O CDB ideal para quem pode (ou não) precisar do dinheiro a qualquer hora

CDB escalonado tem liquidez diária, mas garante retornos maiores se o dinheiro permanecer aplicado por prazos mais longos

Diego Lazzaris Borges

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SÃO PAULO – O patamar historicamente baixo dos juros pede que os investidores repensem sua estratégia para conseguir uma rentabilidade melhor com seus investimentos. É consenso entre especialistas que uma das alternativas na renda fixa é alongar os prazos de aplicação e abrir – pelo menos um pouco – mão da liquidez (facilidade de transformar o investimento em dinheiro).

Investir em aplicações que não permitem o resgate a qualquer momento, no entanto, pode ser uma armadilha para quem não sabe se precisará resgatá-las antes do vencimento. Para essas pessoas, uma opção inteligente é o CDB (Certificado de Depósito Bancário) que tem liquidez diária e paga taxas maiores à medida que o prazo de investimento aumenta. Chamado em alguns bancos de “CDB Escalonado” e em outros de “CDB Progressivo”, a essência é a mesma: quanto mais tempo você permanecer com a aplicação, maior o juro que será pago.

A principal diferença para o CDB normal é que este possui rentabilidade fixa, contratada no momento da aplicação, enquanto no escalonado o retorno começa menor e aumenta progressivamente. O dinheiro fica disponível para cobrir eventuais emergências a qualquer momento, mas, se permanecer aplicado no longo prazo, será bem melhor remunerado quem em tradicionais aplicações com liquidez diária, como os fundos DI e a nova caderneta de poupança.

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Gilberto Braga, professor do Ibmec, ressalta que o produto é interessante, mas o investidor deve se atentar para não utilizar um recurso que vai precisar em breve. Caso a aplicação seja de curtíssimo prazo, é preciso verificar se outro CDB normal não oferece uma taxa mais interessante. O dinheiro a ser direcionado ao CDB escalonado é aquele que em tese pode ficar aplicado no longo prazo, mas que ao mesmo tempo funciona como uma reserva de emergência.

Bancos menores pagam mais
Os bancos menores costumam pagar um percentual maior do CDI do que as instituições de maior porte. Isso porque o CDB nada mais é do que um título emitido pela instituição financeira com o objetivo de captar recursos, e o risco de crédito dos bancos pequenos é mais elevado. “Quanto maior o risco, maior o retorno”, lembra o professor do Ibmec.

Uma pesquisa feita pelo InfoMoney mostra que as taxas do CDB Escalonado do Itaú Unibanco variam de 78,5% para aplicações de até 181 dias até 95% para investimentos com mais de 1.080 dias. No Bradesco, além do prazo, o valor do investimento também influencia na taxa, que vai de 82% (aplicações de R$ 1 mil até R$ 49.999 e até 181 dias) até 100% do CDI (para aplicações acima de R$ 500 mil com prazo de 721 até 1080 dias).

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Já os bancos menores pagam mais do que isso. No caso do banco Bonsucesso, por exemplo, o investidor que fica com o CDB até o final do prazo estipulado consegue uma taxa de até 112% do CDI. No banco Topázio, outra instituição financeira de pequeno porte, a remuneração atinge até 114% do CDI – o que, hoje é equivalente a 8% ao ano. Fundos DI oferecem uma rentabilidade menor que essa, assim como a nova poupança. O investidor ainda ganha mais se a taxa Selic subir – e é exatamente esse o cenário que o mercado enxerga para 2013. Veja na tabela abaixo as taxas máximas pagas pelos bancos:

Banco Percentual máximo do CDI 
*InfoMoney
Banco Topázio 114%
Banco Bonsucesso 112%
Bradesco 100%
Itaú Unibanco 95%

De acordo com Braga, para limitar o risco de crédito e aproveitar as taxas atrativas de bancos de menor porte, o investidor deve limitar a aplicação ao máximo protegido pelo FGC (Fundo Garantidor de Créditos), de R$ 70 mil. “Se não for um banco grande, se restrinja ao FGC”, aconselha o professor. Desta forma, o investidor também correrá um risco muito baixo, já que a chance de o FGC quebrar é tão pequena quanto a do Itaú ou do Bradesco irem à lona.

Prazo maior sempre beneficiou investidores de renda fixa
Quem opta por ficar mais tempo com a aplicação de renda fixa sempre levou vantagem. Isso porque a alíquota de IR (Imposto de Renda) é descrescente, ou seja, quanto maior o prazo da aplicação, menor o imposto pago pelo investidor. Um investidor que fica com o CDB por até seis meses, por exemplo, vai pagar 22,5% de imposto de renda. Já aquele que permanecer por mais de 24 meses paga 15%. Veja abaixo as alíquotas, de acordo com o prazo da aplicação:

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• 22,5% quando o prazo de investimento for inferior a 180 dias;

• 20% quando o prazo de investimento superar 180 dias, mas for inferior a 12 meses;

• 17,5% quando o prazo de investimento superar doze meses, mas for inferior a 24 meses;

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• 15% quando o prazo de investimento superar 24 meses.

No caso do CDB Escalonado, a taxa muda exatamente de acordo com os prazos utilizados para a tabela regressiva de IR. A diferença é que a taxa de retorno aumenta com o passar do tempo. Veja abaixo a tabela com uma simulação (as taxas são fictícias, apenas para exemplo, já que a negociação depende de cada banco):

Prazo Taxa
Até 180 dias 102%
De 181 a 360 dias 104%
De 361 a 720 dias 108%
De 721 a 1080 dias  110%


Diego Lazzaris Borges

Coordenador de conteúdo educacional do InfoMoney, ganhou 3 vezes o prêmio de jornalismo da Abecip