Recebi R$ 100 mil de herança; compro uma casa ou invisto o dinheiro?

Felipe Mandarino, CFP, planejador financeiro certificado pelo IBCPF, responde a pergunta de leitor do InfoMoney

Equipe InfoMoney

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Pergunta:

Um parente meu faleceu e deixou um quantia por volta de R$ 100 mil pra mim. Fui aconselhado a só usar depois que eu completar 18 anos, tenho 17, ainda. Queria saber se é mais viável, ao invés de gastar com um apartamento ou com um carro, arriscar investir meu dinheiro em algo que gere mais renda. Sou muito ambicioso, mas eu também gosto de ter certeza para não cometer um erro.

Leitor: Paul

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Resposta de Felipe Mandarino, CFP, planejador financeiro certificado pelo IBCPF:

Olá Paul,

Ter o imóvel próprio é muito importante, porém os preços dos imóveis subiram aproximadamente 120% nos últimos 5 anos, principalmente pela grande oferta de crédito para compra de imóveis ofertados pelos bancos públicos e privados.

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Optando pelo investimento na compra de um imóvel, você pode entrar em um momento demasiadamente caro, um dado importante para avaliação é que no segundo semestre de 2013, a alta no preço dos imóveis foi de aproximadamente apenas 4%, o que evidencia uma forte desaceleração nos preços.

Estou falando sobre a ótica financista, mas é importante que você faça sempre a razão de desejo x necessidade.

Como você é bem jovem, recomendo uma carteira de investimentos diversificada entre produtos mais conservadores, por volta de 85% em fundos DI, CDB DI e até mesmo um fundo RF que tenha uma carteira de perfil mais “pós-fixada”, ou seja, que acompanhe a taxa de juro do mercado. Uma alternativa também recomendada são as LFTs: letras financeiras do Tesouro Nacional.

O meu racional para essa carteira é a baixíssima volatilidade e a liquidez que esses produtos mencionados proporcionam.

Os outros 15% recomendo uma carteira de renda variável para longo prazo, acima de 5 anos: experimentar um fundo de ações que acompanhe o Ibovespa me parece uma alternativa interessante para começar a investir em mercado de maior volatilidade.

Dica: sempre pesquise os custos para ingressar nos produtos como a taxa de administração versus a performance do produto já descontada dos mesmos.

Espero que tenha ajudado.

Felipe Mandarino é planejador financeiro pessoal e possui a certificação CFP® (Certified Financial Planner), concedida pelo Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros (IBCPF). 

As respostas refletem as opiniões do autor. O IBCPF e o Infomoney não se responsabilizam pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso destas informações. Perguntas devem ser encaminhadas para onde_investir@infomoney.com.br

Prezado Hildebrand, 

Pouco a pouco é possível ver mudanças significativas no perfil de investimento dos brasileiros. Percebemos, por exemplo, o crescimento do numero de jovens que estão disponibilizando parte de sua renda para se planejar financeiramente para a sua aposentadoria. É um movimento que tende a crescer cada vez mais ao longo dos próximos anos, especialmente com a educação financeira em curso em nossa sociedade. 

 Sua iniciativa é digna de receber elogios e servir de exemplo a outros tantos… 

 Como seu planejamento para esse investimento tem um horizonte de 15 anos algumas observações importantes devem ser feitas. Em uma simulação com um investimento inicial de R$ 10.000 e aplicações regulares de R$ 500, com uma rentabilidade anual de 10%, atingiremos após 15 anos um capital de R$ 242.583, sem considerar a inflação no período. Com esse capital investido é possível viver com uma renda de aproximadamente R$ 2 mil/mês, complementando a sua aposentadoria. No entanto, a pergunta magica é como atingir essa rentabilidade para um baixo risco no investimento. 

 Com as informações presentes não é possível identificar qual o seu perfil de investidor, onde seria possível identificar o quanto de risco você esta propenso a aceitar em sua carteira de investimentos (para saber o seu perfil de investidor é aconselhável buscar sua instituição financeira e responder ao questionário “Suitability”). No entanto, podemos considerar que você segue o padrão brasileiro de conservadorismo em seus investimentos, bastante carregado de “renda fixa” , mas propenso a conhecer novos produtos para pequenos investimentos. 

 Sugiro, para você superar a rentabilidade apresentada na simulação, que divida seu patrimônio em 2 partes. 

 A primeira parte é separar R$ 5 mil inicial e 80% de suas aplicações regulares para um fundo de renda fixa com credito privado que supere consistentemente 100% do CDI. Muitos fundos conseguem superar esse benchmark, e possuem aplicações inicias bastante acessíveis. Prefira esse investimento as NTN-Bs e a sua aplicação em imóveis. 

 Para os outros R$ 5 mil iniciais, e 20 % de suas aplicações mensais (R$100,00), podemos ser um pouco mais arrojados, buscando atingir uma rentabilidade superior do que a renda fixa. Como sua disponibilidade atual é pequena para ser investida diretamente em ações (coma na sua atual carteira de ações de Vale e Itau), uma excelente alternativa são os fundos de ações. 

 Os fundos de ações são, para a grande maioria dos investidores, a melhor alternativa para seus investimentos em renda variável. Apresentam vantagens como liquidez, diversificação e uma gestão profissionalizadas dos seus investimentos. Com ele você estará bem atendido para atingir sua meta de longo prazo na aposentadoria. Procure gestoras com comprovada competência em sua equipe de analise, e fundos de ações que sejam considerados “Ibovespa ativo”, com a intenção de superar o bechmark. Prefira esses as ações propriamente ditas. 

 E lembre-se: o resultado do seu sucesso financeiro também depende de você! 

 *Fabiano Pessanha, CFP, planejador financeiro certificado pelo IBCPF