Mauá decide transferir gestão de fundo de ações para Suno; mudança depende de aprovação de cotistas

Carteira tem patrimônio de R$ 50 milhões e 8.500 cotistas. Gestora, fundada pelo ex-BC Luiz Fernando Figueiredo, quer focar esforços em fundos estruturados

Mariana Segala

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Em meio a uma revisão estratégica das suas atividades, a Mauá Capital – gestora fundada por Luiz Fernando Figueiredo, ex-diretor do Banco Central – decidiu transferir a gestão do fundo Mauá Capital Ações FIC FIA para o Grupo Suno.

A operação depende de aprovação dos cotistas da carteira em uma assembleia que será convocada nesta terça-feira (14). O patrimônio líquido do fundo é de cerca de R$ 50 milhões, com mais de 8.500 cotistas. Segundo comunicado distribuído pela Suno, a Mauá Capital tomou a decisão de concentrar sua atuação em ativos alternativos, especialmente no segmento imobiliário.

A recomendação de transferência da gestão envolveu uma contrapartida da Suno. Os valores não foram revelados, mas parte do pagamento será feita em recursos financeiros e parte, em espaço publicitário nos sites mantidos pelo Grupo Suno (Status Invest, Funds Explorer e FIIs.com.br).

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Não é o primeiro movimento do tipo protagonizado pela Mauá Capital. Em setembro, a gestora já havia informado que reduziria a área de fundos multimercados, pela qual ganhou notoriedade no mercado. Na época, Figueiredo afirmou que voltaria ao papel de gestor após seis anos focando na expansão da empresa, mantendo a abordagem macroeconômica e focando na gestão de longo prazo dos fundos.

“Os últimos três anos foram muito desafiadores e, apesar do esforço, não conseguimos gerar a consistência nestes produtos da forma que os nossos clientes merecem. Por isso, estamos reduzindo e mudando o perfil dessa gestão para alocação em ativos dentro de limites bem definidos de volatilidade”, disse, em nota.

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Nos últimos nove anos, a Mauá investiu fortemente em produtos ligados à economia real. Na área de investimentos alternativos, a casa destaca que alocou no mercado imobiliário, que já concentra cerca de 80% dos R$ 5 bilhões em ativos sob gestão.

Transferência na prática

Segundo Vitor Duarte, CIO da Suno Asset, o fundo da Mauá investe em cotas de outro fundo “mãe” – ou “master”, no jargão do mercado financeiro – também administrado pela gestora. Atualmente, o patrimônio do fundo master, diz o CIO da Suno, está praticamente todo investido em cotas de ETFs que replicam a carteira do Ibovespa.

A ideia é que, aos poucos, os investimentos do fundo de ações passem a ser feitos no fundo “master” de ações da própria Suno, chamado de Suno Ações Master. “Nós vamos vender os ETF e comprar as ações que achamos que fazem sentido, que estão em nosso fundo”, explica.

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A Suno tem cerca de 4.500 cotistas no seu fundo de ações (por meio também de um fundo de cotas) e um patrimônio líquido de aproximadamente R$ 50 milhões.

Para quem é investidor do fundo de ações da Mauá atualmente, há duas opções: migrar para a gestão da Suno, caso a transferência realmente seja referendada na assembleia de cotistas, ou solicitar o resgate dos recursos aplicados.

As características comerciais do Mauá Capital Ações FIC FIA serão mantidas num primeiro momento. O investimento inicial mínimo é de R$ 1.000 e as aplicações subsequentes, de R$ 500. A taxa de administração é de 2% ao ano e a de performance, de 20% sobre o que exceder o desempenho do Ibovespa, benchmark da carteira.

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Mariana Segala

Editora-executiva do InfoMoney