Arie Halpern: Tecnologia, Saúde e a Arte do Origami

Arie Halpern é economista e empreendedor com foco em inovação e tecnologias disruptivas

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Por Arie Halpern*

Tecnologia e diversão formam uma ótima dupla. O entretenimento é um mercado ávido por novidades, um campo quase inesgotável de possibilidades de aplicação da tecnologia. Retribui esse serviço que a ciência lhe presta com insights preciosos. Veja-se o caso de uns robôs minúsculos em que pesquisadores do Massachussets Institute of Technology (MIT) estão trabalhando e cuja forma e funcionamento foram inspirados nas tradicionais dobraduras de papel japonesas, na arte do origami.

Há mais coisas surpreendentes nessa experiência. Os minirrobôs são construídos em material orgânico e são pequenos o suficiente para serem ingeridos como uma pílula, embalados em cápsulas. Quando essas se dissolvem, o robô-origami se desdobra. Então, move-se no organismo como uma dobradura e, comandado magneticamente do exterior, é capaz de localizar e embrulhar um objeto do estômago de um paciente, embrulhando-o como um micro-pacote. No filme em que os pesquisadores o mostram em ação, o objeto a ser retirado é uma bateria — dessas que equipam os brinquedos e costumam ser engolidas por crianças.

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Os estudos sobre robôs em forma de origami vinham sendo desenvolvidos desde 2010 no MIT e, há dois anos, estão sob o comando da professora Daniela Rus no laboratório de robótica da universidade. Em 2014, estudos de Rus em parceria com outros pesquisadores defendiam a ideia de imprimir os componentes eletrônicos do robô em uma peça de plástico que, quando aquecida, fosse capaz de desdobrar-se automaticamente e adquirir formas pré-determinadas. A dificuldade técnica estava em fazer que o dispositivo se desdobrasse nos ângulos certos, o que foi dominado pela equipe de Rus.

As experiências para testar a operacionalidade do robô-origami foram feitas em um estômago artificial, construído a partir do estômago de um porco. E os cientistas pesquisaram diversos materiais para confeccionar o robô-origami. Optaram pela tripa de porco, a mesma que se usa (ou usava) para fazer embutidos. O próximo passo é experimentar os robozinhos em humanos. Diversão garantida para os pesquisadores.

*Arie Halpern é economista e empreendedor com foco em inovação e tecnologia, e autor do blog “Disruptivas e Conectadas” (http://ariehalpern.com.br/)

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Website: http://ariehalpern.com.br/

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