresa May como líder do Partido Conservador inglês e primeira ministra do Reino Unido trouxe boas notícias para os britânicos. A nomeação pode amenizar a instabilidade política e diminuir o receio em relação ao futuro do Reino Unido após o Brexit.

A validação da sucessora de David Cameron impactou positivamente a Bolsa de Valores . As principais praças europeias fecharam em alta na última segunda-feira (11/07) logo após May ganhar a disputa da liderança do Partido Conservador.

O FTSEurofirst 300, índice referente às principais ações europeias, subiu 1,5% chegando a 1.315 pontos. Já o índice pan-europeu STOXX 600 cresceu 1,64%, alcançando 332 pontos. Este patamar é mais alto verificando desde a divulgação dos resultados do referendo britânico.

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Na terça-feira, 12 de julho, a libra se valorizou em relação ao euro. Isso ocorreu graças à perspectiva de mudanças e às expectativas de medidas que poderão ser tomadas a fim de amenizar os impactos do Brexit. As principais bolsas da Europa também apresentaram alta, motivadas pela percepção de que o processo de ruptura com a União Europeia poderá ocorrer de forma mais amena .

O otimismo do mercado de ações pode ser identificado no índice pan-europeu Stoxx 600, que demonstrou alta de 1,06% aos 336,26 pontos. E a cotação da libra registrou forte avanço frente ao dólar. Todavia, essa movimentação incidiu sobre ações de exportadores britânicos, como a farmacêutica AstraZeneca apresentando queda de 1,76% e a British American Tobacco com baixa de 1,63%. O índice FTSE-100 também foi pressionado e encerrou em queda marginal de 0,03%, aos 6.680,69 pontos.

A nova líder dos conservadores

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Aos 59 anos de idade, Theresa May é ministra do Interior desde 2010. A futura premiê foi eleita ao parlamento pela primeira vez em 1997 e foi nomeada presidente do Partido Conservador em 2002, sendo a primeira mulher a exercer o cargo.

Durante a disputa pela liderança de seu partido este mês, May conseguiu ter apoio da maioria dos parlamentares conservadores. A votação ocorreu em dois turnos: no primeiro, em 5 de julho, a ministra venceu quatro concorrentes, sendo três homens e uma mulher. Dois dias depois, Theresa May voltou a vencer no segundo turno causando a desistência de sua principal concorrente, Andrea Leadsom.

A substituta de David Cameron à frente do Partido Conservador tomará posse nesta quarta-feira (12/07) e deve ocupar o cargo até 2020 e será a primeira mulher a ocupar a cadeira desde Margareth Tatcher. Em sua primeira declaração, May solicitou que o país se unisse nesses tempos difíceis e incertos. Para ela, a união do Reino Unido é necessária para que se possa finalizar o processo de saída da União Europeia da melhor forma possível.

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Medidas após o Brexit

May foi apoiadora da manutenção do Reino Unido no bloco europeu. Apesar de sua opinião, ela já se posicionou afirmando que o resultado do referendo será respeitado. Segundo ela, não deve haver tentativas de permanecer na União Europeia nem para solicitar um segundo referendo.

Theresa May deve tomar posse com um grande desafio pela frente: conduzir o processo de transição do Brexit sem grandes prejuízos aos britânicos. As formalizações do procedimento dependem do acionamento da Cláusula 50 do Tratado de Lisboa. Desde 2009, o tratado opera como um agente constitucional dos países europeus. Quando a cláusula for conclamada, o Reino Unido só poderá solicitar sua volta à União Europeia se todos os países membros concordarem.

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Todavia, esse procedimento não é tão simples quanto parece. O processo exige bastante negociação com os integrantes do bloco econômico. A negociação pode durar até dois anos e o Parlamento Europeu pode vetar qualquer novo acordo relativo à ligação entre o Reino Unido e a União Europeia.

Quanto à Cláusula 50, Theresa May sugeriu que não irá ativá-la antes do fim deste ano. Essa iniciativa pode dar ao Reino Unido um pouco mais de margem de negociação e mais tempo para definir sua posição.
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