Entenda como o “efeito Lula” afeta as taxas do Tesouro Direto

Desdobramentos do julgamento do ex-presidente Lula fizeram as taxas DI recuarem na manhã desta quinta-feira (5)

Mariana Zonta d'Ávila

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SÃO PAULO – A rentabilidade dos títulos disponíveis para compra no Tesouro Direto recuou na manhã desta quinta-feira (5) acompanhando a queda das taxas DI e os desdobramentos do julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.  A taxa oferecida pelo título com vencimento em 2025, por exemplo, estava em 9,35% ao ano pela manhã, 23 pontos-base a menos do que os 9,58% que eram oferecidos aos investidores que compraram o título na véspera.

A queda seguiu a mesma tendência das taxas de juros futuras. O DI com vencimento em janeiro de 2019, por exemplo, chegou a recuar 2 pontos-base para 6,23%, enquanto o DI com vencimento em 2021 cedeu 13 pontos-base a 7,99%. Já o contrato com vencimento em 2023 apresentou queda de 17 pontos-base no período da manhã, chegando a 8,98%.

Ao mesmo tempo, os investidores que já tinham títulos prefixados verificaram uma valorização dos seus papéis. Isso acontece porque a partir do momento que o investidor compra um título, a taxa contratada fica travada independentemente de as taxas de juros futuros caírem ou subirem.

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Por exemplo: imagine que você tenha comprado um título com rentabilidade de 9,5% ao ano, mas este mesmo título agora esteja sendo oferecido no site do Tesouro Direto com um retorno de 8% a.a. Isso significa que enquanto você está ganhando 9,5% a.a. o mercado está oferecendo apenas 8% a.a. aos “novos investidores”, ou seja, o seu papel vai ter uma valorização.

Isso quer dizer que se você vender seu título naquele dia, terá um ganho muito superior ao que  havia contratado inicialmente, até porque outros investidores vão querer comprar o seu papel: mais demanda resulta em aumento do preço. É por isso que o preço unitário e o valor mínimo de investimento variam com as taxas, porque eles são determinados pelo mercado. 

As taxas de mercado do Tesouro Direto variam diariamente e sobem ou caem dependendo do cenário de taxas de juros (Tesouro Selic) e do cenário político-econômico. Elas são atualizadas três vezes por dia e podem ser verificadas diretamente no site do Tesouro ou nas matérias diárias que publicamos aqui no InfoMoney.  

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Mas é preciso muita atenção porque o contrário também pode acontecer e você pode ter perdas significativas caso venda seus títulos em condições de mercado desfavoráveis. Se você comprar o papel em 9,5% a.a. e a taxa de mercado subir para 12% a.a., vai ter que aceitar vender seu título por um preço muito mais baixo do que aquele que pagou – senão ninguém vai querer comprá-lo.

Como ter ganhos turbinados?

 A ideia de trabalhar com ganhos turbinados no Tesouro Direto consiste justamente  em comprar um título que paga uma taxa específica e esperar até que a taxa do mercado caia, vendendo o papel antes do prazo de vencimento. 

Para aproveitar os ganhos turbinados no Tesouro Direto neste momento, o professor Alan Ghani recomenda a compra de títulos com vencimentos mais longos, como é o caso da NTN-B com vencimento em 2045, NTN-B com vencimento em 2035 ou títulos prefixados, como a LTN com vencimento em 2023. 

“Esses títulos podem realizar um ganho muito acima da taxa contratada, até um ganho que o investidor teria no mercado de ações. Quem comprou em 2016, por exemplo, teve um ganho no período de 90% – uma média de 35% ao ano”, diz. 

Segundo Ghani, o momento também deve ser de diversificação e pode servir como um incentivo para o investidor começar a arriscar na bolsa: “É o momento do investidor se arriscar um pouco mais”, frisa.

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