Facebook entra com pedido para abrir capital nos EUA; saiba como participar

Segundo especialistas, participar de um IPO nos EUA é complicado e não é indicado para pequenos investidores

Diego Lazzaris Borges

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SÃO PAULO – O Facebook entrou na última quarta-feira (1) com um pedido na SEC (Securities Exchange Comission) – órgão que regula o mercado norte-americano – para abrir seu capital na bolsa de valores.

De acordo com o prospecto preliminar, a rede social planeja levantar US$ 5 bilhões com o IPO (Oferta Inicial de Ações, na sigla em inglês), mas essa quantia é usada apenas para calcular as tarifas de registro para a SEC. As expectativas dos analistas internacionais é que o tamanho real da oferta atinja US$ 10 bilhões.

Os brasileiros também podem participar da oferta, mas, segundo especialistas, o procedimento para reservar ações negociadas em outro país é complicado e não é indicado para pequenos investidores.

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“Em primeiro lugar, é preciso ter uma conta em um banco nos Estados Unidos e abri-la não é tão simples”, afirma o analista-chefe da corretora SLW, Pedro Galdi. “Existem exigências fortes das instituições lá de fora para que você abra a conta e possa participar de uma oferta inicial de ações”, completa.

Além disso, ele lembra dos riscos cambiais, já que as operações seriam feitas em dólar. “Além do risco natural do mercado de renda variável, você ainda tem o risco do câmbio”, afirma Galdi. 

Para investidores “profissionais”
O economista-chefe da corretora Souza Barros, Clodoir Vieira, concorda que participar de uma oferta inicial nos Estados Unidos não é um procedimento simples e ressalta que apenas investidores com muita experiência e que possuam muitos recursos devem participar.

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“Este tipo de operação é para investidor “profissional”, que já conhece os trâmites de investimentos em outros países. Aqueles que já têm conta lá fora, por exemplo”, diz Vieira.

De acordo com Galdi, não valeria a pena participar de uma operação deste tipo com um volume baixo de ações. “Não compensa entrar e comprar 100 ações. Tem uma série de procedimentos burocráticos, é preciso declarar Imposto de Renda lá nos EUA e, se trouxer dinheiro para o Brasil, ele também será tributado”, explica.

Além disso, quem investe em ações pensando no longo prazo precisa estar atento aos fundamentos das companhias e, para isso, é importante acompanhar os balanços ou, no mínimo, ler os relatórios das corretoras sobre a empresa. “Fica muito mais difícil ter acesso a essas informações, se você investir em uma empresa listada em uma bolsa dos EUA”, lembra o analista da SLW.

BDRs
Outra maneira do pequeno investidor brasileiro operar com ações de empresas internacionais é por meio dos fundos que investem em BDRs Nível 1 não patrocinados (Brazilian Deposit Receipts – recibos de ações de empresas estrangeiras negociadas na bolsa brasileira).

“O investidor pode esperar que as ações façam sucesso e entrem como BDRs na Bovespa”, afirma Galdi. “Muitas empresas importantes já são listadas dessa forma na bovespa e recentemente foram anunciadas novas companhias, como a Ford e a Philip Morris”, afirma.

Dados da oferta
Com base no calendário usual de IPOs, a rede social pode fazer sua estreia no mercado de capitais no meio do ano. De acordo com o prospecto, a empresa gerou US$ 3,71 bilhões em receita e teve lucro líquido de US$ 1 bilhão no ano passado – um salto de 65% em relação a 2010, quando o saldo líquido foi de US$ 606 milhões.

O Facebook nomeou os bancos Morgan Stanley, Goldman Sachs e JPMorgan como coordenadores líderes da oferta. Outros participantes incluem o Bank of America, Merrill Lynch, Barclays Capital e Allen & Co.

Diego Lazzaris Borges

Coordenador de conteúdo educacional do InfoMoney, ganhou 3 vezes o prêmio de jornalismo da Abecip