Selic a 15%: qual aplicação de renda fixa rende mais para R$ 1 milhão?

Veja quanto esse montante rende em diferentes aplicações

Lucas Gabriel Marins

Renda Fixa (Imagem gerada com auxílio de IA/Rodrigo Petry)
Renda Fixa (Imagem gerada com auxílio de IA/Rodrigo Petry)

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Após sete altas seguidas, o Comitê de Política Monetária (Copom) deve interromper o ciclo de aperto e manter a taxa básica de juros do Brasil em 15% ao ano nesta quarta-feira (30), de acordo com a expectativa predominante no mercado.

A XP Investimentos, por exemplo, espera que o “Copom mantenha a taxa Selic em 15% e reforce a mensagem de pausa por período ‘bastante prolongado”’. A casa ressaltou ainda que, ”embora a política monetária contracionista venha surtindo efeito, as expectativas de inflação continuam significativamente acima da meta no curto e médio prazo”.

Com a manutenção da taxa, os rendimentos de aplicações atreladas ao CDI tendem a se manter estáveis em relação à última reunião, realizada em junho. Já outras alocações podem apresentar leves ajustes, reflexo das mudanças nas projeções de inflação e outras taxas.

Veja abaixo quanto R$ 1 milhão renderia em diferentes aplicações de renda fixa – como CDBs, LCIs/LCAs, Tesouro IPCA+ e poupança – em prazos de 1 e 2 anos.

Poupança

Como de costume, a caderneta de poupança não apresenta o menor rendimento entre as aplicações de renda fixa. Em um ano, um investimento de R$ 1 milhão chegaria a R$ 1.083.843,26. Em dois anos, o valor subiria para R$ 1.174.716,20.

A poupança rende 0,5% ao mês (ou 6,17% ao ano) mais a variação da Taxa Referencial (TR). Essa fórmula vale enquanto a Selic estiver acima de 8,5% ao ano. Se a taxa cair abaixo desse nível, o rendimento passa a ser de 70% da Selic.

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Tesouro IPCA+

Na sequência aparece o Tesouro IPCA+, título público atrelado à inflação. Com a expectativa de inflação em queda – projetada em 4,44% para os próximos 12 meses, segundo o Boletim Focus – os retornos recuaram ligeiramente em relação à reunião anterior do Copom.

Descontado o imposto de renda, o valor líquido do investimento seria de R$ 1.088.036,20 em um ano e R$ 1.191.225,11 em dois. A tributação segue a tabela regressiva do IR, que varia de 22,5% a 15%, conforme o prazo de aplicação.

LCI e LCA

Para esse cálculo, foram considerados papéis que pagam 85% do CDI – rendimento equivalente ao de um CDB que paga 100% do CDI, já que LCIs e LCAs são isentas de imposto de renda. Essa isenção, no entanto, deve acabar a partir de 2026.

As Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e do Agronegócio (LCA) entregam o maior retorno no prazo de um ano: R$ 1.126.650,00. Em dois anos, o investimento de R$ 1 milhão cresceria para R$ 1.269.340,22.

CDB

O Certificado de Depósito Bancário (CDB) aparece logo depois. Em um ano, o valor aplicado chegaria a R$ 1.122.925,00, ligeiramente abaixo do retorno das LCIs e LCAs por conta da incidência de 20% de IR. A tributação segue a mesma tabela regressiva.

Em dois anos, no entanto, o cenário se inverte: com alíquota menor (17,5%), o ganho líquido supera o das letras de crédito. O valor final seria de R$ 1.272.170,85.

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Veja resumo do rendimento de R$ 1 milhão em renda fixa com a Selic em 15%:

Ativo*Total com rendimento em 1 ano**Total com rendimento em 2 anos**
CDB 100% do CDIR$ 1.122.925,00R$ 1.272.170,85
LCI e LCA 85% do CDIR$ 1.126.650,00R$ 1.269.340,22
Tesouro IPCA+R$ 1.088.036,20R$ 1.191.225,11
PoupançaR$ 1.083.843,26R$ 1.174.716,20
*As simulações consideram Selic de 15% em estabilidade ao longo de dois anos, TR de 0,1723 %, expectativa de IPCA a 4,44% no ano e juro real do Tesouro IPCA+ em 6,50% a.a.
**Total líquido

Atenção aos riscos

Embora CDBs, LCIs e LCAs sejam considerados de baixo risco, eles estão sujeitos à solidez da instituição financeira emissora. Esses investimentos contam com a proteção do FGC Fundo Garantidor de Crédito (FGC), assim como a poupança, mas essa cobertura é limitada a R$ 250 mil por CPF e por instituição. Ou seja, em uma aplicação de R$ 1 milhão, parte do valor não estaria coberta. Por isso, especialistas recomendam diversificar o montante entre diferentes instituições para diluir o risco.

Já o Tesouro Direto não é protegido pelo FGC, mas possui a garantia do próprio Tesouro Nacional. Isso significa que há um risco soberano – considerado muito baixo – que corresponde à possibilidade de o governo não conseguir honrar seus compromissos financeiros.