“Ibovespa não tem força para uma reação contundente”, diz SulAmérica

Para esta semana, a equipe da SulAmérica Investimentos aponta que as notícias internacionais, especialmente do Chipre, devem mexer com o mercado

Arthur Ordones

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SÃO PAULO – O mercado acionário brasileiro segue volátil, de olho nas informações de grandes empresas e atento ao noticiário internacional. Para esta semana, a equipe da SulAmérica Investimentos aponta que as notícias da Europa, especialmente do Chipre, devem mexer com o mercado (o pregão de segunda-feira já apresentou forte volatilidade por conta do anúncio de resgate do país e das elevadas taxas que devem ser cobradas dos correntistas). “É bem possível que a reação dessa semana contenha um comportamento de overshooting (exagero) do mercado”, aponta a gestora.

A bolsa brasileira, que vinha de uma sequência de quatro quedas, registrou leve alta no último pregão. No entanto, a valorização de 0,18% não é suficiente para compensar as perdas da última semana, quando o índice recuou 2,8%. E para a SulAmérica, o índice ainda deve seguir pressionado. “Apesar do patamar deprimido em que se encontra, o índice não tem força para uma reação mais contundente”, apontam os analistas.

Além dos desdobramentos da crise na Europa, a agenda de indicadores internacionais desta semana também deve movimentar o mercado de bolsa. O destaque ficará por conta do setor imobiliário, que deve continuar mostrando um quadro de melhora progressiva, segundo a gestora.

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“Em relação aos investimentos imobiliários, o quadro ganha força paulatinamente. O número de construção de novas casas deve ter crescido 2,5% em fevereiro em relação a janeiro, quando recuou 8,5%. O dado de novembro equivaleria à construção de 913 mil novas casas, em termos anualizados.”

Ainda de acordo com a SulAmérica, os dados de licenças para construção e vendas de casas existentes também devem apresentar alta no período.

Juros
Em relação ao cenário macroeconômico brasileiro, a gestora afirmou em relatório que, após a ata do Copom, divulgada na semana passada e referente à reunião dos dias 5 e 6 de março, é bem provável que a taxa de juros não ficará estável por um longo período, ao contrário do que os comunicados anteriores do BC declaravam. “Espera-se que os juros subam ainda este ano. A questão é só saber o momento que irá acontecer”, afirmou o relatório.

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De acordo com a SulAmérica, quando o Copom subiu juros em outros momentos, ele utilizou esse linguajar na ata e esperou duas reuniões para efetivamente elevar a taxa.

“O cenário da SulAmérica Investimentos era de que esse modus operandi deveria ser mudado à medida que os dados sobre inflação fossem conhecidos no período de 45 dias entre uma reunião do Copom e outra. Entretanto, o linguajar da ata do Copom pode mostrar que há uma chance dele se manter fiel ao seu plano original, não importando o que ocorra com os índices de inflação”, concluiu.