Vale a pena financiar a faculdade (com juro baixo) e investir o dinheiro da mensalidade?

Flávio Crossara, CFP, planejador financeiro certificado pelo IBCPF, responde a pergunta de leitor do InfoMoney

Equipe InfoMoney

Publicidade

Pergunta:

Curso a faculdade de Engenharia Mecânica em uma faculdade que há possibilidade de contratar um financiamento estudantil (FIES). Os juros são baixíssimos, 3,5% a.a, e só pagaria a primeira parcela, de R$ 202,48, a partir de junho de 2018. Vale a pena invés de gastar R$ 750,00 na mensalidade aplicar esse dinheiro mensalmente em algum ativo mais rentável? Se sim, onde devo aplicar?

Leitor: Felipe

Oferta Exclusiva para Novos Clientes

CDB 230% do CDI

Destrave o seu acesso ao investimento que rende mais que o dobro da poupança e ganhe um presente exclusivo do InfoMoney

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Resposta de Flávio Crossara, CFP, planejador financeiro certificado pelo IBCPF:

Olá Felipe, esta sua dúvida é bastante complexa pois leva em consideração a parte psicológica e não só a financeira, pois envolve um comprometimento seu em poupar o valor da parcela, o que não é nada fácil em uma época em que o consumo é tão valorizado. Mas considerando que esta é uma questão que envolve maturidade e compromisso, vou considerar que você irá efetivamente poupar o valor da parcela para quitar a dívida depois.

Pelos dados que você me passou: mensalidade de 750,00, taxa de 3,5% ao ano e início de pagamento em 2018 com parcela de pouco mais de 200,00. Este financiamento deve ser de 30 anos com 5 anos de carência (que imagino ser o tempo de curso).

Continua depois da publicidade

Então vamos às contas. Se você investir o valor da parcela mensal durante os 5 anos de curso em um produto que te renda algo próximo ao CDI na sua formatura você terá em conta aproximadamente 57.000,00.

Ótimo, mas agora vem o pagamento das parcelas. Vamos imaginar que no dia da sua formatura você saca o valor integral e coloca em baixo do colchão e vai tirando suas parcelas mensais. No final do período ficaria praticamente “elas por elas” e não foi vantajoso. Mas como você já percebeu a possibilidade de crescimento do capital pelo investimento, vamos considerar que este saldo continuará na mesma aplicação e você sacará exclusivamente o valor de cada parcela todos os meses até a quitação total. Após o pagamento de toda a sua dívida junto à instituição irá te sobrar algo próximo a 350.000,00. Isso mesmo, você não leu errado, você vai pagar tudo que deve e irá te sobrar aproximadamente trezentos e cinquenta mil Reais e acredito que isso responda a questão de valer a pena ou não optar pelo FIES.

Mas vamos um pouco mais longe, imaginemos que quando se formar você arrume um emprego e com isso não precise sacar mensalmente do seu investimento o valor da parcela do FIES, e o guarde como se fosse uma forma de previdência. No pagamento da última parcela do empréstimo você terá em conta mais de 500.000,00 (meio milhão de Reais), nada mal, principalmente quando se pensa que isso veio de seu compromisso e educação financeira.

Continua depois da publicidade

Sobre produtos financeiros mais adequados, como seu prazo de investimento é bem longo, pode ser interessante buscar fundos de Renda Variável, preferencialmente geridos por instituições menores (Assets independentes), pois normalmente as taxas de administração de grandes bancos corroem uma parte significativa do seu rendimento.

Sucesso nesta empreitada e caso tenha mais alguma dúvida, estaremos à disposição.

Flávio Crossara é planejador financeiro pessoal e possui a certificação CFP® (Certified Financial Planner), concedida pelo Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros (IBCPF). 

Publicidade

As respostas refletem as opiniões do autor. O IBCPF e o Infomoney não se responsabilizam pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso destas informações. Perguntas devem ser encaminhadas para onde_investir@infomoney.com.br

Prezado Hildebrand, 

Pouco a pouco é possível ver mudanças significativas no perfil de investimento dos brasileiros. Percebemos, por exemplo, o crescimento do numero de jovens que estão disponibilizando parte de sua renda para se planejar financeiramente para a sua aposentadoria. É um movimento que tende a crescer cada vez mais ao longo dos próximos anos, especialmente com a educação financeira em curso em nossa sociedade. 

 Sua iniciativa é digna de receber elogios e servir de exemplo a outros tantos… 

 Como seu planejamento para esse investimento tem um horizonte de 15 anos algumas observações importantes devem ser feitas. Em uma simulação com um investimento inicial de R$ 10.000 e aplicações regulares de R$ 500, com uma rentabilidade anual de 10%, atingiremos após 15 anos um capital de R$ 242.583, sem considerar a inflação no período. Com esse capital investido é possível viver com uma renda de aproximadamente R$ 2 mil/mês, complementando a sua aposentadoria. No entanto, a pergunta magica é como atingir essa rentabilidade para um baixo risco no investimento. 

 Com as informações presentes não é possível identificar qual o seu perfil de investidor, onde seria possível identificar o quanto de risco você esta propenso a aceitar em sua carteira de investimentos (para saber o seu perfil de investidor é aconselhável buscar sua instituição financeira e responder ao questionário “Suitability”). No entanto, podemos considerar que você segue o padrão brasileiro de conservadorismo em seus investimentos, bastante carregado de “renda fixa” , mas propenso a conhecer novos produtos para pequenos investimentos. 

 Sugiro, para você superar a rentabilidade apresentada na simulação, que divida seu patrimônio em 2 partes. 

 A primeira parte é separar R$ 5 mil inicial e 80% de suas aplicações regulares para um fundo de renda fixa com credito privado que supere consistentemente 100% do CDI. Muitos fundos conseguem superar esse benchmark, e possuem aplicações inicias bastante acessíveis. Prefira esse investimento as NTN-Bs e a sua aplicação em imóveis. 

 Para os outros R$ 5 mil iniciais, e 20 % de suas aplicações mensais (R$100,00), podemos ser um pouco mais arrojados, buscando atingir uma rentabilidade superior do que a renda fixa. Como sua disponibilidade atual é pequena para ser investida diretamente em ações (coma na sua atual carteira de ações de Vale e Itau), uma excelente alternativa são os fundos de ações. 

 Os fundos de ações são, para a grande maioria dos investidores, a melhor alternativa para seus investimentos em renda variável. Apresentam vantagens como liquidez, diversificação e uma gestão profissionalizadas dos seus investimentos. Com ele você estará bem atendido para atingir sua meta de longo prazo na aposentadoria. Procure gestoras com comprovada competência em sua equipe de analise, e fundos de ações que sejam considerados “Ibovespa ativo”, com a intenção de superar o bechmark. Prefira esses as ações propriamente ditas. 

 E lembre-se: o resultado do seu sucesso financeiro também depende de você! 

 *Fabiano Pessanha, CFP, planejador financeiro certificado pelo IBCPF