Tesouro Direto: taxas de títulos públicos prefixados operam em alta nesta tarde

Mercado repercute a possibilidade de atraso da votação da reforma da Previdência na CCJ

Mariana Zonta d'Ávila

(Shutterstock)

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SÃO PAULO As taxas dos títulos públicos prefixados e vendidos por meio do Tesouro Direto, programa que possibilita a negociação dos papéis por investidores pessoas físicas por meio da internet, registram leve alta na tarde desta terça-feira (16).

O movimento reflete a possibilidade de a votação da admissibilidade do projeto de reforma da Previdência na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) ficar para depois do feriado de Páscoa – um atraso para esta que era considerada uma etapa “fácil”, de tramitação das propostas.

O Tesouro Prefixado com vencimento em 2025, por exemplo, paga uma taxa de 8,76% ao ano, ante 8,74% a.a. pela manhã. O investidor pode adquirir o título integralmente por R$ 619,70 ou aplicar uma quantia mínima de R$ 30,98 (recebendo uma rentabilidade proporcional à aplicação). O mesmo acontece com o papel com juros semestrais e vencimento em 2029, com rentabilidade nominal de 8,92% a.a., acima dos 8,90% ao ano. 

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Nesses títulos, o investidor sabe exatamente a rentabilidade que irá receber se mantiver o investimento até a data de vencimento. Além disso, por terem rentabilidade predefinida, seu rendimento é nominal, ou seja, é necessário descontar a inflação para obter o retorno real da aplicação.

Já os títulos indexados à inflação fazem um movimento inverso, registrando queda nas taxas. O Tesouro IPCA+ com vencimento em 2035 (antiga NTN-B), por exemplo, registra um retorno de 4,57% ao ano (acrescido da variação da inflação), ante taxa de 4,59% a.a. na abertura do dia. Uma leve queda também pode ser encontrada no Tesouro IPCA+ com juros semestrais e vencimento em 2035, que paga a inflação mais 4,48% a.a., ante o retorno de 4,50% ao ano visto mais cedo.

Confira abaixo os preços e as taxas dos títulos do Tesouro Direto hoje:

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Título Vencimento Taxa de Rendimento (% a.a.) Valor Mínimo Preço Unitário
Indexados ao IPCA  
Tesouro IPCA+ 2024 15/08/2024 4,19 R$51,58 R$2.579,19
Tesouro IPCA+ 2035 15/05/2035 4,57 R$31,35 R$1.567,56
Tesouro IPCA+ 2045 15/05/2045 4,57 R$30,11 R$1.003,91
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2026 15/08/2026 4,24 R$35,85 R$3.585,68
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2035 15/05/2035 4,48 R$38,35 R$3.835,77
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2050 15/08/2050 4,58 R$39,87 R$3.987,26
Prefixados  
Tesouro Prefixado 2022 01/01/2022 7,77 R$32,66 R$816,67
Tesouro Prefixado 2025 01/01/2025 8,76 R$30,98 R$619,70
Tesouro Prefixado com Juros Semestrais 2029 01/01/2029 8,92 R$32,89 R$1.096,64
Indexados à Taxa Selic  
Tesouro Selic 2025 01/03/2025 0,02 R$100,50 R$10.050,32

Fonte: Tesouro Direto

Baixo risco, liquidez e acessibilidade

O Tesouro Direto é considerado a opção de investimento com o menor risco no Brasil e com ampla acessibilidade, dado o investimento mínimo a partir de R$ 30. Outra vantagem do programa diz respeito à liquidez, com a possibilidade de recompra diária dos títulos públicos pelo Tesouro.

O investidor pode aplicar em títulos públicos diretamente pelo site do Tesouro, se cadastrando primeiro no portal e abrindo uma conta em uma corretora, como a Rico Investimentos, por exemplo, para intermediar as transações. Atualmente, a maior parte das instituições financeiras habilitadas a operar no programa não cobra taxa de administração.

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O único custo obrigatório que recai sobre o investimento em títulos públicos pelo Tesouro Direto corresponde à taxa de custódia, de 0,25% ao ano sobre o valor dos títulos, cobrada semestralmente no início dos meses de janeiro e de julho. Além disso, há incidência de Imposto de Renda sobre os rendimentos, alíquota que varia de acordo com o período de investimento (tabela regressiva).