Títulos de inflação do Tesouro Direto entregam rentabilidade negativa de até 5% em janeiro

Rentabilidade acumulada dos papéis do Tesouro IPCA+ chegou a até -5% no último mês; entenda

Leonardo Guimarães

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Quem investiu nos títulos de inflação do Tesouro Direto em janeiro viu a carteira ficar no vermelho nos últimos dias. Isso porque de novos papéis do tipo subiram, fazendo os títulos de quem comprou no início do ano se desvalorizarem, já que oferecem remuneração menor. 

Os ativos de longo prazo foram os que mais se desvalorizaram no período. O Tesouro IPCA+ 2045 entregou rentabilidade de −4,99%, a maior queda entre os papéis negociados no mercado primário. O papel começou o ano com taxa de 5,60%, mas entrou em fevereiro pagando 5,74% além da inflação. 

A segunda maior desvalorização foi registrada em outro papel de longo prazo, com vencimento em 2055. A rentabilidade em janeiro foi de -3,48% após alta da taxa de 5,50% para 5,67%. 

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Nos prefixados, somente o papel de curto prazo, com vencimento em 2026, registrou rentabilidade positiva. Já os títulos atrelados à Selic seguiram entregando retorno próximo a 1%. 

Veja os rendimentos dos títulos negociados no Tesouro Direto em janeiro e no acumulado dos últimos 12 meses:

TítuloRentabilidade em janeiro (%)Rentabilidade em 12 meses (%)Taxa de compraTaxa de venda
Tesouro Prefixado 20260,4218,759,729,84
Tesouro Prefixado 2029-1,0226,8910,4210,54
Tesouro Prefixado com Juros Semestrais 2033-1,4326,6610,6310,75
Tesouro Selic 20261,0113,110,040,05
Tesouro Selic 20290,9913,130,160,17
Tesouro IPCA+ 2029-1,2313,885,515,63
Tesouro IPCA+ 2035-3,2418,585,625,74
Tesouro IPCA+ 2045-4,9926,055,745,86
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2032-1,8214,095,615,73
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2040-2,617,855,635,75
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2055-3,4820,195,675,79
Fonte: Tesouro Direto

Recomendações dos analistas

Especialistas ouvidos pelo InfoMoney têm o Tesouro IPCA+ como preferência em fevereiro. Um dos motivos é justamente a abertura das taxas no último mês, o que cria espaço para ganhos na marcação a mercado ao longo do ano. 

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Desse modo, quem adquire títulos como esse agora poderá observar uma valorização dos papéis conforme as expectativas de inflação forem recuando a partir daqui, podendo embolsar os lucros caso decida vender antes do vencimento.

Marina Renosto, chefe de alocação da BlackBird Investimentos, diz que as taxas dos papéis de inflação estão em patamares atrativos e que esses papéis são “interessantes tanto para carrego até o vencimento como para marcação a mercado em momento de queda nas taxas”. 

“Gostamos de títulos indexados à inflação, especialmente os de médio prazo, acima de dois anos”, diz Lucas Queiroz estrategista de renda fixa para pessoa física do Itaú BBA. Para ele, os prefixados não carregam muito prêmio na comparação com os papéis atrelados à inflação: “relação risco-retorno me parece um pouco pior”.

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Ainda há otimismo com os pós-fixados, mesmo com a perspectiva de novos cortes na Selic. Alexandre Brito, sócio e gestor da Finacap, disse que “se o investidor manter a alocação estrutural em pós-fixados ainda estará muito bem colocado”.