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IA e Ozempic são só dois – dos muitos – motivos para investir lá fora, avaliam estrategistas

Em quarto dia do evento Onde Investir 2024, do InfoMoney, especialistas defendem por que investir no exterior é uma boa ideia

Monique Lima

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Inteligência artificial e remédios para a obesidade, como Ozempic e Wegovy, são os temas mais quentes para crescimento nos próximos anos, setores que exigem o investimento no exterior para ganhar exposição – o que si só já é grande motivo para diversificar a carteira globalmente, defendem os estrategistas Artur Wichman, da XP Private, e Gabriela Santos, do JPMorgan. 

“São dois temas estruturais e que não têm exposição do Brasil. Essa é uma questão relevante sobre investimento no exterior”, disse Santos nesta quinta-feira (18), em painel do Onde Investir 2024, evento online gratuito do InfoMoney.

Para Wichman, o tema de IA foi muito forte para as big techs no ano passado, mas nesse ano deverá chegar para outras empresas, que souberam usar a tecnologia para alavancar receitas, cortar custos, promover automatização e outras mudanças que resultem em resultados corporativos melhores.  

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“Muitas empresas não entenderam que o paradigma da tecnologia está mudando. Essas vão ficar obsoletas e ver seus negócios ultrapassados, não importa se o valuation está barato ou não. Tem que olhar para as que avançam e se renovam. O que está fazendo sobre IA? Essa é a pergunta”, diz Wichman.

Mesmo após forte rali em 2023, o S&P 500 deve continuar uma boa aposta para o investidor, avaliaram os especialistas. Eles destacaram a maturidade e consistência do mercado financeiro dos Estados Unidos. Nos últimos quinze anos, o retorno anualizado do índice foi de 14% ao ano, enquanto o do Ibovespa foi de 5%.  

Wichman alertou para quem adota olhar de curto prazo para um índice que representa um dos maiores mercados em termos de geração de riqueza do mundo. “Não estar alocado no S&P 500 no longo prazo é, simplesmente, muito ruim para o retorno do seu portfólio”, apontou.

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O S&P 500 fechou em alta nesta quinta, mas vem de uma semana de solavancos em meio a receios de que apostas otimistas em cortes de juros nos EUA pudessem ter vindo cedo demais. Santos e Wichman, no entanto, trabalham com a hipótese de pouso suave na economia americana, e juros na faixa dos 4,75% a 4,5% ao ano em 2024.

“Há uma expectativa de que a queda seja como a subida, rápida. Mas não há necessidade disso enquanto a economia segue resiliente. O Fed pode optar por cortes lentos e graduais, mas é importante que seja claro sobre essa intenção”, opinou o CIO da XP Private.  

Força da renda Fixa

Destaques em 2023, os títulos de renda fixa do Tesouro (Treasuries) e corporativos dos EUA seguem com retornos na faixa de 4% ao ano, ainda considerados atrativos em 2024. “Finalmente há renda fixa fora da América Latina. Um leque de possibilidades na renda fixa global entre a Europa e os Estados Unidos”, falou a estrategista do JPMorgan.

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Como boa parte desses papéis são prefixados, disse, deverão se valorizar no mercado secundário conforme as taxas de juros forem caindo, já que títulos novos terão juros menores. A casa recomenda papéis de prazos médios, entre cinco e sete anos, que continuam oferecendo bons juros, mas com menos risco do que títulos mais alongados.  

O importante a ter em mente, avaliaram os estrategistas, é que sempre haverá incerteza e turbulências, e que não existe um “momento ideal” para começar a investir no exterior. Deve ser encarado como um um cinto de segurança: é preciso colocar antes para estar protegido em caso de acidente.