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SÃO PAULO – Na prática, a provável alteração na cobertura do FGC (Fundo Garantidor de Crédito) não deve trazer nenhuma mudança para o investidor, especialmente para aqueles que detêm menos de R$ 1 milhão em aplicações.
No entanto, se as regras não forem “muito claras e muito bem explicadas”, bancos pequenos e médios podem sair no prejuízo e até ficar sem recursos, segundo Betty Grobman, especialista em finanças e investimentos e professora da B3, BSG Treinamento e Saint Paul Escola de Negócios.
Reportagens nos jornais Valor Econômico e O Estado de S.Paulo publicadas nesta terça-feira (19) afirmam que foi aprovada mudança das regras de cobertura do fundo, que passaria a ser limitada a um volume global de R$ 1 milhão por CPF, com a cobertura de R$ 250 mil por emissor sendo mantida. A mudança teria sido aprovada em assembleia geral extraordinária por unanimidade dos participantes.
A entidade também teria fixado um prazo de 4 anos para a garantia. Com isso, o investidor que receber R$ 100 mil em caso de quebra da instituição passa a ter um limite de garantia de R$ 900 mil nos quatro anos posteriores.
Grobman avalia que, sem as informações adequadas, investidores podem ficar “alarmados” com a novidade e retirar dinheiro de aplicações de bancos menores para reaplicar em instituições de maior porte – situação que o levaria a uma perda acumulada. Primeiro, o investidor pagaria mais impostos ao retirar investimentos antes de seu investimento, segundo, teria rendimentos mais baixos em bancos menores. Do outro lado, bancos pequenos e médios podem ficar sem recursos com eventual retirada de grandes volumes.
“Se a regra não estiver bem clara, ela traz risco sistêmico para os investimentos”, acredita a professora, lembrando que mesmo diante das crises recentes pelas quais o Brasil e o mundo passaram, em nenhum momento o país correu risco de um risco sistêmico nas instituições financeiras.
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Além disso, Grobman checou as contas do FGC e afirma que há recursos suficientes para cobrir 99% das aplicações com até R$ 250 mil (limite de cobertura por aplicação) existentes atualmente. “O balanço do FGC está ‘redondinho’, é bem gerido e os investimentos em que eles aplicam são rentáveis. Tanto que pularam – em 20 anos – de uma cobertura de R$ 20 mil para R$ 250 mil”, destaca a professora.
Diante deste cenário, Grobman acredita que a medida deve ser decorrente de lobby de grandes instituições financeiras que vêm perdendo clientes para bancos menores e corretoras, cujos investimentos costumam ter rentabilidade maior.
Contatada pelo InfoMoney, a assessoria de imprensa do FGC informou que não se pronunciará sobre o assunto. De acordo com as reportagens , a proposta ainda precisa ser aprovada pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), que tem reunião marcada para quinta-feira (21), e ser publicada no Diário Oficial da União.
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O FGC garante depósitos em conta corrente, caderneta de poupança, CDB, LCI, LCA, letras de câmbio, letras imobiliárias, letras hipotecárias e operações compromissadas.
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