Se a estratégia falhou, qual limite entre apostar no longo prazo e assumir prejuízo?

Na encruzilhada, definir intervalo de tempo da aplicação e otimizar o uso do "stop" podem ser pontos fundamentais; analista dá dicas

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – A volatilidade que acompanha os mercados desde o início do ano amplifica o risco ao investidor. Em uma decisão acertada, posições de curtíssimo prazo são beneficiadas entre a rotina de bruscas oscilações da bolsa, mas caso contrário, é possível ter que amargar perdas em grandes proporções.

Por outro lado, a aplicação mais conservadora foca suas atenções no longo prazo. Escolher o ativo a partir de seus fundamentos e potencial de valorização faz parte desta estratégia, que pode limitar bastante a exposição do investidor à perda.

Estas vertentes são indispensáveis na tomada de decisão. A escolha da aposta certeira na bolsa necessariamente deve conter uma análise do objetivo do investidor com aquela posição, que passa pela determinação do intervalo de tempo que se objetiva “segurar” o papel.

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É aí que surge a questão. Muitas vezes, uma aposta, seja de curto ou longo prazo, não gera a resposta esperada pelo investidor naquele período determinado. O mesmo se vê em uma encruzilhada: vender a ação e limitar o prejuízo ou segurar o papel, tornando a aposta antes de curto prazo em investimento de prazo mais longo?

Stops: perigosos para longo prazo
De maneira geral, esta questão evidencia um limite muito estreito entre “segurar um mico” e vislumbrar ganhos no longo prazo. A primeira coisa que vem à cabeça nestas situações é a famosa ferramenta de “stop” das operações.

Mas deixar uma posição entre “stops” pode penalizar uma ótima chance de investimento. “Quando se mira no longo prazo, utilizar ‘stops’ pode ser perigoso, pois o investidor sempre irá vender nos piores momentos e ter de recomprar nas fases de recuperação dos mercados”, salienta Igor Ribeiro, especialista da Tática Asset Management.

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A partir desta avaliação, fica a lição do uso do “stop” apenas para posição que objetiva se beneficiar de um determinado “momento” do ativo, e que acaba por tomar o rumo contrário à expectativa do investidor.

Fundamentos e perspectivas
Mas além desta observação, alguns passos importantes podem ajudar o investidor que se deparar com esta encruzilhada. Inicialmente, é importante diferenciar um “mico” de uma boa oportunidade de retorno futuro.

A crença em uma aposta não deve se restringir a comentários de terceiros nos famosos fóruns do mercado ou alguma recomendação de investimento. É necessário conhecer o papel que está se investindo, evitar a aplicação meramente especulativa.

Uma boa fonte de informações são os relatórios trimestrais divulgados pelas empresas. A avaliação de pontos como a estrutura de custos, fontes de receita e eficiência operacional pode oferecer uma boa idéia do potencial de crescimento orgânico da empresa. O restante é a análise das perspectivas setoriais e potenciais premissas macroeconômicas impactantes.

“Se o investidor acompanha a empresa de perto, confia no setor, no management da companhia e acredita que a empresa se encontra sub-avaliada, não há motivo para se preocupar”, ressalta Ribeiro.

Reconhecendo um “mico”
Estes passos são triviais para qualquer decisão de investimento, redundantes para o investidor mais experimente, mas não se pode questionar sua importância. Voltando ao limite entre o “mico” e o investimento de longo prazo, outro ponto é saber identificar uma aposta com baixa probabilidade de sucesso.

Segundo Igor Ribeiro, um “mico” é considerado o papel que não acompanha as altas do Ibovespa como um todo, mas esta classificação pode ser errônea em alguns casos: “existem ações que precisam de um tempo maior de maturação, pois não pertencem aos setores da moda, carecem de cobertura, não estão no radar dos investidores institucionais ou até mesmo passam por um momento desfavorável”.

Porém, existem os casos dos verdadeiros “micos”. Ações que diferentemente da necessidade de tempo maior de maturação, não apresentam potencial evolução substancial em meio à sua atual precificação. “Contra este tipo de ação, não há remédio”, conclui o analista.

O limite parece ser estreito entre uma boa opção de longo prazo e alocar os recursos em um ativo sem grande potencial. De maneira geral, o investidor deve avaliar bem as opções de investimento, e ainda melhor o prazo que determinará para obter o retorno esperado.