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SÃO PAULO – Os entraves que impedem o crescimento e o desenvolvimento da indústria de fundos de índices no Brasil estiveram entre os principais assuntos debatidos durante o 1º Encontro Anual sobre Índices e ETFs no Brasil, realizado em São Paulo, na última semana. O evento foi organizado pela S&P Dow Jones Indices em parceria com a BM&FBovespa, contando com a participação de alguns dos principais nomes do mercado financeiro nacional e internacional.
Para Tatiana Grecco, superintendente do Itaú Asset Management, o crescimento ainda é muito restrito porque o ETF está na categoria de renda variável, que é um segmento que não tem performado bem nos últimos anos, o que dificulta atrair investidores. Apesar disso, ela ressaltou que em relação a indústria de fundos de renda variável, o ETF teve uma boa performance. “Nos últimos quatro anos, os ETFs cresceram pouco menos de 10% ao ano, enquanto os fundos de renda variável perderam patrimônio na ordem de 5%”.
No evento foi debatido também como a renda fixa pode auxiliar no desenvolvimento dos fundos de índices. Grecco acredita que criar ETFs de renda fixa pode ser uma alternativa para aumentar a procura por esses fundos, considerando o perfil conservador do investidor brasileiro e a maior popularidade desses investimentos em comparação a renda variável.
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Bruno Stein, diretor da BlackRock, defendeu que o ETF seja visto não como um produto, mas como um instrumento complementar a outros investimentos. Ele afirmou que a gestora tem crescido muito com os ETFs de renda fixa em outros mercados. E que esse movimento da BM&FBovespa de criar fundos de índices de renda fixa está alinhado com o cenário internacional. Stein afirmou ainda que é preciso dar um passo atrás nessa questão. Antes de discutir sobre ETFs é preciso debater sobre índices. “Para o fundo de índices existir é preciso que haja o índice. Isso é óbvio”.
Essa questão explica a parceria da BM&FBovespa com a S&P Dow Jones Indices, que tem como objetivo ofertar novos índices ao mercado brasileiro. A bolsa brasileira possui 24 índices listados, 14 ETFs locais e dois fundos de índices estrangeiros (S&P500). Além desse pequeno número, outra crítica que se faz é a concentração desses ETFs na mão de quatro gestores: BlackRock, Itaú Asset Management, BB DTVM (gestora de recursos do Banco do Brasil) e Caixa Econômica Federal.
Essa concentração também existe no patrimônio desses fundos. Dos R$ 3,3 bilhões de patrimônio líquido desses fundos, o BOVA11, que replica o índice Ibovespa é responsável por R$ 1,8 bilhão. E o PIBB11, que replica o índice IBRx-50 é responsável por R$ 1,02 bilhão.
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Há ainda algumas questões regulatórias a serem discutidas que podem trazer mudanças ao mercado, como a eliminação da barreira para clientes do varejo a ETFs estrangeiros e uma tentativa de facilitar o acesso dos fundos de pensão aos ETFs. “É importante essa discussão para criar uma demanda reprimida”, ressaltou André Demarco, diretor de engenharia de produtos e serviços da BM&FBovespa. Durante sua apresentação, ele disse que é preciso diversificar ainda mais o negócio possibilitando novos modelos ainda não existentes no Brasil, como ETFs alavancados, de moeda, commodities, etc.