UBS rebaixa recomendação para ações de emergentes e vê momento como favorável para a adoção de proteções na carteira

Banco suíço enxerga setores de energia, financeiro e commodities como os preferidos em bolsa

Mariana Zonta d'Ávila

(Shutterstock)

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SÃO PAULO – Em uma corrida global de retomada econômica pós-Covid, os mercados emergentes devem ficar para trás, mas ainda oferecem oportunidades. A avaliação é do UBS, que rebaixou as ações de mercados emergentes – antes as preferidas da casa – para recomendação neutra.

Em relatório, o banco suíço disse que as ações da região permanecem bem posicionadas para um crescimento econômico global, assim como para capturar o aumento dos preços das commodities, oferecendo valuations atrativos. Entretanto, avalia que a região deve ter dificuldades de se destacar no cenário global.

De acordo com Mark Haefele, CIO e gestor de patrimônio do UBS, com medidas de aperto monetário por parte do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), as taxas das Treasuries de dez anos devem subir e o dólar, se fortalecer em 2022.

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Esse movimento historicamente implica ventos contrários para as ações de mercados emergentes, destaca. Além disso, um aperto regulatório na China pode pesar no sentimento do mercado e pressionar os retornos para baixo, uma vez que o país representa 35% do índice de emergentes, o MSCI Emerging Markets .

Na Bolsa, o UBS tem preferência sobre setores e classes de ativos mais expostos à tese de reabertura econômica, como ações japonesas e empresas globais de energia, financeiras e de materiais.

Enquanto as ações de empresas de energia devem se beneficiar de uma nova alta nos preços do petróleo no segundo semestre, Haefele avalia que as financeiras devem se apoiar nos retornos mais elevados das Treasuries americanas de dez anos.

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Já o setor de materiais básicos (que inclui fabricação de papel, mineração e siderurgia, por exemplo) deve se beneficiar de revisões do lucro líquido das companhias, apoiadas por preços de commodities mais elevados, e de valuations baratos em relação aos do mercado de forma geral, escreve o executivo do banco, em relatório.

O setor industrial, contudo, foi rebaixado e hoje detém a menor preferência do UBS. Isso porque o banco acredita que as indústrias tendem a ter melhor desempenho quando o crescimento é elevado e está melhorando.

“Embora esperamos que o crescimento permaneça alto, provavelmente já ultrapassamos o pico desses indicadores nos mercados desenvolvidos e o ímpeto na China está diminuindo”, escreve Haefele.

Uso de proteções no portfólio

Com a continuidade das incertezas relacionadas ao coronavírus, diante do surgimento de novas cepas – que podem diminuir o crescimento global –, o UBS recomenda que o investidor adote posições mais defensivas no portfólio.

Na Bolsa, o setor de saúde é hoje o preferido do banco, dado que oferece, segundo Haefele, um bom crescimento de longo prazo, retornos atraentes para os acionistas e um perfil defensivo de qualidade.

“Entre os setores defensivos, muitas empresas de saúde permitem a manutenção do poder de compra, ou seja, margens brutas altas e estáveis ao longo do tempo. A flexibilidade nos custos variáveis também permite que o setor proteja as margens caso a inflação continue alta”, escreve o gestor.

Como investir hoje?

Na avaliação do UBS, o investidor deve aproveitar o período de crescimento nominal de dois dígitos do PIB americano para investir taticamente na reabertura dos EUA e da Ásia e na “reflação” (inflação característica de um período de reativação econômica, pós-recessão, no qual ocorre um aumento da demanda) – teses que devem se mostrar mais resilientes caso a inflação surpreenda positivamente.

Em segundo lugar, o UBS destaca que o investidor deve estar preparado para a maior volatilidade, diversificando entre regiões e classes de ativos, incluindo fundos de investimento – que permitem que os investidores permaneçam investidos nos mercados enquanto reduzem o risco direcional.

Por fim, o UBS recomenda uma combinação de ações voltadas para a reabertura e a reflação com investimentos estratégicos em crescimento, rendimento e sustentabilidade, o que será especialmente valioso caso o cenário global seja de baixo crescimento e baixa inflação. O banco gosta de temas como tecnologia verde, assinaturas digitais e mobilidade inteligente.

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