Bancos se esforçam para vender PGBL no final do ano; vale mesmo a pena?

Quem contrata um PGBL consegue deduzir até 12% da renda tributável ao ano da base de cálculo do Imposto de Renda

Diego Lazzaris Borges

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SÃO PAULO – Com a proximidade do final do ano, é comum que gerentes de banco entrem em contato com seus clientes questionando se há interesse em investir em PGBL (Plano Gerador de Benefícios Livre), com o argumento de que você poderá abater do imposto de renda devido de 2012, mas para isso precisa investir até o último dia do ano.

De fato, quem contrata um PGBL consegue deduzir até 12% da renda tributável ao ano da base de cálculo do Imposto de Renda. Isso significa que a pessoa poderá pagar menos IR agora, colocar o dinheiro para render e só acertar as contas com o Leão no momento do resgate do plano. Este benefício, no entanto, só é concedido para quem entrega a declaração completa do IR.

Mesmo assim, especialistas da área lembram que é importante pensar bem e analisar se este tipo de plano é a melhor opção para você. “Existem muitas variáveis e o processo de escolha é complexo. Quem investir neste produto deve ter um horizonte de longo prazo e ser muito disciplinado”, afirma o economista e professor de finanças, Richard Rytenband.

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O que analisar antes de contratar um PGBL
O economista lembra que o investidor deve analisar alguns pontos-chave para decidir contratar um PGBL:

* Declaração do Imposto de Renda Completa e contribuição para Previdência Social

* Pesquisar os custos do fundo: Taxa de Administração e Taxa de Carregamento (cobrada, por alguns fundos, sobre os aportes feitos pelo investidor).

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Um levantamento efetuado recentemente pela Keyassociados mostrou que as taxas cobradas pelas instituições financeiras nos planos de previdência podem fazer uma diferença de mais de 30% no total de recursos acumulados. Segundo o levantamento, se o investidor aplicar R$ 1 mil por mês, com taxa de carregamento de 4% e a taxa de administração também de 4%, seriam acumulados, ao longo de 30 anos, R$ 475,5 mil (com base em um retorno de 6% ao ano). Mas, caso a taxa de administração fosse de 2% e não haja taxa de carregamento, o valor acumulado seria de R$ 694,9 mil, uma diferença de 31,5%. Portanto, o investidor deixaria de ganhar R$ 219,4 mil.

* Pesquisar histórico do Gestor, composição da Carteira do Fundo

* Outro ponto importante diz respeito ao regime de tributação, que pode ser regressivo ou progressivo. Na tabela progressiva, a alíquota do Imposto de Renda segue as mesmas regras aplicadas aos salários e aumenta de acordo com o valor que você vai receber do plano.

Já a tributação regressiva foi criada justamente para estimular as aplicações de longo prazo – que devem ser o objetivo dos planos de previdência. Neste caso, a alíquota diminui com o tempo e é calculada de acordo com a data de cada contribuição ou aporte. Veja a tabela regressiva:

Período de aportes

Alíquota de IR

Até 2 anos

35%

de 2 a 4 anos

30%

de 4 a 6 anos

25%

de 6 a 8 anos

20%

de 8 a 10 anos

15%

Mais de 10 anos

10%

Isso quer dizer que, se você optar pela tabela regressiva e resgatar o plano em até dois anos (o que não é aconselhado se tratando de previdência privada), vai pagar um imposto bem alto por isso (alíquota de 35%). “Se a pessoa precisar deste dinheiro num prazo inferior ao planejado terá perdas consideráveis”, pontua Rytenband. Já se fizer aportes por mais de 10 anos, o imposto será muito menor, de apenas 10%.

Independência financeira
Por fim, o economista lembra que quem quer atingir a independência financeira deve primeiro se responsabilizar pelos próprios recursos. “Se a pessoa quer acumular riqueza, ela deve ter a consciência que precisa criar sistemas de negócios, ao mesmo tempo em que investe no mercado financeiro, sempre olhando os ativos que apresentam o melhor risco x retorno. Além disso, as trocas na carteira são necessárias com o passar do tempo”, afirma.

Na opinião dele, o investidor deve ser muito disciplinado para conseguir acumular recursos. “Não defendo que as pessoas tenham como objetivo a aposentadoria, mas sim a independência financeira”, conclui.

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Diego Lazzaris Borges

Coordenador de conteúdo educacional do InfoMoney, ganhou 3 vezes o prêmio de jornalismo da Abecip