O ciclo de aperto monetário ainda não chegou ao fim; veja onde investir

A taxa Selic subiu 0,25 ponto percentual, para 10,75% ao ano

Arthur Ordones

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SÃO PAULO – O Copom (Comitê de Política Monetária), que se reuniu na terça (25) e quarta-feira (26) desta semana, decidiu elevar a taxa Selic em 0,25 ponto percentual, para 10,75% ao ano.

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O ciclo de aperto monetário começou em maio de 2013 e levou a taxa básica de juros do país de 7,25% (menor taxa histórica) para o nível atual, que já se aproxima do patamar de agosto de 2011 (12,5%), quando o governo iniciou um ciclo de afrouxamento monetário que, posteriormente, levou a inflação em 12 meses a estourar o teto da meta em março e junho de 2013.

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Segundo Patrícia Pereira, gestora de Renda Fixa da Mongeral Aegon Investimentos, pareceu que a menor taxa histórica era uma meta pessoal da presidente. “Ela conseguiu, mas a que custo? Está alto agora, pois isso dificultou muito o trabalho do Banco Central, que agora está tendo que se desdobrar para arrumar o cenário subindo a taxa, que já voltou aos dois dígitos”, afirmou.

De acordo com ela, o cenário atual corrobora para, no mínimo, mais um aumento de 0,25 p.p.. “Ainda seriam necessários muito mais aumentos para a inflação convergir para a meta, mas é visível que eles não estão mirando os 4,5%”, completou.

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Onde investir neste cenário?
Ainda segundo a gestora, como este é um ano de Copa do Mundo, um evento que pressiona muito os preços – sendo que a inflação já está sendo pressionada de todos os lados – o melhor neste momento é se proteger da inflação. “Para o investidor mais moderado ou até arrojado, são interessantes as NTN-Bs, que protegem os investidores a longo prazo, pois pagam inflação mais juros. Elas vão balançar muito, mas são uma boa pedida para agora. No entanto, vale lembrar que o investidor tem que estar ciente da volatilidade, mas isso só vale para quem quiser se desfazer do título antes de seu vencimento, pois quem segurar o título até o final está protegido não só da inflação como da volatilidade do papel”, explicou.

Já no curto prazo, uma alta da Selic beneficia qualquer coisa que seja indexada à Taxa, no entanto, é importante ficar atento, pois como o ciclo está próximo do fim, as LFTs, por exemplo, títulos pós-fixados indexados à Selic, já estão fora do timing. “Quem entrou em abril de 2013, no início do ciclo, ganhou bastante, mas agora já está tarde demais para adquirir títulos com este perfil”, disse.

Por fim, em relação à bolsa de valores, a não ser que o investidor seja extremamente arrojado, sem medo de grandes perdas, o melhor conselho é: fique bem longe. Afinal, além de estar vivendo um período conturbado e volátil, em um ano de eleições, cada alta da Selic deixa o mercado de renda variável menos interessante perante o mercado de renda fixa. O Ibovespa, principal índice da bolsa, está com uma queda acumulada de quase 10% em 2014, em pouco menos de dois meses.