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Os IPOs (oferta pública de ações, na sigla em inglês) no Brasil devem ser retomados no primeiro semestre do ano que vem, segundo avaliação da SulAmérica Investimentos. A mudança daria fim a um jejum que dura mais de dois anos, já que a última empresa a abrir capital na B3 foi a Vittia, em agosto de 2021.
“Vemos IPOs para sair no setor de saneamento, energia elétrica, petróleo e tecnologia. E teremos também follow-on (oferta de empresas que já são negociadas em Bolsa)”, disse Marcello Mello, presidente da SulAmérica Investimentos, em evento com jornalistas nesta quinta-feira (23), em São Paulo.
A instituição calcula que os IPOs devem movimentar R$ 20 bilhões. Juntando com os follow-ons, esperadas para uma ocorrer em uma diversidade maior de setores, a cifra sobe para cerca de R$ 50 bilhões.
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Para Mello, o processo de queda da taxa de juros e a captação de recursos, em especial via follow-on, irá ajudar na redução do endividamento das empresas.
De acordo com dados da B3, o último IPO no Brasil foi em agosto de 2021. Em relação a follow-on, neste ano foram realizados 18, totalizando R$ 29,7 bilhões, sendo o maior deles da BRF (R$ 5,4 bilhões).
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Perspectiva para ações
A SulAmérica também tem uma visão positiva para os investimentos de ações, mas reforça que alguns setores devem ter maior destaque.
Luis Garcia, diretor de investimentos da instituição, vê uma recuperação no Ibovespa e no índice de Small Caps, mas com comportamentos díspares entre os setores.
As que devem ter as maiores valorizações são as ações do setor imobiliário, preferência justificada pela queda dos juros e pelo período eleitoral.
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“É um ambiente melhor para aquelas voltadas para a baixa renda, sobretudo para as que operam o Minha Casa, Minha Vida. O presidente Lula já sinalizou que tem interesse nas eleições municipais e habitação é um tema (importante). Um ambiente de queda de juros e eleições municipais tendem a beneficiar”, contou.
Já a visão de risco vai para as empresas do setor de mineração. Para Garcia, o preço do minério de ferro subiu no exterior mesmo com a desaceleração da China, o que indica que o gigante asiático pode ter feito uma antecipação de compras para elevação dos estoques e que essa alta das commodities pode não perdurar.
Outro fator de atenção para a Bolsa é em relação às mudanças tributárias e ajuste fiscal. Isso porque há um entendimento que para cumprir as metas, o governo precisa garantir uma arrecadação melhor e alguns setores podem ser onerados.
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Renda fixa
Já para a renda fixa, a SulAmérica tem uma visão positiva para papéis de curto prazo e ainda mais para ativos de longo prazo (2 a 10 anos). A redução dos juros deve beneficiar essa classe de ativos primeiro antes de uma migração maior para a renda variável, avalia a casa.
Em relação a crédito privado, a SulAmérica espera uma demanda ainda forte, em especial devido a um movimento de migração de parte dos recursos atualmente alocados em fundos exclusivos para produtos com isenção fiscal (CRAs, CRIs e debêntures incentivadas).
“Tem muito espaço para essa migração, com demanda por empresas de bons fundamentos e com isenção fiscal”, explicou Daniela Gamboa, responsável pela área de crédito privado da SulAmérica.
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Os setores bancário e de saneamento são vistos com os mais favoráveis para crédito privado. Os bancos vão se beneficiar de um maior controle da inadimplência e as empresas de saneamento passam por uma fase de investimentos relevantes.
A SulAmérica é neutra para energia e infraestrutura e vê como arriscado o setor de varejo.
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