Quero ter renda para trabalhar menos a partir dos 50; qual a melhor estratégia?

Ricardo Gomes da Silva, CFP, planejador financeiro certificado pelo IBCPF, responde a pergunta de leitor do InfoMoney

Equipe InfoMoney

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Pergunta:

Sou Médico, casado, tenho 29 anos e minha esposa está grávida da minha primeira filha. Consigo poupar em média 60% dos meus rendimentos. Nunca deixei de poupar um mês e o meu objetivo é ter uma renda complementar que me permita diminuir minha carga horária de trabalho a partir dos 50 anos. E que aos 60 anos eu tenha a renda dos meus investimentos superior às minhas despesas.

Gostaria de saber qual seria a melhor estratégia de investimento para alcançar meus objetivos?

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Tenho o equivalente a 6 meses de salario aplicado em CDB.

Minha estratégia atual consiste em aplicar meu dinheiro em fundos de renda fixa e no final do mês adquiro cotas de algum fundo imobiliário ou ações que pagam dividendos.

Invisto também R$ 350,00 mensais num plano de previdência privada com seguro de vida.

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Gostaria de saber se estou no caminho certo.

Leitor: Rodrigo

Resposta de Ricardo Gomes da Silva, CFP, planejador financeiro certificado pelo IBCPF:

Caro Rodrigo

Primeiro, parabéns pela paternidade que se avizinha.

Sim, você está no caminho certo, pelo menos no começo dele, ou seja, ter visão e preocupação de longo prazo.

Também já fez a primeira lição que é ter uma reserva de liquidez (seus 6 meses em CDB).

Parabéns também pela sua capacidade de poupar mais da metade de suas receitas. Mas lembre-se que isto poderá se alterar, ou por necessidades maiores de gastos com a chegada de sua filha, e/ou por uma necessidade maior de seu tempo para estar com ela. E como o tempo é (muito) finito, isto representará uma redução em sua jornada de trabalho e, por consequência, uma redução das receitas. Para isto, faça a segunda lição de casa: tenha sempre seus gastos sobre controle.

A lição seguinte é definir seus objetivos de vida (curto, médio e longo prazo), dimensiona-los (total de recursos financeiros necessários e prazo para atingi-los) para então encontrar os produtos financeiros mais adequados para cada um.

Entre seus objetivos temos logo dois: uma “semi-aposentadoria” aos 50 e a possibilidade de “aposentadoria” aos 60. Como você está com 29 agora, você tem a seu favor um grande aliado: o tempo. E, assim, você pode dosar um pouco mais de risco (liquidez, crédito e mercado) para vencer o maior risco em investimentos de longo prazo que é a inflação.

Fundos imobiliários podem ser uma boa alternativa pois costumam ter seus dividendos reajustados pela inflação anualmente (alugueis) além de terem isenção do IR. Mas analise bem os empreendimentos destes fundos.

Ações boas pagadoras de dividendos e/ou fundos especializados nestas ações também são outra alternativa interessante de diversificação. No entanto, dada sua carga pesada de trabalho, recomendo simplificar e buscar fundos com baixas taxas de administração, como os ETFs por exemplo.

Outra parte de sua carteira para estes objetivos de longo prazo e que são instrumentos simples, são as NTN-Bs do Tesouro Direto, com rendimentos reais, ou seja, acima da inflação.

Quanto ao plano de previdência, fique atento às taxas de administração e carregamento, à composição do fundo e, principalmente, ao tipo (PGBLxVGBL) e tratamento tributário.

No caso de seguro, talvez seja interessante cotar alternativas de seguros, desvinculados a planos de previdência, que possam ser mais adequados às necessidades que surgirão com mais uma dependente.

Bons investimentos

Ricardo Gomes da Silva é planejador financeiro pessoal e possui a certificação CFP® (Certified Financial Planner), concedida pelo Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros (IBCPF). 

As respostas refletem as opiniões do autor. O IBCPF e o Infomoney não se responsabilizam pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso destas informações. Perguntas devem ser encaminhadas para onde_investir@infomoney.com.br

Prezado Hildebrand, 

Pouco a pouco é possível ver mudanças significativas no perfil de investimento dos brasileiros. Percebemos, por exemplo, o crescimento do numero de jovens que estão disponibilizando parte de sua renda para se planejar financeiramente para a sua aposentadoria. É um movimento que tende a crescer cada vez mais ao longo dos próximos anos, especialmente com a educação financeira em curso em nossa sociedade. 

 Sua iniciativa é digna de receber elogios e servir de exemplo a outros tantos… 

 Como seu planejamento para esse investimento tem um horizonte de 15 anos algumas observações importantes devem ser feitas. Em uma simulação com um investimento inicial de R$ 10.000 e aplicações regulares de R$ 500, com uma rentabilidade anual de 10%, atingiremos após 15 anos um capital de R$ 242.583, sem considerar a inflação no período. Com esse capital investido é possível viver com uma renda de aproximadamente R$ 2 mil/mês, complementando a sua aposentadoria. No entanto, a pergunta magica é como atingir essa rentabilidade para um baixo risco no investimento. 

 Com as informações presentes não é possível identificar qual o seu perfil de investidor, onde seria possível identificar o quanto de risco você esta propenso a aceitar em sua carteira de investimentos (para saber o seu perfil de investidor é aconselhável buscar sua instituição financeira e responder ao questionário “Suitability”). No entanto, podemos considerar que você segue o padrão brasileiro de conservadorismo em seus investimentos, bastante carregado de “renda fixa” , mas propenso a conhecer novos produtos para pequenos investimentos. 

 Sugiro, para você superar a rentabilidade apresentada na simulação, que divida seu patrimônio em 2 partes. 

 A primeira parte é separar R$ 5 mil inicial e 80% de suas aplicações regulares para um fundo de renda fixa com credito privado que supere consistentemente 100% do CDI. Muitos fundos conseguem superar esse benchmark, e possuem aplicações inicias bastante acessíveis. Prefira esse investimento as NTN-Bs e a sua aplicação em imóveis. 

 Para os outros R$ 5 mil iniciais, e 20 % de suas aplicações mensais (R$100,00), podemos ser um pouco mais arrojados, buscando atingir uma rentabilidade superior do que a renda fixa. Como sua disponibilidade atual é pequena para ser investida diretamente em ações (coma na sua atual carteira de ações de Vale e Itau), uma excelente alternativa são os fundos de ações. 

 Os fundos de ações são, para a grande maioria dos investidores, a melhor alternativa para seus investimentos em renda variável. Apresentam vantagens como liquidez, diversificação e uma gestão profissionalizadas dos seus investimentos. Com ele você estará bem atendido para atingir sua meta de longo prazo na aposentadoria. Procure gestoras com comprovada competência em sua equipe de analise, e fundos de ações que sejam considerados “Ibovespa ativo”, com a intenção de superar o bechmark. Prefira esses as ações propriamente ditas. 

 E lembre-se: o resultado do seu sucesso financeiro também depende de você! 

 *Fabiano Pessanha, CFP, planejador financeiro certificado pelo IBCPF