Rendimento de CDBs acelera queda e prefixados passam a pagar até 9,55% ao ano

Taxas dos títulos atrelados ao CDI são vistas com pouca atratividade, mas prefixados ainda podem oferecer boas oportunidades

Leonardo Guimarães

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O ano de 2024 começou com uma tendência mantida: as taxas dos CDBs (Certificados de Depósito Bancário) seguem em queda. Os papéis com juros prefixados foram, mais uma vez, os que apresentaram os maiores recuos nas remunerações, mostra levantamento feito pela Quantum Finance a pedido do InfoMoney. O estudo mapeou 364 CDBs emitidos entre 4 e 17 de janeiro.

Nos prefixados, apenas a taxa média dos papéis com vencimento em 12 meses se manteve estável, enquanto todas as outras apresentaram queda. Nos de dois anos, o retorno médio saiu de 10,92% ao ano em dezembro para 10,45% em janeiro. A maior taxa média foi oferecida pelos papéis mais curtos, com prazo de três meses – 11,02% contra 11,22% em dezembro. 

O investimento em prefixados começa a valer a pena com taxas de 11,20% ao ano – algo ainda encontrado no mercado –, avalia Angelo Belitardo, gestor da Hike Capital. “Caso o retorno seja inferior, não acreditamos serem boas oportunidades, já que existem fundos de investimento em crédito privado com elevada qualidade e baixa volatilidade com retornos superiores a 120% do CDI ou 11,20% ao ano”, explica o especialista. 

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Retornos de CDBs prefixados de 04 a 17 de janeiro
Prazo (meses)Taxa mínimaTaxa médiaTaxa máximaNúmero de títulosEmissor da maior taxa
310,85%11,02%11,27%16Banco Daycoval
610,25%10,76%13,10%15Sinosserra Financeira
129,55%10,74%12,49%19Sinosserra Financeira
249,60%10,45%12,51%15Sinosserra Financeira
369,80%10,91%12,63%20Sinosserra Financeira
Fonte: Quantum Finance

CDBs pós-fixados

As taxas médias dos ativos atrelados ao CDI se moveram em direções mistas no período. Enquanto a remuneração média para CDBs de três, 12 e 24 meses subiu, a de papéis para seis e 36 meses recuou. 

A remuneração média dos pós-fixados de dois anos avançou de 100,77% para 101,28% do CDI, enquanto a de papéis para três meses saiu de 99,52% para 101,24%. 

A maior queda foi registrada entre os papéis com vencimento em seis meses, com taxa média de 99,34% do CDI, ante 100,64% no último levantamento. 

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Para Belitardo, CDBs pós-fixados que valem a pena são, hoje, uma exceção. O especialista diz que esses títulos “devem apresentar retorno mínimo de 120% do CDI” para serem considerados boas opções. O levantamento da Quantum Finance mostra que apenas a taxa máxima entre os títulos de três anos superou esse piso. 

O número de emissões de pós-fixados teve ligeira queda em um mês, de 228 em dezembro para 217 em janeiro. 

Retornos de CDBs indexados ao CDI de 04 a 17 de janeiro
Prazo (meses)Taxa mínimaTaxa médiaTaxa máximaNúmero de títulosEmissor da maior taxa
397,50%101,24%104,50%28Banco Votorantim / Banco Stellantis
697,50%99,34%104,50%31Banco ABC Brasil
1290,00%100,60%112,00%50Banco BMG
2498,00%101,28%110,00%59Haitong Banco de Investimento do Brasil
36100,00%101,93%122,00%49Banco Mercantil do Brasil
Fonte: Quantum Finance

CDBs atrelados ao IPCA

Nos CDBs de inflação, houve avanço das taxas médias e queda nas maiores remunerações. Destaque para a remuneração média dos papéis de 24 meses, que subiu de 5,47% para 5,71%. Já a taxa média dos CDBs com prazo mais longo, em 36 meses, subiu de 5,90% para 5,99%.

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As maiores taxas foram oferecidas pelo Haitong Brasil. Nos vencimentos mais curtos, a remuneração máxima caiu de 6,05% para 5,95%, enquanto houve queda de 6,30% para 6,25% nos prazos mais longos. 

Retornos de CDBs indexados à inflação (IPCA) de 04 a 17 de janeiro
Prazo (meses)Taxa mínimaTaxa médiaTaxa máximaNúmero de títulosEmissor da maior taxa
245,50%5,71%5,95%17Haitong Banco de Investimento do Brasil
365,70%5,99%6,25%45Haitong Banco de Investimento do Brasil
Fonte: Quantum Finance