Se ficar fora da Bolsa agora vou perder uma “oportunidade única”?

Guaraciaba Amaral, CFP, planejadora financeira certificada pelo IBCPF, responde a pergunta de leitora do InfoMoney

Equipe InfoMoney

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Pergunta:

Tenho 28 anos e um capital acumulado de R$ 50 mil para diversificar meus investimentos, pois até agora estava somente na poupança. Desde o começo do ano venho estudando os produtos disponíveis no mercado, feito cursos e lido bastante material. Meu perfil seria “moderado-agressivo”, contudo ainda não me sinto segura para injetar de 15% a 20% do meu capital em ações. Por esse motivo, pensei em investir 90% do meu capital em renda fixa e aos poucos ingressar no mercado de ações. Neste contexto, me deparo com as seguintes dúvidas:

– Estaria perdendo uma oportunidade única de ingressar na Bolsa brasileira neste momento de baixa? Ou por se tratar de um ano eleitoral, de copa, de incertezas seja melhor aguardar mais alguns meses ao invés de tentar surfar a especulação eleitoreira?

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– Parte do meu capital em ações planejo investir em small caps, pois me identifico com a ideia de, através de uma análise fundamentalista, mapear essas empresas que atualmente tem pouca visibilidade, cujas ações estão muito baratas, investir e aguardar no longo prazo despontarem. Esse tipo de investimento no contexto atual da bolsa e seria adequado ao meu perfil e capital?

– Com relação ao investimento em renda fixa, gostaria de dispor de R$ 10 mil com elevada liquidez, para casos de emergência. Pensei em alocar metade do meu capital em LCI/LCA, 25% em debêntures incentivadas e os 25% restantes em um fundo (meta de 110%CDI, taxa de admnistração de 0,7% ao ano). Mas tenho visto tantas recomendações para o tesouro direto, que fico pensando se estou escolhendo errado. Contudo, o fato de incidir IR e prazos de vencimento superiores a 3 anos me desanimam. Agora que estou começando meus investimentos não gostaria de ter uma parte significativa do meu capital “presa” por tanto tempo.

Leitora: Luana

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Guaraciaba Amaral, CFP, planejadora financeira certificada pelo IBCPF:

Primeiro é muito importante você avaliar qual a liquidez que necessita para este recurso. Pode aplicar por um ano, dois anos?

Realmente este ano teremos muita volatilidade, principalmente em mercados de ações, e neste caso a parcela de ações, deverá ter um horizonte maior de prazo.

Quanto a investir em small caps , precisa mesmo de um horizonte maior ainda, pois este tipo de ações, pode demorar um pouco mais para recuperar de uma eventual perda. E aplicações nestas ações demandam um conhecimento maior da empresa e uma análise fundamentalista. Se você tem um horizonte maior de tempo, o mais importante é a análise da situação econômica da empresa.

A sua alocação está bem diversificada, e sugiro:

R$10.000,00 com liquidez imediata – aplique num fundo DI com taxa de administração até 0,5%aa Ou tesouro direto indexado a Selic, que terá menos volatilidade e resgates a cada semana.

R$25.000,00 em LCAs /LCIs ou Debentures incentivadas ( se possível diversifique em mais de uma empresa, diminuindo o risco).

R$15.000,00 em fundo Multimercado com taxa de administração de 0,70%aa e meta de 110% do CDI. Neste momento estes fundos estão passando por uma fase de muita volatilidade em que o objetivo de 110% do CDI pode não ser alcançado.

Sugiro pensar em alocar parte em NTNB ( Notas Tesouro Nacional indexadas ao IPCA ) por um prazo superior a 02 anos. O Brasil está com a inflação ainda resistente e estes títulos rendem um coupon ( taxa de juros ) mais o que der o IPCA. Esta aplicação poderá ser feita através do Tesouro Direto, e você poderá resgatá-lo semanalmente a preços de mercado, geralmente estes títulos tem apresentado volatilidade, mas se você ficar até o vencimento terá um boa rentabilidade.

Guaraciaba Amaral é planejadora financeira pessoal e possui a certificação CFP® (Certified Financial Planner), concedida pelo Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros (IBCPF). 

As respostas refletem as opiniões do autor. O IBCPF e o Infomoney não se responsabilizam pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso destas informações. Perguntas devem ser encaminhadas para onde_investir@infomoney.com.br

Prezado Hildebrand, 

Pouco a pouco é possível ver mudanças significativas no perfil de investimento dos brasileiros. Percebemos, por exemplo, o crescimento do numero de jovens que estão disponibilizando parte de sua renda para se planejar financeiramente para a sua aposentadoria. É um movimento que tende a crescer cada vez mais ao longo dos próximos anos, especialmente com a educação financeira em curso em nossa sociedade. 

 Sua iniciativa é digna de receber elogios e servir de exemplo a outros tantos…

 Como seu planejamento para esse investimento tem um horizonte de 15 anos algumas observações importantes devem ser feitas. Em uma simulação com um investimento inicial de R$ 10.000 e aplicações regulares de R$ 500, com uma rentabilidade anual de 10%, atingiremos após 15 anos um capital de R$ 242.583, sem considerar a inflação no período. Com esse capital investido é possível viver com uma renda de aproximadamente R$ 2 mil/mês, complementando a sua aposentadoria. No entanto, a pergunta magica é como atingir essa rentabilidade para um baixo risco no investimento.

 Com as informações presentes não é possível identificar qual o seu perfil de investidor, onde seria possível identificar o quanto de risco você esta propenso a aceitar em sua carteira de investimentos (para saber o seu perfil de investidor é aconselhável buscar sua instituição financeira e responder ao questionário “Suitability”). No entanto, podemos considerar que você segue o padrão brasileiro de conservadorismo em seus investimentos, bastante carregado de “renda fixa” , mas propenso a conhecer novos produtos para pequenos investimentos.

 Sugiro, para você superar a rentabilidade apresentada na simulação, que divida seu patrimônio em 2 partes.

 A primeira parte é separar R$ 5 mil inicial e 80% de suas aplicações regulares para um fundo de renda fixa com credito privado que supere consistentemente 100% do CDI. Muitos fundos conseguem superar esse benchmark, e possuem aplicações inicias bastante acessíveis. Prefira esse investimento as NTN-Bs e a sua aplicação em imóveis.

 Para os outros R$ 5 mil iniciais, e 20 % de suas aplicações mensais (R$100,00), podemos ser um pouco mais arrojados, buscando atingir uma rentabilidade superior do que a renda fixa. Como sua disponibilidade atual é pequena para ser investida diretamente em ações (coma na sua atual carteira de ações de Vale e Itau), uma excelente alternativa são os fundos de ações.

 Os fundos de ações são, para a grande maioria dos investidores, a melhor alternativa para seus investimentos em renda variável. Apresentam vantagens como liquidez, diversificação e uma gestão profissionalizadas dos seus investimentos. Com ele você estará bem atendido para atingir sua meta de longo prazo na aposentadoria. Procure gestoras com comprovada competência em sua equipe de analise, e fundos de ações que sejam considerados “Ibovespa ativo”, com a intenção de superar o bechmark. Prefira esses as ações propriamente ditas.

 E lembre-se: o resultado do seu sucesso financeiro também depende de você!

 *Fabiano Pessanha, CFP, planejador financeiro certificado pelo IBCPF