Nem rentabilidade, nem “grife”: o que faz diferença na hora de investir

Além da busca por um bom rendimento, você leva em consideração qual é o impacto de seu investimento representado por uma empresa à sociedade e ao meio ambiente?

Equipe InfoMoney

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Autor:Glenda Ferreira, Economista e Planejadora Financeira da Levante!

Na hora de comprar uma roupa, você escolhe apenas pelo estilo ou ainda leva em consideração outros fatores. Por exemplo, se pergunta se foi utilizado trabalho escravo? Ou ainda se aquele cosmético passou por testes em animais?

Quais são as suas ponderações?

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Na hora de escolher qual será o seu próximo investimento, não há dúvidas de que muitos outros pontos devem ser colocados na lista.

Mas, além da busca por um bom rendimento, você leva em consideração qual é o impacto de seu investimento representado por uma empresa à sociedade e ao meio ambiente? Ou se o fundo de investimento tem consciência de sua responsabilidade social?

A princípio, pode ser um tanto quanto desafiador incluir mais um critério no momento de escolha. Eu entendo. Mas a intenção é que você ganhe ao mesmo tempo que faz o bem.

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A tendência é que essa prática seja cada vez mais disseminada, especialmente por meio dos investimentos de impacto. A tese destes investimentos busca negócios que consigam unir retorno financeiro a uma ação social e ambiental positiva.

Ou seja: você só tem a ganhar. Assim como a sociedade.

Quem já faz isso?

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Atualmente, há filtros de sustentabilidade – entre os investidores institucionais – nas decisões de alocação. Caso da utilização de critérios ESG (ambientais, sociais e de governança, na sigla em inglês), e o impacto deve ser o próximo passo.

Mas além dos grandes investidores, não seria este o momento de questionamento das pessoas físicas? Qual é o impacto positivo das empresas que estão investindo por meio de suas ações ou instituições emissoras através de títulos de sua dívida? Onde e como o seu dinheiro está sendo utilizado?

Sem a cobrança ou atenção ao assunto, as instituições se veem a cada dia com menor necessidade de adotar novas práticas. Seguem apenas com o que já está dentro de suas obrigações.

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Por isso, quanto mais questionamentos e conversas sobre o tema, melhor.

Iniciativas tupiniquins

No Brasil, a indústria de fundos sustentáveis deu os primeiros passos em 2005, com o lançamento do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) pela BM&FBovespa, negociado como código ISUS11.

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Parênteses para esclarecimento: os fundos de índice são cotas que contém várias ações de empresas segundo alguns critérios.

Mais conhecido como ISE, é um indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de empresas com reconhecido comprometimento com a sustentabilidade empresarial, baseada em eficiência econômica, equilíbrio ambiental, justiça social e governança corporativa.

Para participar do índice, as 200 empresas mais líquidas da Bolsa passam por um processo seletivo e respondem a um questionário cujas respostas devem vir acompanhadas de documentos que comprovem as práticas. A metodologia foi desenvolvida em parceria com o Centro de Estudos em Sustentabilidade (GVces) da Fundação Getúlio Vargas.

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Atualmente, 30 empresas fazem parte da 13ª Carteira do ISE, que irá vigorar até 4 de janeiro de 2019. O valor de mercado delas passa de R$ 1 trilhão, o equivalente a 41,4 % do valor total das companhias negociadas e listadas na B3.

Particularmente, considero o número bem alto. Será que quase metade das empresas listadas realmente cumpre ou promove iniciativas sustentáveis do ponto de vista social, econômico e ambiental?

Ou ainda, um questionário respondido pelas próprias empresas é capaz de abranger toda a importância do tema?

Este é um questionamento que deveria ser comum ou ainda, recorrente quando falamos de investimentos. Mas, ainda que não seja o cenário ideal, é uma iniciativa que temos disponível aos investidores.

Após a criação do ISE, outros fundos de índice surgiram, como o Índice Carbono Eficiente (ICO2), que privilegia empresas com menor produção de gases de efeito estufa através da ponderação de portfólio. É negociado na Bolsa com o código ECOO11. O principal objetivo é incentivar as empresas a aferir, divulgar e monitorar suas emissões de gases de efeito estufa.

Ademais, os grandes bancos costumam ter fundos com este foco, como alguns com
incorporação ESG. Para os fundos de ação, há principalmente dois critérios: que não investem em setores “ruins” como tabaco e armamento, ou ainda, em setores que apesar dos impactos negativos, buscam em contrapartida alternativas positivas à sociedade.

Doação que não mexe no seu bolso

Existem também alguns fundos que doam a taxa de administração para projetos sociais ou outras causas.

Vide o AZ Quest Azimut Impacto, um fundo multimercado que aplica em outros dois fundos conservadores da casa, compostos por títulos de emissões bancárias, debêntures, juros, moeda e ações.

O retorno proposto está acima do CDI no longo prazo e com liquidez.

Para a resolução de impacto, a gestora doa parte da taxa de administração de 1% cobrada dos cotistas à aceleradoras e incubadoras de negócios de impacto. E você, investidor, fica com todo o retorno.