De turbulência política na Europa ao temor com EUA: o cenário externo que se desenha para 2019

2018 terminou com muitas dúvidas nas maiores economias do mundo e temores devem guiar humor do mercado este ano

Rodrigo Tolotti

(Shutterstock)

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SÃO PAULO – Se 2018 começou com um clima positivo nos mercados externos, em especial nos Estados Unidos, o ano terminou com o cenário praticamente oposto e investidores tensos sobre o futuro da economia mundial. E, ainda que as principais bolsas internacionais tenham subido no começo de janeiro, as perspectivas econômicas para 2019 não são das melhores.
O medo de uma recessão na maior economia do mundo, junto com os riscos da guerra comercial entre Estados Unidos e China, além da crise enfrentada por Itália e França deixam o cenário para este ano segue bastante nebuloso.
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O grande temor é a situação da economia americana. Muitos analistas acreditam que o ciclo de crescimento em alta está perto do fim, depois de oito anos de expansão. E alguns acreditam que o país pode entrar em recessão. Em 2018, o rendimento dos títulos do Tesouro de prazo mais curto superou os de prazo mais longo, o que costuma indicar que pode haver recessão.

Diante dessa perspectiva, começa a mudar também a visão dos investidores e analistas sobre as decisões do Federal Reserve, o banco central americano, gerando insegurança sobre o que irá acontecer.

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Há quem já comece a falar no fim do ciclo de alta de juros no próximo ano, enquanto alguns economistas apenas reduziram as projeções para uma ou duas elevações. O Goldman Sachs, por outro lado, agora vê o Fed dando uma pausa em sua reunião de março, mas retomando o ritmo nos meses seguintes, levando a um cenário de três altas em 2019.

Europa
Os desafios para a Europa são muitos. Um dos assuntos que mais preocupam é a crise orçamentária italiana. Apesar de o Parlamento do país, no apagar das luzes de 2018, ter conseguido votar a lei orçamen tária ao finalmente chegar a um acordo com a União Europeia, a situação econômica crítica da Itália segue no radar. O governo italiano gostaria de mais espaço para gastos, algo que a UE era contra.

Depois de muita negociação, o país acabou melhorando a sua meta de déficit fiscal, além de reduzir as projeções de crescimento da economia para evitar a abertura de um procedimento de infração. Porém, o governo atual segue sendo uma fonte de pressão para toda a zona do euro durante esse ano.

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A situação fica ainda mais difícil diante dos grandes protestos que atingiram a França neste final de ano, criando uma crise no governo de Emmanuel Macron que acaba se estendendo em um ambiente de polarização no mundo e disputas políticas na sociedade.

Para coroar o complicado 2019 da Europa, o Brexit está emperrado. A primeira-ministra Theresa May não conseguiu votar o acordo com parlamentares britânicos e agora há um grande risco de o Reino Unido deixar a União Europeia definitivamente, o que está previsto para março, mas sem um acordo, o que pode gerar uma grande confusão na região por conta da falta de entendimento de como ficará a situação.

China

Após um 2018 de desaceleração, a preocupação do mercado está para o que pode acontecer com o gigante asiático nos próximos meses, principalmente em um cenário em que cresce a tensão por conta da guerra comercial com os EUA.

Em geral, a tendência é que o crescimento continue a cair no ano que vem, o que pode levar a uma mudança nas políticas chinesas e afetar o mercado global. Muito além da disputa com os americanos, que por si só já preocupa, o ambiente econômico chinês já não é o mesmo que foi um dia.

O cenário é incerto e a volatilidade deverá aumentar, sendo necessário um acompanhamento mês a mês sobre a capacidade da China em seguir com seu forte crescimento.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.