Tesouro Direto: juros de prefixados sobem para 12%, à espera de decisão do Fed e do Copom

Investidores monitoram ainda certo recuo nas taxas oferecidas pelas Treasuries, assim como sinalizações mais ao centro do candidato do PT

Bruna Furlani

(Getty Images)

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Após uma manhã de alta generalizada das taxas, os juros oferecidos por títulos públicos negociados no Tesouro operam de forma mista na tarde desta terça-feira (20).

Taxas de papéis atrelados à inflação apresentam estabilidade na última atualização da tarde, enquanto retornos de prefixados registram leve alta.

Luciano Costa, economista-chefe da Monte Bravo Investimentos, afirma que o mercado de prefixados ficou menos pressionado ao longo do dia após recuo visto nos rendimentos dos títulos americanos (Treasuries).

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Na abertura dos negócios, o título americano de dois anos chegou a oferecer rendimento de quase 3,9920% ao ano. Por volta das 15h50 (horário de Brasília), a taxa havia baixado um pouco para 3,9579%.

A percepção de risco mais favorável, no caso de um eventual governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também pesou a favor para que as taxas caíssem em relação ao visto no começo do dia, acrescenta Costa.

Na véspera (19), a participação de Henrique Meirelles (União Brasil), – que foi presidente do Banco Central durante governo petista –, em coletiva de Lula foi vista como uma sinalização mais ao centro do candidato do PT.

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Para além do campo político, o mercado opera em compasso de espera pela decisão do Federal Reserve (Fed, banco central americano) e do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central brasileiro, que serão anunciadas amanhã (21).

A maior parte dos agentes espera que o Fed eleve os juros em 0,75 ponto percentual para a faixa entre 3% e 3,25% ao ano na decisão de amanhã, enquanto a aposta majoritária segue na manutenção dos juros em 13,75% ao ano no Brasil. Os dados são da CME Group e da B3, respectivamente.

Diante desse cenário, por volta das 15h20 no Tesouro Direto, o maior juro era oferecido pelo Tesouro Prefixado 2025, no valor de 12,00%, percentual que é maior do que os 11,97% vistos na véspera. O valor, porém, representa um recuo em relação aos 12,03% registrados na abertura dos negócios hoje.

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Entre os papéis atrelados à inflação, o retorno mais elevado é oferecido pelo Tesouro IPCA+2055, no valor de 5,84%, em linha com os 5,85% ao ano registrados um dia antes. O percentual, no entanto, está abaixo dos 5,88% vistos no começo do dia.

Confira os preços e as taxas de todos os títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto na tarde desta terça-feira (20): 

Fonte: Tesouro Direto

À espera do Fomc

O destaque da cena externa de amanhã (21) estará na decisão do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Fed. Na visão de Costa, da Monte Bravo Investimentos, a subida nos rendimentos de dois e de dez anos das Treasuries na véspera do encontro indica que os agentes acreditam que o Fed deve trazer uma mensagem dura.

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Segundo ele, a autarquia deve mostrar que irá apertar o suficiente “para trazer a atividade para uma trajetória compatível com o cumprimento da meta de 2% de inflação nos próximos 12 e 24 meses”.

“O Fed deve realizar uma alta de 0,75 ponto e provavelmente, a taxa terminal projetada de 4% deve virar o piso agora”, diz o economista, que acredita que a autoridade deve sinalizar que a taxa terminal ficará condicionada à evolução dos dados.

Para Costa, no entanto, um ajuste ainda mais agressivo – de 1 ponto percentual – não deve ser totalmente descartado, embora o ritmo de aperto com três altas consecutivas de 0,75 ponto já seja bastante significativo.

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Uma alta de 1 ponto percentual passou a ser considerada pelo mercado na semana passada após a divulgação de dados piores para o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) de agosto nos Estados Unidos.

Pesquisas eleitorais

A menos de duas semanas para as eleições, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) manteve a liderança na disputa pelo Palácio do Planalto. É o que mostrou pesquisa Ipec encomendada pela TV Globo, divulgada ontem.

Segundo o levantamento, feito entre 17 e 18 de setembro, Lula reuniu 47% das intenções de voto − oscilação positiva de 1 ponto percentual em relação à última pesquisa, feita em 9 de setembro. Já o presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, manteve os 31%.

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O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) seguiu com 7% das intenções de voto, enquanto a senadora Simone Tebet (MDB) oscilou de 4% para 5% no mesmo período. A senadora Soraya Thronicke (União Brasil) se manteve com 1%.