Quero investir o que ganho no estágio; quais as opções?

Annalisa Blando Dal Zotto, CFP, planejadora financeira certificada pelo IBCPF, responde a pergunta de leitor do InfoMoney

Equipe InfoMoney

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Pergunta:

Ainda não encontrei um perfil que se pareça comigo. Sou estudante universitário e faço estágio numa empresa em minha cidade, a remuneração não é alta, cerca de R$ 500. Gostaria de saber qual é o melhor investimento que seja mais viável.

Leitor: Henrique

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Annalisa Blando Dal Zotto, CFP, planejadora financeira certificada pelo IBCPF:

Prezado Henrique,

Num perfil de investimento se avaliam, principalmente, três pontos: sua disponibilidade (ou tolerância), sua capacidade e sua necessidade de correr riscos. Essas respostas, aliado aos seus objetivos em relação ao valor poupado (curto, médio ou longo prazo), irão determinar o seu perfil.

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A disponibilidade de correr riscos é uma avaliação pessoal que vai dizer o quanto você fica confortável ao ver seu investimento oscilar em busca de melhor rentabilidade ao longo do tempo. Ver o preço variar bruscamente para cima é bom e todos gostam, mas você deve pensar como se sentiria com a volatilidade negativa dos preços, para entender se você prefere correr mais riscos para obter mais retorno ou se prefere ser mais conservador, mesmo se for para obter menores rendimentos.

Capacidade está ligada ao seu momento de vida, se tem compromissos de curto prazo ou não, entre outros aspectos. Considerando que você tem 22 anos, é universitário e faz estágio, posso presumir que você more com seus pais e tenha poucas despesas e obrigações. Portanto, a princípio, sua capacidade de correr riscos é alta.

A necessidade é o quanto você precisa buscar de retorno no seu investimento para conquistar seus objetivos (lembrando que o retorno está sempre ligado ao risco). Começando a poupar cedo é fácil presumir que você não tem necessidade de assumir riscos, porque você tem o tempo como seu aliado. Além disso, será fácil tornar isso um hábito e você já estará no caminho de acumular um bom patrimônio ao longo de sua vida!

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Agora, na prática, existem diversas oportunidades de investimento, independente do valor disponível, entre elas poupança, renda fixa, fundos de investimento e ações.

A primeira coisa a se fazer é formar uma reserva de segurança, que servirá para te dar segurança, tranquilidade ou liberdade diante de fatos inesperados, como por exemplo pode ser útil para te dar um fôlego entre um estágio e outro. Estes recursos devem estar aplicados em produtos conservadores e com boa liquidez, como títulos públicos do tipo LFT ou caderneta de poupança.

Depois de montada a reserva, você deve investir com base em seus objetivos.

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Se ele for de curto prazo, você deve buscar investimentos pouco voláteis e que estarão disponíveis na hora em que você precisar. Neste caso, você pode aplicar nos mesmos produtos da sua reserva para emergências.

Porém, se o objetivo para o valor poupado for de longo prazo, você poderia começar investindo em títulos públicos do tipo NTNB-Principal (que não pagam cupons semestrais). Mas atenção: escolha uma data de vencimento que se encaixe em seus objetivos, para não correr o risco de ter que vende-los antes do vencimento com eventual prejuízo.

Em seguida eu pensaria em alocar uma parte da carteira em ações. O percentual deverá ser definido por você, de acordo com sua tolerância à volatilidade. Boas opções são os fundos de ações ativos (em que o gestor escolhe aonde vai investir) ou os chamados ETFs – que são cotas de fundos que representam algum índice negociado em bolsa, como se fossem ações. Tome muito cuidado com os custos envolvidos, tais como taxas de administração, transferência ou custódia, porque podem comprometer sua rentabilidade.

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Enfim, mantenha sempre em mente: é muito importante conservar a reserva para eventualidades (se usar, recomponha-a) e de alinhar os investimentos aos seus objetivos.

Espero ter ajudado. Continue buscando informações e conhecimento, pois sem dúvida esse será seu investimento mais precioso!

Annalisa Blando Dal Zotto é planejadora financeira pessoal e possui a certificação CFP® (Certified Financial Planner), concedida pelo Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros (IBCPF). 

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As respostas refletem as opiniões do autor. O IBCPF e o Infomoney não se responsabilizam pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso destas informações. Perguntas devem ser encaminhadas para onde_investir@infomoney.com.br

Prezado Hildebrand, 

Pouco a pouco é possível ver mudanças significativas no perfil de investimento dos brasileiros. Percebemos, por exemplo, o crescimento do numero de jovens que estão disponibilizando parte de sua renda para se planejar financeiramente para a sua aposentadoria. É um movimento que tende a crescer cada vez mais ao longo dos próximos anos, especialmente com a educação financeira em curso em nossa sociedade. 

 Sua iniciativa é digna de receber elogios e servir de exemplo a outros tantos…

 Como seu planejamento para esse investimento tem um horizonte de 15 anos algumas observações importantes devem ser feitas. Em uma simulação com um investimento inicial de R$ 10.000 e aplicações regulares de R$ 500, com uma rentabilidade anual de 10%, atingiremos após 15 anos um capital de R$ 242.583, sem considerar a inflação no período. Com esse capital investido é possível viver com uma renda de aproximadamente R$ 2 mil/mês, complementando a sua aposentadoria. No entanto, a pergunta magica é como atingir essa rentabilidade para um baixo risco no investimento.

 Com as informações presentes não é possível identificar qual o seu perfil de investidor, onde seria possível identificar o quanto de risco você esta propenso a aceitar em sua carteira de investimentos (para saber o seu perfil de investidor é aconselhável buscar sua instituição financeira e responder ao questionário “Suitability”). No entanto, podemos considerar que você segue o padrão brasileiro de conservadorismo em seus investimentos, bastante carregado de “renda fixa” , mas propenso a conhecer novos produtos para pequenos investimentos.

 Sugiro, para você superar a rentabilidade apresentada na simulação, que divida seu patrimônio em 2 partes.

 A primeira parte é separar R$ 5 mil inicial e 80% de suas aplicações regulares para um fundo de renda fixa com credito privado que supere consistentemente 100% do CDI. Muitos fundos conseguem superar esse benchmark, e possuem aplicações inicias bastante acessíveis. Prefira esse investimento as NTN-Bs e a sua aplicação em imóveis.

 Para os outros R$ 5 mil iniciais, e 20 % de suas aplicações mensais (R$100,00), podemos ser um pouco mais arrojados, buscando atingir uma rentabilidade superior do que a renda fixa. Como sua disponibilidade atual é pequena para ser investida diretamente em ações (coma na sua atual carteira de ações de Vale e Itau), uma excelente alternativa são os fundos de ações.

 Os fundos de ações são, para a grande maioria dos investidores, a melhor alternativa para seus investimentos em renda variável. Apresentam vantagens como liquidez, diversificação e uma gestão profissionalizadas dos seus investimentos. Com ele você estará bem atendido para atingir sua meta de longo prazo na aposentadoria. Procure gestoras com comprovada competência em sua equipe de analise, e fundos de ações que sejam considerados “Ibovespa ativo”, com a intenção de superar o bechmark. Prefira esses as ações propriamente ditas.

 E lembre-se: o resultado do seu sucesso financeiro também depende de você!

 *Fabiano Pessanha, CFP, planejador financeiro certificado pelo IBCPF