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O mercado financeiro vive momento complexo em outubro. Enquanto a taxa básica de juros do Brasil está em queda, ainda há muita incerteza sobre o futuro da política monetária dos Estados Unidos. Nesse contexto, qualquer movimento na carteira de investimentos precisa ser amplamente estudado.
As carteiras recomendadas de bancos e corretoras podem ser boas referências para os negócios de outubro. Nos títulos públicos, os pós-fixados seguem sendo recomendados, mesmo enquanto a Selic cai – e arrasta para baixo, aos poucos, os rendimentos desses papéis. Nos prefixados, a recomendação é ter cautela e evitar vencimentos longos.
Já as recomendações de títulos de crédito privado são dominadas por papéis isentos de Imposto de Renda, que caem cada vez mais nas graças de investidores e instituições financeiras.
Títulos públicos
Os títulos pós-fixados estão nas carteiras de Itaú BBA e XP. Mesmo com os juros em queda, os papéis do Tesouro Selic ainda são indicados, já que a taxa básica de juros segue alta e há muita incerteza no cenário de longo prazo. Os pós-fixados são considerados ideais para reserva de emergência ou para aquele dinheiro que está separado no aguardo de uma oportunidade.
Para os títulos atrelados à inflação, a recomendação é alongar a duração dos papéis. O título mais curto do Tesouro IPCA+ a aparecer nas recomendações tem vencimento em 2032. A justificativa está na redução gradual da inflação no Brasil e no mundo, que “reduz o apetite para grandes posições em títulos atrelados à inflação de curto prazo”, como explica Lucas Queiroz, estrategista de renda fixa para pessoa física do Itaú BBA.
O especialista, porém, diz que os papéis curtos podem ter função defensiva no portfólio e que podem ser acrescentados a carteiras que já tenham ativos de risco elevado.
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Já o Tesouro Prefixado 2026 tem peso reduzido na carteira do Itaú, que enxerga riscos na precificação do papel considerando o ritmo de cortes da Selic, que tende a permanecer em 0,5 ponto percentual.
Confira as recomendações de XP, Santander e Itaú BBA para o investimento em títulos públicos em outubro:
| Ativo | Rentabilidade anual | Recomendação |
| Tesouro Selic 2026 | Selic + 0,02% | Itaú BBA e XP |
| Tesouro Prefixado 2026 | 10,95% | Itaú BBA |
| Tesouro IPCA+ 2032 | IPCA + 5,74% | XP |
| Tesouro IPCA+ 2035 | IPCA + 5,81% | Santander |
Crédito privado
Os títulos incentivados dominam a lista de recomendações de debêntures, CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio), CRIs (Certifcados de Recebíveis Imobiliários) e CDBs (Certificados de Depósito Bancário). Eles são isentos de Imposto de Renda para incentivar investimentos em setores importantes da economia brasileira.
Ao recomendar um CRA da Marfrig, a XP destaca a escala e diversificação geográfica da empresa, que tem operações nos Estados Unidos, Argentina, Uruguai e Chile. Como ponto de atenção, o relatório assinado por Camilla Dolle, Mayara Rodrigues e Natalia Moura destaca a exposição da empresa à variação dos preços de commodities e questões sanitárias, que costumam impor dificuldades nas exportações.
A análise, vale lembrar, foi realizada antes da disparada do petróleo na esteira do conflito entre Israel e o Hamas.
Um CRI da Rede D’Or é o representante da área da saúde na lista de recomendações. A XP argumenta que a companhia tem “histórico de sólida geração de caixa e recuperação das margens dos hospitais” e também deve ser beneficiada pelo envelhecimento da população.
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A XP ainda recomenda – novamente – um CDB do Banco C6. O JP Morgan aumentou, recentemente, sua participação na fintech para 46%, fator que gera confiança do mercado na instituição.
Confira as recomendações de XP e Itaú BBA para o investimento em renda fixa privada em outubro:
| Ativo | Emissor | Rentabilidade anual | Vencimento | Recomendação |
| CRA 02200C6Y | Marfrig | IPCA + 7,03% (isento) | out/29 | XP |
| CRI 23H0027404 | Rede D’Or | IPCA + 6,35% (isento) | ago/33 | XP |
| CRA 0230012X | CMMA (Vale do Portal) | CDI + 1,80% (isento) | fev/31 | XP |
| CRI 23F2455004 | Assaí | 10,60% (isento) | jul/27 | XP |
| Debênture ENEV18 | Eneva | IPCA + 6,05% (isento) | jul/32 | XP |
| Debênture CEAP12 | CEA (Equatorial) | IPCA + 6,35% (isento) | jul/30 | XP |
| Debênture CART12 | CART | IPCA + 6,95% (isento) | dez/24 | Itaú BBA |
| Debênture RUMOB3 | Rumo | IPCA + 6,54% (isento) | out/29 | Itaú BBA |
| Debênture CBAN72 | Rota dos Bandeirantes | IPCA + 7,37% (isento) | jul/34 | Itaú BBA |
| Debênture CBAN12 | Rota dos Bandeirantes | IPCA + 7,27% (isento) | jul/34 | Itaú BBA |
| Debênture CMIN22 | CSN Mineração | IPCA + 7,62% (isento) | jul/37 | Itaú BBA |
| CDB | Banco C6 | 0,13 | out/26 | XP |
| CDB | Facta Financeira | 117% do CDI | out/25 | XP |