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Wood x Marks: megainvestidores divergem sobre juros dos EUA em 2024

Dupla vê caminhos diferentes para a inflação dos EUA este ano - e consequentemente, para as decisões do Fed

Monique Lima

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De quanto será o corte dos juros nos Estados Unidos em 2024? Eis a pergunta de um milhão de dólares, sem consenso nem mesmo entre os maiores investidores do mundo, como a CEO e CIO da gestora americana Ark Invest, Cathie Wood, e o cofundador da Oaktree Capital Management, Howard Marks. A dupla foi convidada do Onde Investir 2024, evento online gratuito do InfoMoney realizado até esta sexta-feira (19).

Para Wood, os 24 aumentos consecutivos nos juros norte-americanos entre 2022 e 2023 foram um erro – e, quando os cortes começarem, serão acelerados e levarão os juros longos a níveis de 3% a 2% até o fim de 2024. “Não sabemos se as taxas longas chegarão a 2% neste ano, mas achamos que devem cair muito mais do que a maioria das previsões.” apostou Wood.  

Na outra ponta está Marks, que não acredita que os juros dos Estados Unidos estejam tão altos neste atual patamar de 5,5%, embora seja o maior dos últimos 15 anos. Para ele, trata-se de um nível “normal”, que colocou a inflação na direção certa. Desta forma, o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) deverá ser cauteloso em seus cortes, a ponto de decepcionar o otimismo do mercado que já conta com uma queda substancial de juros neste ano.  

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No comunicado de dezembro, a autoridade monetária sinalizou três cortes para 2024, com uma redução para a faixa de 4,75% a 4,5% ao ano. Entretanto, a precificação do mercado sugere cinco cortes, para o patamar de 4%.  

“Detesto estar na ponta otimista da situação, pois quando o otimismo é incorporado aos preços do mercado, há espaço para decepções. E, se houver decepções, teremos perdas. Eu me preocuparia com isso”, refletiu Marks.

Copo meio cheio ou meio vazio?  

As visões antagonistas dos dois investidores refletem o nível de incerteza em relação ao mercado norte-americano neste ano.

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Para Wood, os sinais estão nos números baixos de vendas de automóveis e do setor imobiliário, ainda no patamar da crise de 2008, e com imóveis comerciais dando sinais de forte inadimplência. Até o setor de alimentação, conhecido por sua resiliência, está com dificuldades nas vendas e na precificação de produtos, apontou a gestora.

“Se estivermos certos e as empresas tiverem perdido seu poder de precificação, elas terão de reduzir os preços e, assim, teremos a deflação. Provavelmente terão de fazer demissões, e a taxa de desemprego vai subir”, projetou a especialista em investimentos em inovação.

Já para o cofundador da Oaktree, um dos cenários de risco para 2024 é o oposto, o de repique da inflação, que levaria a uma nova rodada de aumento dos juros pelo Fed.

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Este, no entanto, não é o cenário base para Marks, que vê a inflação indo para a direção certa – mas, ainda que caminhe para a meta de 2% ao ano, ele vê juros mais altos nos EUA, entre 3,5% e 3% ao ano, como “novo normal”.

Ainda acrescenta uma terceira via, de que algo “impensável” sempre pode acontecer. “Isso é sempre um risco”, diz. Mas entre seguir o consenso de mercado e outras análises possíveis, Marks tem a sua escolha: “Acho que podemos acreditar na palavra do Fed”.

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