Como escolher as melhores ações para se aposentar com dividendos

Especialistas afirmam que a estratégia pode ser muito boa para quem souber escolher as boas ações

Leonardo Pires Uller

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SÃO PAULO – Se aposentar e criar um patrimônio que possibilite viver apenas da renda gerada pelos dividendos é o grande objetivo de muitos investidores. No entanto, como escolher as melhores ações de dividendos? Essa é a dúvida de muitas pessoas preocupadas em ter uma aposentadoria tranquila garantida por essa repartição dos lucros de empresas para os acionistas.

Para o analista Allan Soares da Futura Investimentos, o histórico de pagamento de dividendos uma empresa pode ser um critério importante na hora de escolher as ações para compor a carteira, pois as boas pagadoras costumam manter esses dividendos por um longo período. No entanto, é importante lembrar que nem sempre um bom histórico garantirá um bom dividendo para sempre. O analista Pedro Galdi, da SLW, completa: “O mercado é de risco e isso deixa tudo mais variável. É só observar o que aconteceu com as empresas do setor elétrico, que eram ótimas pagadoras de dividendos e sofreram após as intervenções do governo (em 2012)”.

Ainda segundo Galdi, outro importante aspecto na hora de escolher uma ação de dividendos é a saúde financeira da empresa. Para isso, é preciso analisar os balanços trimestrais e ficar sempre atento aos números divulgados pela empresa. “Ou o investidor acompanha isso pessoalmente [o que exige conhecimento e alguma dedicação], ou contrata uma consultoria”, aconselha Galdi.

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Soares, da Futura, afirma que um dos principais pontos que devem ser analisados no balanço da empresa é a capacidade de geração de caixa – as empresas muito endividadas e com baixa geração de caixa dificilmente pagarão bem para os acionistas. 

Para avaliar a geração de caixa da empresa, o investidor deve olhar para o Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) no balanço da companhia, que mostra o quanto uma empresa gerou através de suas atividades operacionais antes da incidência do Imposto de Renda e de outras obrigações financeiras. Com isso, é possível constatar a produtividade e eficiência da empresa.

Segundo relatório recente do HSBC, para este ano, a empresa que deve pagar o maior dividendo é a Oi (OIBR4), com yield de 16,7%. Na sequência aparecem Light (LIGT3) e AES Tietê (GETI4), conforme a tabela a seguir:

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Empresa Código Dividend Yield
Oi OIBR4 16,7%
Light LIGT3 16,3%
AES Tietê
GETI4 13,1%
CESP CESP6 10,5%
Sofisa SFSA4 10,1%
Cemig CMIG4 10,0%
Contax CTAX4 8,9%

Cálculo do dividend yield
Para calcular o valor do dividend yield – rendimento dos dividendos em relação ao preço da ação – é feita uma divisão do valor esperado em dividendos pelo preço da ação. Isso quer dizer que se a ação estiver com um preço baixo, maiores serão os dividendos distribuídos. Diante disso, além do valor dos dividendos, é importante analisar as pespectivas para a empresa e para os preços da ação no longo prazo, pois quanto mais barata ela estiver, maior será o percentual de dividendos pago.

Preço das ações
Na opinião do analista Pedro Galdi, a variação no preço das ações não deve ser o foco principal do investidor na hora de escolher as boas pagadoras de dividendos. “O investidor não deve se preocupar tanto com o valor da ação nesse tipo de estratégia”, ressalta.

Sobre a hora de realizar trocas na carteira de dividendos, Allan Soares afirma que a temporada de divulgação de resultados trimestrais pode ser um bom momento para rever o portfólio. Também é importante que o investidor entenda os motivos de uma determinada ação ter pagado baixos dividendos no período em questão antes de se decidir se quer vender ou não os papéis.

Ambos os analistas ressaltam que a estratégia de viver de dividendos na aposentadoria pode ser um bom caminho para manter o padrão de vida depois que parar de trabalhar, desde que o investidor tenha a disciplina para investir contantemente e reinvestir os dividendos ao longo da fase de acumulação dos recursos.