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Em um mês fortemente marcado pela piora das dinâmicas inflacionárias ao redor do mundo, as curvas de juros voltaram a subir e o efeito disso também pôde ser visto no Tesouro Direto.
A elevação é fruto da perspectiva de agentes financeiros de que os bancos centrais terão que adotar políticas monetárias ainda mais contracionistas para domar a alta de preços.
Discussões em torno de um projeto de lei que limita a cobrança de ICMS sobre combustíveis, energia elétrica, transporte coletivo e comunicações também pesaram sobre os juros em maio.
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Como era de se esperar, o aumento das taxas foi acompanhado pela desvalorização dos papéis. Em maio, alguns títulos chegaram a ver o preço cair até 3,3%. Caso do Tesouro IPCA +2045, que perdeu 7,64% do seu valor no ano e 18,30% em 12 meses. Os dados são do Tesouro Direto.
Embora o título tenha oscilado ao longo do mês, no início de maio, a taxa real entregue pelo papel era de 5,63% ao ano. Já no fim do mês, o juro real oferecido pelo Tesouro IPCA+2045 tinha chegado a 5,74%.
Papéis prefixados – como o título com vencimento em 2033 e pagamento de juros semestrais – também sofreram bastante, com uma queda nos preços de 1,84% em maio.
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O fenômeno em que a elevação das taxas tem como consequência a queda nos preços – e, portanto, a desvalorização dos papéis – está relacionado à chamada marcação a mercado.
Os juros oferecidos por um título de renda fixa têm uma relação inversa com o seu valor de negociação pelos investidores. Quando as taxas sobem, como foi o caso agora, seu preço tende a cair. O contrário também é verdadeiro.
Entre os títulos disponíveis hoje para compra no Tesouro Direto, somente o Tesouro IPCA+ 2026 encerrou maio com leve alta nos preços, de 0,03%. Isso sem considerar os papéis com remuneração atrelada à Selic (Tesouro Selic), que também terminaram o mês com alta nos preços.
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Com a manutenção da dinâmica inflacionária no curto prazo, papéis atrelados à inflação ganharam maior peso em alguns portfólios em junho.
Em relatório da Rico Investimentos publicado nesta semana, a casa destacou que aumentou a sugestão de alocação em renda fixa atrelada ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em seis carteiras: para os clientes considerados precavidos; defensivos; estrategistas; visionários; energéticos; e destemidos.
O foco sobre esses papéis se dá porque a inflação segue bastante pressionada e disseminada na cena local. Logo, títulos capazes de proteger o poder de compra e o patrimônio podem ser bons trunfos.
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No caso de papéis do Tesouro, a preferência é pelo papel de menor prazo (Tesouro IPCA+ 2026), segundo outro relatório publicado pela analista Paula Zogbi, da Rico.
Para papéis prefixados ou atrelados à Selic, títulos como o Tesouro Prefixado 2025 e o Tesouro Selic 2025 são os preferidos da especialista da Rico.
Paula, no entanto, faz uma observação: quem optar por papéis prefixados deve buscar levar o título até o vencimento, para não sofrer com a marcação a mercado. “Para prazos mais longos, seguimos recomendando exposição a ativos indexados pela inflação”, pondera a analista da Rico.
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Vale lembrar, contudo, que as perdas ou os ganhos apontados no mês só acontecem se o investidor decidir vender os papéis antecipadamente. Se carregá-los até o vencimento, a remuneração vai respeitar as taxas e as condições contratadas no momento de aquisição dos títulos.
Confira a seguir como se comportaram os títulos públicos disponíveis para novos investimentos em maio e no acumulado dos últimos 12 meses:
Títulos | Vencimento | No mês | No ano | 12 meses |
Prefixados | ||||
Tesouro Prefixado | 01/01/2025 | -0,15% | -0,32% | -2,52% |
Tesouro Prefixado | 01/01/2029 | -1,38% | – | – |
Tesouro Prefixado com Juros Semestrais | 01/01/2033 | -1,84% | – | – |
Indexados à Selic | ||||
Tesouro Selic | 01/03/2025 | 1,07% | 4,47% | 8,62% |
Tesouro Selic | 01/03/2027 | 1,12% | 4,80% | 8,94% |
Indexados ao IPCA | ||||
Tesouro IPCA+ | 15/08/2026 | 0,03% | 4,21% | 6,26% |
Tesouro IPCA+ | 15/05/2035 | -1,28% | -1,42% | -4,53% |
Tesouro IPCA+ | 15/05/2045 | -3,30% | -7,64% | -18,30% |
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais | 15/08/2032 | -0,64% | – | – |
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais | 15/08/2040 | -0,83% | 0,89% | -1,35% |
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais | 15/05/2055 | -0,91% | -1,15% | -5,53% |
Fonte: Tesouro Direto. Dados até 31/05/2022.