Arie Halpern: trabalhar nas plataformas física e digital é uma tendência

Arie Halpern é economista e empreendedor com foco em inovação e tecnologias disruptivas.

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Se você ainda acredita que, sem a chefia colada no subordinado, a produtividade cai, precisa rever seus conceitos. Pesquisa realizada pela Universidade de Stanford sobre a eficácia do home office revela: os funcionários que trabalham em casa pelo menos um dia por semana são mais eficientes do que os que trabalham apenas no escritório. É isso mesmo – a percepção sobre o espaço corporativo está mudando e é preciso abrir espaço para o trabalho remoto. Em breve, o espaço de trabalho não será apenas físico, porque se desenvolverá em duas plataformas, física e digital, a partir da colaboração interfuncional de diferentes pessoas.

Os pesquisadores de Stanford analisaram por nove meses 503 funcionários de call center divididos em dois grupos: um deles trabalhando em casa quatro dias por semana e um dia no escritório e outro, trabalhando apenas no escritório. O grupo que trabalhou de casa, em relação ao outro, teve uma melhora no desempenho de 13% e cumpriu uma carga horária 9% maior, devido à menor necessidade de fazer pausas ou tirar licença médica. O ponto negativo dessa pesquisa da Universidade de Stanford é que, apesar da maior produtividade do grupo do home office, a maior parte das promoções foi para os que trabalharam no escritório. Isso mostra que, apesar do crescimento dessa prática, ainda precisamos mudar nossa mentalidade sobre o trabalho remoto.

Um dos aspectos a favor do trabalho em regime de home office é o ganho de tempo por não se enfrentar o trânsito caótico das grandes cidades. Outros benefícios mais indiretos começam a ser estudados também. Segundo estudo da Energy Policy, feito na Irlanda, a economia de energia nesse regime de trabalho é de uma média de 9,33 kilowatts por hora. Temos de lembrar que, conforme as tecnologias disruptivas mudam o ambiente tradicional de trabalho – como os cobôs com as fábricas -, o trabalho remoto abre espaço para que o ser humano se desprenda de obstáculos como trânsito, localização e linguagem e seja cada vez mais produtivo. E foi o pensamento disruptivo que permitiu que essas mudanças começassem.

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O que tem contribuído para a mudança de mentalidade nas corporações e para fazê-las experimentar o home office é o ambiente criado pela internet, o compartilhamento em nuvens e a velocidade de conexão. No Brasil, o movimento ainda é incipiente, mas significativo pela estatura das empresas que aderiram a ele, tais como Ticket, Philips, Locaweb e AES Brasil. A PGi, empresa de web conferências e tecnologia de colaboração, publicou uma pesquisa segundo a qual 79% das pessoas que trabalham em escritórios no mundo todo trabalham de casa pelo menos uma vez por semana, e que a forma mais comum de trabalho remoto mistura dias de trabalho em casa e no escritório. Entre aqueles que não trabalham remotamente nenhum dia, 55% disseram que trabalhariam de casa se pudessem. Hoje em dia você pode fazer seu trabalho de qualquer lugar do mundo porque a tecnologia permite essa conectividade. À medida que essa tecnologia se aprimore, e cresça, como no caso da Internet das Coisas, essa prática vai se popularizar.

Website: http://ariehalpern.com.br/

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