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Investir em K-Pop? ETF volta aos holofotes após resultado recorde de dona do BTS

Gravadora registrou US$ 1,6 bilhão em receita – mas olhar atento aos números acende alerta de investidores

Ana Paula Ribeiro

(BitHit Music/Divulgação)

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O investidor que começa a explorar o universo de investimentos no exterior rapidamente se dá conta da infinidade de ETFs (fundos de índice) disponíveis no mercado americano. E um deles voltou aos holofotes nesta semana: o Jakota K-Pop and Korean Entertainment (KPOP), negociado na Bolsa de Nova York, que investe na indústria musical sul-coreana – incluindo a companhia que é dona do famoso grupo BTS.

A gravadora e agência de entretenimento Hybe, responsável pelo fenômeno sul-coreano BTS, bateu recorde de receitas em 2023, de US$ 1,63 bilhão, alta de 23% na comparação com 2022, segundo balanço divulgado na segunda-feira (26). As ações da Hybe são negociadas na Bolsa da Coreia do Sul com alta de 10,2% em 12 meses na moeda local, o won sul-coreano. Mas, na sessão desta terça-feira (27), os papéis caíram até 7,4%. A arquirrival SM Entertainment também perdeu terreno, caindo até 4,5%.

Isso porque, apesar do recorde, os resultados da Hybe foram mal recebidos pelo mercado. No ano passado, com alguns integrantes do BTS prestando serviço militar obrigatório, a empresa dependeu de outros grupos famosos que ela também controla: as bandas Seventeen e New Jeans. Não parece ter sido o suficiente. O trimestre que encerrou em dezembro registrou lucro líquido de 46,4 bilhões de won, abaixo das estimativas de analistas. Já as vendas aumentaram 14%, o crescimento mais lento já registrado.

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ETF KPOP

O serviço militar obrigatório que tirou o BTS de cena no ano passado deve se transformar em um golpe duro também para o ETF KPOP, lançado em setembro de 2022 com o objetivo oferecer exposição às empresas listadas na Bolsa da Coreia que podem potencialmente se beneficiar do crescimento da indústria K-pop. Ele rastreia o Índice JAKOTA K-Pop, que acompanha 30 ações envolvidas na indústria do entretenimento e de meios e serviços interativos.

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“A Hybe tem vivido um ciclo de expansão nos últimos quatro anos e os lucros do ano passado foram excepcionalmente bons”, disse, em relatório, Kim Hyun-yong, analista da Hyundai Motor Securities. Mas, a “febre” que tomou conta o mundo começa a colocar em dúvida o crescimento desenfreado do setor. “Como a procura dos fãs chineses começou a cair no final do ano passado, esperamos desaceleração [na indústria] pelo menos até ao primeiro semestre deste ano”, disse Hyun-yong.

A percepção vem se refletindo no desempenho do fundo. O KPOP, registra, em dólar, um recuo de 14,2% em 12 meses. Para além da Hybe, que tem o segundo maior peso na carteira (9,46%), outras grandes empresas que fazem parte do ETF estão com quedas relevantes, como são os casos da JYP Enertainment e da Kakao.

Confira a composição do ETF KPOP:

EmpresaValor da posição Peso
KakaoUS$ 313.56010,51%
HybeUS$ 282.2109,46%
NaverUS$ 279.8009,38%
SM EntertainmentUS$ 278.6609,34%
JYP EntertainmentUS$ 238.5008,00%
AfreecatvUS$ 213.6707,16%
CJ ENMUS$ 176.6805,92%
CJ CGVUS$ 151.8305,09%
YG EntertainmentUS$ 135.3804,54%
Studio DragonUS$ 134.7804,52%
Fonte: Jakota (com base nas cotações de 26/02)

Como investir

O K-Pop and Korean Entertainment (KPOP), lançado em novembro de 2022, é negociado na Bolsa de Nova York e, para investir nesse ativo, é preciso ter uma conta em uma plataforma de investimentos de empresas brasileiras com subsidiária no exterior ou diretamente em uma corretora nos Estados Unidos.

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Seja via corretora nacional ou estrangeira, a regra de tributação será a mesma. A alíquota sobre os rendimentos ou sobre os ganhos na alienação é de 15%. Já dividendos são taxados em 30% na fonte nos EUA, e devem ser informados na declaração de imposto de renda para evitar a bitributação.

Ana Paula Ribeiro

Jornalista colaboradora do InfoMoney