Os 10 maiores erros ao fazer um planejamento financeiro e como evitá-los

E o pior: muitos desses investidores acreditam que estão no caminho certo

Giovanna Sutto

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SÃO PAULO – O brasileiro ainda não possui uma cultura de investimento e muitas pessoas fazem um planejamento financeiro equivocado e sem metodologia ao aplicar seu dinheiro, o que causa uma série de prejuízos financeiros. E o pior: muitos desses investidores acreditam que estão no caminho certo.

“Atendemos clientes que chegaram achando que, por diversificarem o patrimônio estariam seguros. Quando lhes perguntavam qual era o critério e metodologia ficavam simplesmente perdidos em suas respostas. Outros deixavam grande parte em imóveis, com uma mentalidade de que era seguro de várias décadas passadas”, explica Fernando Marcondes, planejador financeiro da GGR Planejamento Patrimonial.

Assim, Marcondes listou a série dos maiores erros ao fazer o planejamento financeiro e como evita-los para que você lucre mais. Confira:

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1. Planejar considerando apenas seus investimentos financeiros e imóveis: Uma alocação patrimonial não adequada pode impactar em falta de proteção e, até, perdas. Um planejamento de longo prazo deve contemplar estratégias de construção de Patrimônio e Previdência, assim como a Proteção do que for construído.

Para construir um patrimônio temos de ter o hábito consistente de pensar em longo prazo, disciplina para gastar menos do que ganhamos,  poupar o excedente e planejar, considerando que o pior possa acontecer. Assim o especialistas orienta que você diversifique em: financeiro (investimentos financeiros, Orçamento, Fluxo de caixa), imobilizado (imóveis, ativos não financeiros – quadros, jóias, etc), societário (empresa própria, sociedade) e familiar (segurança, sucessão e previdência). 

2. Construir Patrimônio não é o mesmo do que previdência: Previdência é uma parte de seu patrimônio, construir previdência é buscar a tranquilidade para seu futuro financeiro, é edificar uma base financeira sólida, capaz de sustentar e/ou complementar suas atividades com recursos gerados a partir de seu próprio patrimônio. Para construir e preservar o patrimônio é preciso eficiência para alocar recursos. Tempo, dinheiro e energia.

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3. Para proteger o que foi construído não basta ter liquidez e previsibilidade nos resgates: Para preservar é preciso conseguir manter o poder de compra, garantindo que se possa comprar, com o mesmo montante corrigido, as mesmas coisas que compramos hoje ou pretendemos comprar no futuro, mantendo o mesmo nível de vida que temos ou queremos ter.

4. “Automedicação”: Entenda que o que os outros fazem nem sempre será bom para você também. É importante fazer uma pesquisa de acordo com seus recursos e intenções antes de seguir um conselho que leu na internet ou que um amigo disse. Uma consultoria bem remunerada, paga diretamente pelo cliente, evita a tentação de uma possível indicação com conflito de interesse, tornando seu planejamento, com certeza, mais adequado para seu patrimônio.

5. Não pensar que coisas ruins e boas possam ocorrer em longo prazo: A vida e os mercados são imprevisíveis em longo prazo. Temos de estar preparados para os bons e maus momentos e para isso um planejamento eficiente é crucial. Emergências podem ocorrer, como, por exemplo, perder o emprego, ficar doente, perder um membro da família, passar por uma dificuldade financeira, entre outros problemas, e também oportunidades boas que podem aparecer como um imóvel com um preço viável, a possibilidade de comprar algo bom e barato e abrir um negócio. 

6. Perder o poder de compra sem perceber: É muito comum pensar: “Trabalho mais do que meus pais trabalhavam, ganho mais, mas não consigo manter o mesmo nível de vida que eles tinham a 30, 40 anos atrás. O custo de vida é muito mais caro hoje”. Segundo o especialistas, issto acontece não porque estamos ganhando menos, mas, sim, porque perdemos o poder de compra de nosso patrimônio.

Por exemplo, se seu patrimônio total render 1% ao ano abaixo do que for a variação de sua inflação pessoal (quanto variou seu plano de saúde, a escola de seus filhos, se consegue comprar as mesmas coisas no supermercado, custos de manutenção de seu imóvel, o carro etc.) ao final de 40 anos, o montante que você tinha, mais a remuneração obtida com seus investimentos, compra o equivalente a 65% do que comprava 40 anos atrás, uma perda real de 35% de seu poder de compra.

Outro motivo que pode ser observado é o fato de considerar o retorno bruto sobre o patrimônio, que pode até superar a perda do poder de compra de seu patrimônio, mas, se descontar o imposto que é cobrado sobre seu ganho, que impacta diretamente em um retorno menor, na realidade, seu patrimônio pode não ser capaz de comprar as mesmas coisas se comparado ao mês, ano passado, perdendo, assim, poder de compra.

7. Planejar pensando em curto prazo: Normalmente quando fazemos um planejamento, pensamos em não correr riscos, ter resgates previsíveis e sem oscilações, mas a previsibilidade e risco baixo podem acabar saindo caro, pois, em curto prazo, podem não remunerar seu patrimônio o suficiente para garantir que esses recursos continuem, em longo prazo, comprando as mesmas coisas e mantendo o mesmo padrão de vida que tem hoje, sem ser preciso colocar dinheiro extra.

Para preservar o poder de compra, devemos remunerar nosso patrimônio acima da variação de nosso custo de vida. Para tanto, é preciso procurar, também, investir em ativos com alto retorno esperado. Para que isso ocorra, temos de aceitar uma oscilação de preços mais alta e maiores riscos, afinal, ninguém quer investir em um ativo com alta volatilidade se não for recompensado de alguma forma.

A aversão às oscilações dos ativos de longo prazo não traz a possibilidade de se buscar retornos altos e, assim, ter a possibilidade de melhor proteger seu poder de compra.

8. Falta de diversificação dos investimentos: Investidores que acreditam estar protegidos, por exemplo, por terem diferentes vencimentos de títulos de Renda Fixa de diversos emissores (Governo, Bancos, Empresas), pode estr enganados. Na realidade, eles estão expostos a uma única classe de risco, o da renda fixa. Neste caso, se a taxa de juros subir, eles perdem, se cair eles ganham.

Em contrapartida, se eles tiverem, ao mesmo tempo, investimentos, também, em outros tipos de risco, a perda em um investimento pode ser amenizada com o retorno de outros investimentos como, por exemplo, o Dólar e o Ouro, as Ações. A diversificação é um seguro gratuito em momentos de crise, é o que evita, ou poderá evitar, grandes perdas. 

9. Basear suas decisões influenciado pela emoção: Sempre que agimos movidos pela emoção, corremos o risco de não ouvir nosso lado racional e, assim, acabar tomando decisões erradas. Nos investimentos não é diferente. Por exemplo, é comum observar a entrada de muitos investidores aplicando em um ativo depois que ele valoriza muito e, quando cai, o oposto acontece, podemos chamar isto de “efeito manada”. Outro exemplo é a “moda”, quando muita gente fala que é bom um certo investimento, influenciando outros investidores a aplicar, mesmo que não seja adequado para eles.

Outro movimento comum é o de investir olhando o comportamento dos mercados. Perseguir, muitas vezes, o que se considera o melhor investimento do mês ou do ano, pode ser a pior armadilha. 

10. Não se atentar em manter a liquidez mínima necessária do patrimônio: Ninguém passa dificuldades financeiras por falta de patrimônio, mas, sim, por falta de liquidez. A falta da manutenção de uma parcela recomendável da carteira em investimentos líquidos e de baixo risco impede que possamos ter a liberdade de não precisar resgatar nossos investimentos com retorno alto esperado em longo prazo, assim temos de estar preparados para atender qualquer emergência que aconteça, sem precisar resgatar os investimentos de longo prazo.

Giovanna Sutto

Repórter de Finanças do InfoMoney. Escreve matérias finanças pessoais, meios de pagamentos, carreira e economia. Formada pela Cásper Líbero com pós-graduação pelo Ibmec.