Tesouro Direto: com Focus, combustíveis e China no radar, taxas dos títulos públicos voltam a subir nesta 2ª

Investidores monitoram revisões para cima da inflação, segundo o Focus, além de falas do presidente sobre combustíveis

Bruna Furlani

(Rmcarvalho/Getty Images)

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SÃO PAULO – Após iniciar a segunda-feira (27) com os papéis operando perto da estabilidade, o mercado de títulos públicos negociados na plataforma do Tesouro Direto apresenta alta nas taxas agora à tarde.

No mercado local, o destaque está na revisão para cima das projeções de inflação para este ano e o próximo, conforme mostrou o Relatório Focus, do Banco Central, divulgado nesta segunda-feira (27). Investidores também repercutem falas do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre o preço dos combustíveis e de Paulo Guedes, ministro da Economia, sobre privatizações.

Já na cena internacional, o mercado acompanha com cautela as informações sobre a crise energética na China e desdobramentos sobre o caso Evergrande.

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Na atualização das 15h do Tesouro Direto, a remuneração do título prefixado com vencimento em 2026 era de 10,42% ao ano, contra 10,33% no começo da manhã – mesmo percentual registrado na tarde de sexta-feira (24).

O juro pago pelo título prefixado com vencimento em 2031, por sua vez, subia de 10,95% para 11,03% ao ano, na última atualização após o almoço. Na sessão anterior, o papel oferecia retorno de 10,94%.

Entre os papéis atrelados à inflação, o juro real oferecido pelo Tesouro IPCA+ com vencimento em 2035 e 2045 era de 4,87% ao ano, contra 4,85% ao ano vistos no início do dia, levemente acima dos 4,83% ao ano registrados na sexta-feira anterior. Já o retorno real do Tesouro IPCA com vencimento em 2055 e pagamento de juros semestrais era de 4,97% ao ano, acima dos 4,93% da sessão de sexta-feira.

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Confira os preços e as taxas atualizadas de todos os títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto na tarde desta segunda-feira (27): 

Taxas Tesouro Direto
Fonte: Tesouro Direto

Focus, reforma administrativa e BC

Na cena econômica, o destaque está nas revisões para cima apresentadas pelo Relatório Focus, do Banco Central. O mercado financeiro voltou a elevar suas projeções para a inflação neste ano, pela 25ª semana consecutiva – desta vez, de 8,35% para 8,45% ao ano.

As estimativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2022 também foram revisadas para cima, pela décima semana, de 4,10% para alta de 4,12%.

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Após alta de um ponto percentual na Selic na última semana, para 6,25% ao ano, a expectativa é de alta de mesma magnitude na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de outubro, levando os juros para 7,25% ao ano.

Já para dezembro, as projeções se mantiveram em uma Selic de 8,25% ao ano, subindo para 8,50% ao fim de 2022, também sem alterações.

Também na agenda econômica, investidores monitoram a venda de todos os contratos de swap cambial ofertados em rolagem do vencimento de dezembro pelo Banco Central.

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Na cena política, investidores acompanharam a fala do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre o preço dos combustíveis.

Em evento da Caixa Econômica Federal nesta segunda-feira (27), o mandatário do país disse que conversou com Bento Albuquerque, ministro de Minas e Energia, sobre como “melhorar ou diminuir” o preço dos combustíveis, um dos principais vilões da atual escalada inflacionária.

No entanto, Bolsonaro não deu mais detalhes sobre alternativas apontadas durante a conversa com o objetivo de reduzir o impacto da alta dos combustíveis.

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Também na frente política, o mercado acompanha declarações de Paulo Guedes, ministro da Economia, em evento promovido pela International Chamber of Commerce – ICC Brasil.

Durante o evento, o ministro disse que o plano do governo para um horizonte de dez anos contempla privatizar as estatais de maneira irrestrita, incluindo a Petrobras (PETR3; PETR4) e o Banco do Brasil (BBAS3).

O mercado também monitora as negociações do governo com parlamentares em torno da reforma administrativa. Para ajudar a esclarecer dúvidas, Guedes e sua equipe prepararam uma “cartilha” com as principais mudanças aprovadas na semana passada pela comissão especial da Câmara no texto da reforma administrativa.

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Segundo o jornal O Estado de S.Paulo, uma lista com perguntas e respostas sobre as principais dúvidas foi disparada no domingo (26), pelo WhatsApp do próprio ministro Paulo Guedes.

Radar externo

Na cena internacional, investidores monitoram com bastante cautela as notícias de que a China pode enfrentar uma crise no abastecimento de energia.

Segundo a Bloomberg, os controles para a redução do consumo de energia vêm na esteira do aumento da demanda por eletricidade e maiores preços do carvão e do gás, bem como devido às rigorosas metas do governo de Pequim para reduzir as emissões.

O aperto na oferta de carvão e nos padrões de emissão estão provocando uma contração na indústria em várias regiões, o que pode pesar sobre a taxa de crescimento econômico do país, de acordo com analistas.

Já nos Estados Unidos, o destaque volta ser a redução do programa de estímulos do Federal Reserve, que é o banco central americano. Charles Evans, presidente do Federal Reserve de Chicago, disse nesta segunda-feira (27) que a economia americana está próxima de atingir o patamar que permitirá o início da redução nas compras mensais de ativos pelo banco central do país.

Mesmo sem mencionar datas, ele repetiu o discurso de outros dirigentes do Fed de que a redução deve ser feita em breve, se o mercado de trabalho dos EUA continuar mostrando progresso.

Já na zona do euro, o destaque está nas eleições na Alemanha. Olaf Scholz, vice-chanceler e ministro das Finanças da Alemanha, declarou vitória nas eleições federais do último domingo (26) e disse que o povo expressou o desejo de ver um governo entre social-democratas, liberais e verdes.

“Uma coalizão social-ecológica-liberal tem sólidos pressupostos na história, e é isso que temos de fazer”, afirmou Scholz, líder do Partido Social-Democrata (SPD), de centro-esquerda, vencedor das eleições com 25,7% dos votos, segundo resultados oficiais preliminares.

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