Mercado mundial de fundos de investimentos somava US$ 23,7 trilhões no 3T10

Patrimônio líquido cresce 10,5% na passagem trimestral e chega ao maior patamar desde o segundo trimestre de 2008

Thiago Salomão

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SÃO PAULO – O balanço da indústria global de fundos de investimentos no terceiro trimestre de 2010, divulgado recentemente pelo ICI (Investment Company Institute), mostrou que o patrimônio global dos fundos mútuos dos 43 países presentes em seu universo de cobertura cresceu 10,5% na comparação com o segundo quarto do ano, indo de US$ 21,44 trilhões para US$ 23,7 trilhões – seu maior patamar desde o segundo trimestre de 2008, quando o montante total era de US$ 24,63 trilhões.

Entre julho e setembro, esses fundos tiveram uma captação líquida de US$ 150 bilhões, revertendo o saldo negativo visto no segundo trimestre, quando os resgates superaram as aplicações em US$ 91 bilhões, informa o instituto. Os fundos de longo prazo e de bonds foram os destaques, com o primeiro conseguindo aumentar sua captação líquida de US$ 156 bilhões para US$ 194 bilhões e o segundo mostrando evolução de US$ 106 bilhões para US$ 165 bilhões.

Por outro lado, os fundos de ações registraram seu primeiro saldo negativo de captação desde o primeiro trimestre de 2009, relatando no terceiro quarto de 2010 captação deficitária em US$ 21 bilhões. Já os fundos Money Markets, que investem em ativos de dívida de curto prazo e alta liquidez, viram a saída líquida de investimentos cair de US$ 247 bilhões para US$ 44 bilhões na passagem trimestral, mostra o ICI.

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Brasil tem a 4ª maior captação do trimestre
Analisando a captação de cada país, o Brasil conseguiu uma posição de destaque ao registrar um saldo positivo de US$ 20,394 bilhões, o quarto maior do trimestre, ficando atrás apenas de Estados Unidos (US$ 60,62 bilhões), Luxemburgo (US$ 54,185 bilhões) e Reino Unido (US$ 23,455 bilhões). Os fundos mútuos japoneses também tiveram um resultado significativo de captação, ao atraírem US$ 20,365 bilhões no período.

Na ponta negativa, o principal destaque ficou com os fundos mútuos da França, que viram os resgates superarem as aplicações em US$ 18,59 bilhões. Ainda na Europa, os fundos espanhóis e italianos relataram saques de US$ 5,356 bilhões e US$ 5,209 bilhões, respectivamente. Já na Ásia, Coreia do Sul (-US$ 8,185 bilhões), Índia (US$ -5,52 bilhões) e China (-US$ 2,495 bilhões) lideraram as retiradas.

No entanto, ao analisar os números por continente, todas as principais regiões do planeta tiveram saldo positivo de captação. Segundo o ICI, dos US$ 150 bilhões líquidos que entraram na indústria, US$ 86,145 bilhões foram para fundos do continente americano, US$ 58,701 bilhões para a Europa, US$ 3,942 bilhões para a África do Sul – única representante do continente africano na base de dados do ICI – e US$ 1,227 bilhão para a Ásia.

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Distribuição patrimonial
Os fundos mútuos dos Estados Unidos continuam tendo a maior participação sobre o patrimônio global da indústria, respondendo por US$ 11,267 trilhões dos US$ 23,7 trilhões, como mostram os dados trimestrais do ICI. Logo atrás, aparecem Luxemburgo, com US$ 2,438 trilhões, França, com US$ 1,669 trilhão e Austrália, com US$ 1,313 trilhão. Os fundos do Brasil aparecem com o sexto maior patrimônio do planeta, tendo fechado o terceiro trimestre de 2010 com US$ 922,663 bilhões em ativos sob administração.

Composição dos fundos
Diante dessa movimentação de capital, o relatório mostra que 40% do patrimônio global dos fundos mútuos está alocado em ações. Bonds e Money Markets aparecem logo atrás, respondendo por 22% e 19%, respectivamente, das aplicações desses fundos. Os fundos balanceados, que investem tanto em renda fixa quanto em renda variável, correspondem a 11%, enquanto os 8% restantes estão aplicados em outros tipos de ativos.

Ao todo, 68.863 fundos mútuos foram levantados pela ICI no terceiro trimestre de 2010, 43 a mais do que no período anterior. 40% deles são fundos de ações, enquanto 23% são fundos balanceados. Os fundos de bonds representam 18% do total de fundos mútuos, enquanto os fundos Money Markets respondem por 5% desse total. Os 14% restantes referem-se a outras classificações de fundos.

Thiago Salomão

Idealizador e apresentador do canal Stock Pickers