Tenho R$ 10 mil para investir em renda fixa e não quero pagar imposto; onde coloco meu dinheiro?

O analista da Rico Investimentos, Roberto Indech, chama a atenção para os títulos de crédito privado, em detrimento dos públicos, como o Tesouro Direto.

Weruska Goeking

Foto: reprodução

SÃO PAULO – A semana começou turbulenta nos mercados financeiros diante do desgaste político com a greve dos caminhoneiros e o Ibovespa chegou a cair 4,5% no pregão de segunda-feira com as incertezas políticas e econômicas. Nem todo investidor tem “estômago” para aguentar tamanha volatilidade e ainda se refugiam na renda fixa.

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É amplamente divulgada a menor rentabilidade dos ativos de renda fixa com a Selic em seu menor patamar histórico (6,5%). Por isso, o analista da Rico Investimentos, Roberto Indech, chama a atenção para os títulos de crédito privado, em detrimento dos públicos, como o Tesouro Direto.

“Os ativos de crédito privado são mais conservadores – em relação fundos – e quem vai direto investir em CRI, CRA, LCI e LCA encontra opções interessantes e vai conseguir ganhar o seu dinheiro de forma mais conservadora”, disse Indech no programa “Como viver de renda fixa” desta terça-feira (29).

O InfoMoney separou um exemplo de cada ativo citado pelo analista e comparou o rendimento de uma aplicação de R$ 10 mil durante um ano com a poupança – aplicação mais popular entre os brasileiros e que também é isenta de imposto de renda. 

Veja as simulações:
Produto Rentabilidade estimada  Rentabilidade em 12 meses Resultado em 12 meses*
Poupança 4,41% R$ 440,79 R$ 10.440,79
LCA Original – NOV/2019 96,5% do CDI R$ 654,15 R$ 10.654,15
LCI Original – NOV/2018 99,5% do CDI R$ 675,37 R$ 10.675,37
CRA Guarani – MAI/2020 101,5% do CDI R$ 688,85 R$ 10.688,85
CRI Aliansce – ABR/2023 99% do CDI R$ 672,00 R$ 10.672,00
Conheça as opções disponíveis de investimentos em crédito privado isentos de imposto de renda:

LCI (Letra de Crédito Imobiliário)

A LCI é um título de renda fixa emitido por um banco com lastro em créditos imobiliários e seus rendimentos podem ser prefixados ou pós fixados – neste caso a rentabilidade dos títulos geralmente está atrelada ao CDI.

Geralmente, o título só pode ser resgatado no vencimento, ou seja, essa aplicação não funciona como fundo de emergências porque o dinheiro não pode ser retirado a qualquer momento (Veja aqui opções de investimentos para fundo de emergências). O risco para o investimento é a “quebra” da instituição que emitiu o título, mas aplicações de até R$ 250 mil por CPF e instituição são protegidas pelo FGC. Ou seja, o fundo devolve o dinheiro ao investidor, até R$ 250 mil, se o emissor falir.

LCA (Letra de Crédito Agrícola)

A LCA é um título de renda fixa emitido por um banco com lastro em empréstimos cedido ao setor do agronegócio. Seus rendimentos também podem ser prefixados ou pós fixados – neste caso a rentabilidade dos títulos geralmente está atrelada ao CDI.

Assim como a LCI, a LCA também só pode ser resgatada no vencimento. O risco para o investimento é a “quebra” da instituição que emitiu o título, mas aplicações de até R$ 250 mil por CPF e instituição são protegidas pelo FGC. Ou seja, o fundo devolve o dinheiro ao investidor, até R$ 250 mil, se o emissor falir.

CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários)

Os CRIs são títulos emitidos apenas por companhias securitizadoras de recebíveis imobiliários. Sua rentabilidade pode ser prefixada ou pós fixada e estar atrelada ao CDI ou à inflação. Geralmente, os CRIs também só podem ser resgatados no vencimento, e esse tipo de investimento não conta com a proteção do FGC.

Por isso, é importante observar o rating atribuído ao título. Nas corretoras, é possível verificar a avaliação das agências de ratings. Tal qual os países são avaliados e recebem uma nota de acordo com seu risco, muitas aplicações também vêm com esse “selo” que ajuda os investidores a escolher os títulos mais seguros.

CRA (Certificado de Recebíveis do Agronegócio)

Os CRAs são títulos emitidos apenas por companhias securitizadoras de direito creditórios do agronegócio e seus ganhos são prefixados ou pós fixados e ligados ao CDI ou à inflação. Assim como os CRIs, os CRAs não possuem garantia do FGC e a observância dos ratings atribuídos ao títulos também vale.  Geralmente, os CRAs também só podem ser resgatados no vencimento.

Por que a poupança rende pouco?

Desde maio de 2012 estão em vigor as novas regras para o cálculo do rendimento da poupança. As aplicações feitas após essa data, a rentabilidade é de 0,5% ao mês, ou 6,17% ao ano, mais o valor da TR (Taxa Referencial). Esse cálculo vale apenas quando a taxa Selic for igual ou inferior a 8,50% ao ano.

Quando a Selic estiver abaixo de 8,50%, a poupança rende 70% da Selic mais o valor da TR. Com o patamar atual da taxa básica de juros em 6,50%, a caderneta tem rentabilidade de 0,37% ao mês, ou 4,55% ao ano, o equivalente a 70% da Selic mais TR.

A rentabilidade é calculada no “aniversário da poupança” mensal, ou seja, no dia de sua abertura. Quem fizer o saque da poupança no dia 2 e o aniversário for no dia 3, por exemplo, perde a rentabilidade do último mês.

Mas o que é a TR?

A Taxa Referencial surgiu no início da década de 1990, durante o Plano Collor II, com o objetivo de ajudar a controlar a inflação do país na época. Após o período de hiperinflação, a TR é usada para correção da poupança FGTS, títulos públicos e até mesmo alguns financiamentos imobiliários.

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