Tesouro Direto: títulos públicos prefixados operam em baixa nesta sexta-feira

Conselho Monetário Nacional (CMN) fixou a meta de inflação a ser perseguida pelo Banco Central em 2022 em 3,5% 

Beatriz Cutait

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SÃO PAULO – As taxas dos títulos públicos prefixados negociados no Tesouro Direto, programa que possibilita a compra e venda dos papéis por investidores pessoas físicas por meio da internet, seguem em queda na tarde desta sexta-feira, último dia do semestre. Já os papéis pós-fixados com retornos atrelados à inflação passaram a operar em leve alta em relação aos prêmios vistos mais cedo.

Dentre as principais notícias que movimentam o mercado, o Conselho Monetário Nacional (CMN) fixou ontem em 3,5% a meta de inflação a ser perseguida pelo Banco Central em 2022. A margem de tolerância para cumprimento da meta será de 1,5 ponto porcentual, para mais ou para menos (inflação entre 2,00% e 5,00%).

Em relatório intitulado “Investindo no Brasil – Como fazer amigos e influenciar pessoas”, o UBS manteve a posição em títulos indexados à inflação e prefixados em “neutro”. O banco tem uma visão mais pessimista sobre os ativos e não vê espaço adicional para ganhos dos títulos.

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“Acreditamos que o BC aguardará a aprovação da reforma no primeiro turno do plenário da câmara e depois cortará as taxas, mas será um afrouxamento muito moderado. Isso já foi precificado na curva de juros, então mantemos a exposição a títulos prefixados em neutro”, disse o UBS.

A avaliação sobre os títulos indexados à inflação segue a mesma linha, porém o banco destacou que os papéis sofreram um impacto ainda maior dos eventos globais, por terem vencimentos mais longos.

Na cena externa, o Mercosul e a União Europeia finalizaram hoje as negociações para o acordo entre os dois blocos, segundo duas fontes do governo brasileiro informaram ao jornal O Estado de S. Paulo.

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O tratado, que abrange bens, serviços, investimentos e compras governamentais, vinha sendo discutido há duas décadas por europeus e sul-americanos.

No noticiário internacional, os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da China, Xi Jinping, se reúnem neste sábado, durante a atual cúpula do G-20 no Japão, em meio ao impasse comercial entre as duas maiores economias globais. Os dois países têm mantido posições firmes em relação aos seus respectivos pleitos até a véspera do encontro.

No Tesouro Direto, o papel prefixado com vencimento em 2022 oferecia retorno anual de 6,25%, ante a rentabilidade de 6,30% a.a. vista mais cedo. A rentabilidade do título com prazo em 2025, por sua vez, cedia de 7,20% para 7,14% ao ano. O investidor podia adquirir o papel integralmente por R$ 684,33 ou aplicar uma quantia mínima de R$ 34,21 (recebendo uma rentabilidade proporcional à aplicação).

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Confira, abaixo, os preços e as taxas dos títulos do Tesouro Direto nesta sexta-feira:
Título
Vencimento
Taxa de Rendimento (% a.a.)
Valor Mínimo
Preço Unitário
Indexados ao IPCA  
Tesouro IPCA+ 2024 15/08/2024 IPCA + 3,12 R$ 55,18 R$ 2.759,05
Tesouro IPCA+ 2035 15/05/2035 IPCA + 3,65 R$ 36,61 R$ 1.830,70
Tesouro IPCA+ 2045 15/05/2045 IPCA + 3,65 R$ 38,41 R$ 1.280,43
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2026 15/08/2026 IPCA + 3,20 R$ 38,60 R$ 3.860,14
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2035 15/05/2035 IPCA + 3,55 R$ 41,90 R$ 4.190,57
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2050 15/08/2050 IPCA + 3,76 R$ 46,01 R$ 4.601,96
Prefixados  
Tesouro Prefixado 2022 01/01/2022 6,25 R$ 34,35 R$ 858,95
Tesouro Prefixado 2025 01/01/2025 7,14 R$ 34,21 R$ 684,33
Indexados à Taxa Selic  
Tesouro Selic 2025 01/03/2025 Selic + 0,02 R$ 101,75 R$ 10.175,20

Fonte: Tesouro Direto

Dentre os papéis indexados ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o Tesouro IPCA+ com vencimento em 2024 oferecia retorno de 3,12% ao ano (acrescido da inflação), acima da taxa de 3,09% vista no início do pregão. Já os títulos com vencimentos em 2035 e 2045 pagavam o IPCA mais 3,65% ao ano, ante os 3,62% de hoje cedo.

Baixo risco, liquidez e acessibilidade

O Tesouro Direto é considerado a opção de investimento com o menor risco no Brasil e com ampla acessibilidade, dado o investimento mínimo a partir de R$ 30. Outra vantagem do programa diz respeito à liquidez, com a possibilidade de recompra diária dos títulos públicos pelo Tesouro.

O investidor pode aplicar em títulos públicos diretamente pelo site do Tesouro, se cadastrando primeiro no portal e abrindo uma conta em uma corretora para intermediar as transações. Atualmente, a maior parte das instituições financeiras habilitadas a operar no programa não cobra taxa de administração.

O único custo obrigatório que recai sobre o investimento em títulos públicos pelo Tesouro Direto corresponde à taxa de custódia, de 0,25% ao ano sobre o valor dos títulos, cobrada semestralmente no início dos meses de janeiro e de julho. Além disso, há incidência de Imposto de Renda sobre os rendimentos, com uma alíquota que varia de acordo com o período de investimento (tabela regressiva).

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Beatriz Cutait

Editora de investimentos do InfoMoney e planejadora financeira com certificação CFP, responsável pela cobertura do universo de investimentos financeiros, com foco em pessoa física.