CEO da Mullen Lowe Brasil comenta sobre valores referentes ao mercado global de mídia

Segundo pesquisa, o setor de mídia e entretenimento mundial deve movimentar cerca de 2,14 trilhões de dólares até 2020, sendo que a publicidade na internet será o aspecto de maior impacto positivo. No entanto, mesmo com esses grandes valores, as projeções de 2016 são um pouco mais modestas quando comparadas com as de 2015

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O mercado global de mídia sempre movimenta valores vultosos, principalmente pelo fato de que o setor está sempre crescendo e gerando novas receitas. O publicitário José Borghi, CEO da Mullen Lowe Brasil, antiga Borghi Lowe, comenta que os dados apresentados pela Global entertainment and media outlook 2016-2020 são uma prova disso. Segundo essa pesquisa, que foi realizada pela 17ª vez pela PwC (PricewaterhouseCoopers), a receita mundial do segmento de mídia e entretenimento deve apresentar um crescimento anual de 4,4% até 2020, ano em que o setor deve movimentar 2,4 trilhões de dólares em todo o mundo.

Em relação ao Brasil, o empresário da Mullen Lowe Brasil destaca que o crescimento do segmento deve ser de 6,4% por ano durante o mesmo período. Ou seja, o país deve ter um aumento anual 2% maior que o resto do mundo, sendo que os maiores responsáveis por isso serão os grandes investimentos em propagandas na TV e em vídeo e o acesso à internet e à TV. Com isso, em 2020, a mídia e o entretenimento no Brasil devem faturar quase 49 bilhões de dólares, segundo o estudo da PwC, que para chegar a esses números avaliou 13 segmentos referentes a esse setor em 54 países que juntos representam aproximadamente 80% da população global.

José Borghi comenta que, segundo o gerente da PwC Brasil, Alexandre Eisenstein, o crescimento do setor por aqui será impulsionado principalmente pela publicidade online. Nesse sentido, o executivo da antiga Borghi Lowe cita que o gerente da PwC ressaltou que as alterações no comportamento dos consumidores em relação ao mundo digital fazem com que os anunciantes sintam a necessidade de investir cada vez mais na publicidade na internet.

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Apesar desses números grandiosos, o publicitário da Mullen Lowe Brasil lembra que as perspectivas sobre as receitas do setor de mídia e entretenimento foram menores em 2016 quando comparadas com as projeções do ano anterior. Isso porque, segundo a mesma pesquisa da PwC realizada em 2015, até 2019 era esperado um crescimento global anual de 5% e de 10% no Brasil. A desvalorização da nossa moeda em relação ao dólar foi um dos principais fatores que levaram a essa queda no Brasil. Já em todo o planeta, os números ruins da economia chinesa foram os principais responsáveis pela retração, já que o setor de mídia e entretenimento no país sofreu uma queda considerável.

Em referência aos 13 segmentos que a pesquisa analisou, os que apresentaram números mais modestos foram os de revistas e jornais, que até 2020 tendem a apresentar queda anual em todo o mundo de 0,1% e 1,5%, respectivamente. Contudo, o empresário da Mullen Lowe Brasil destaca que essa diminuição não será uniforme em todos os lugares. Na Índia, por exemplo, acontecerá uma elevação anual de 2,7% nas receitas da publicidade feita em jornais, enquanto que na América do Norte haverá uma diminuição de 3,1% ao ano.

Já no Brasil, esse segmento apresentará um crescimento anual de 1%, sendo que existem diferenças de acordo com a plataforma. As revistas e jornais digitais terão uma elevação anual de 15,1% e 19%, respectivamente. Já os impressos crescerão apenas 0,4% para os jornais e 0,9% para as revistas. Em termos globais, revistas e jornais impressos apresentarão diminuição de 3,7% e 3%, respectivamente, enquanto que as versões digitais crescerão 13,2% e 9,8% na mesma sequência.

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Para concluir, José Borghi destaca que a publicidade na internet é o segmento que aparece com as melhores perspectivas em todo o mundo, com um crescimento anual de 11,1% até 2020. Outro dado bastante interessante que o executivo da Mullen Lowe Brasil destaca é o que apontou que dos 54 países envolvidos na pesquisa, 36 têm apresentado um crescimento do mercado de mídia e entretenimento superior à elevação do PIB (Produto Interno Bruto).

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