Quanto rende a poupança hoje? Como ela é calculada?

Desde maio de 2012 estão em vigor as novas regras para o cálculo do rendimento da poupança

Weruska Goeking

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SÃO PAULO – A poupança iniciou sua história no Brasil em 1861, quando Dom Pedro II assinou um decreto para a criação da Caixa Econômica Federal e das cadernetas – conhecidas assim até hoje porque antigamente os valores poupados e os rendimentos eram anotados em cadernos.

De lá para cá, 157 anos se passaram e a poupança segue mantendo seu favoritismo entre os brasileiros. Segundo dados da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), até março deste ano, 38,7% de todos os recursos investidos do varejo bancário estavam na caderneta, com 59,715 milhões de pessoas físicas com contas poupança.

Desde maio de 2012 estão em vigor as novas regras para o cálculo do rendimento da poupança. As aplicações feitas após essa data, a rentabilidade é de 0,5% ao mês, ou 6,17% ao ano, mais o valor da TR (Taxa Referencial). Esse cálculo vale apenas quando a taxa Selic for igual ou inferior a 8,50% ao ano.

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Quando a Selic estiver abaixo de 8,50%, a poupança rende 70% da Selic mais o valor da TR. Com o patamar atual da taxa básica de juros em 6,50%, a caderneta tem rentabilidade de 0,37% ao mês, ou 4,55% ao ano, o equivalente a 70% da Selic mais TR.

Para os valores depositados antes de 3 de maio de 2012, quando entrou em vigor o novo cálculo, a rentabilidade é de 0,5% ao mês, ou 6,17% ao ano, mais TR, independente do valor da Selic vigente.

A rentabilidade é calculada no “aniversário da poupança” mensal, ou seja, no dia de sua abertura. Quem fizer o saque da poupança no dia 2 e o aniversário for no dia 3, por exemplo, perde a rentabilidade do último mês.

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Mas o que é a TR?

A Taxa Referencial surgiu no início da década de 1990, durante o Plano Collor II, com o objetivo de ajudar a controlar a inflação do país na época. Após o período de hiperinflação, a TR é usada para correção da poupança FGTS, títulos públicos e até mesmo alguns financiamentos imobiliários.

O Banco Central é responsável por calcular a TR após uma pesquisa com os principais bancos do país com base nas taxas de juros dos CDBs (Certificado de Depósito Interbancário).

Veja o rendimento da TR nos últimos 10 anos:

Ano Taxa TR
2018* 0%
2017 0,60%
2016 2,01%
2015 1,80%
2014 0,86%
2013 0,19%
2012 0,29%
2011 1,21%
2010 0,69%
2009 0,71%

Fonte: Banco Central
*acumulado até 19 de junho

Quando vale a pena colocar o dinheiro na poupança?

A resposta mais direta é nunca. As características vistas como vantajosas da poupança podem ser divididas em quatro – e todas elas são encontradas em outras aplicações de renda fixa:

> são isentas de imposto de renda e taxas de administração
> têm liquidez diária
> permite aportes de valores baixos
> são garantidas pelo FGC (Fundo Garantidor de Crédito)

Do ponto de vista da isenção de impostos e taxas, há outras aplicações em renda fixa que são isentas. São os casos da LCI (Letra de Crédito Imobiliário) e da LCA (Letra de Crédito Agrícola), que também são protegidas pelo FGC.

Além dessas alternativas, existem ainda CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários), CRA (Certificado de Recebíveis do Agronegócio) e debêntures incentivadas, que também são ativos isentos de impostos e taxas, mas não têm cobertura do FGC.

Por isso, é importante observar o rating atribuído ao título. Nas corretoras, é possível verificar a avaliação das agências de ratings. Tal qual os países são avaliados e recebem uma nota de acordo com seu risco, muitas aplicações também vêm com esse “selo” que ajuda os investidores a escolher os títulos mais seguros.

Para quem precisa de uma reserva de emergência e possibilidade de retirada imediata do valor aplicado, existem os CDBs de liquidez diária, em que é possível sacar seu dinheiro a qualquer momento. Os CDBs pagam imposto de renda, mas sua rentabilidade costuma ficar acima da poupança mesmo após os descontos.

O Tesouro Selic também é uma possibilidade de aplicação para eventuais emergências, mas seu saque é liberado um dia útil após a solicitação do valor. Como o próprio nome diz, a rentabilidade está atrelada ao valor da Selic em sua totalidade, enquanto a poupança paga apenas 70% da taxa. Há incidência de imposto de renda, mas o valor líquido ainda é maior que da caderneta.

Os títulos são têm garantia do FGC, mas são atrelado à dívida do governo, ou seja, o investidor só não recebe se o país quebrar. Se isso acontecer, muitos bancos e cadernetas de poupança já terão desmoronado no caminho.

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