Hedge aponta aumento de inadimplência e de vacância em fundo imobiliário de shoppings

Fundo Hedge Brasil Shopping diz ter posição de caixa confortável, mas resultado do ano será comprometido pelos efeitos da epidemia de coronavírus

Mariana Zonta d'Ávila

SÃO PAULO – As estratégias adotadas por fundos imobiliários de shopping centers para minimizar os impactos provocados pelas medidas de isolamento social não têm sido suficientes para evitar um aumento das taxas de inadimplência e vacância.

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Durante teleconferência com cotistas nesta quinta-feira (28), André Freitas, CEO da Hedge Investments, afirmou que, embora os ativos do fundo Hedge Brasil Shopping (HGBS11) sejam maduros e estejam posicionados nos grandes centros urbanos, que devem se recuperar mais rapidamente, os efeitos da crise têm sido sentidos.

Além da redução do faturamento, o fundo conta com um aumento de inadimplência entre 10% e 30% e possui uma taxa de vacância da ordem dos 7,4%, ante 6% em janeiro.

Com uma economia fragilizada pela pandemia, Freitas avalia que o resultado do fundo neste ano deve representar entre 50% e 60% daquele apresentado em 2019, dado o período de fechamento dos shoppings e uma retomada tímida a partir de setembro ou apenas no último trimestre.

O executivo destaca, contudo, que o HGBS11 possui um caixa confortável, da ordem de R$ 278 milhões, para atender eventuais investimentos demandados por conta da crise. Até o momento, contudo, é estimado que seja necessário um aporte, por parte do fundo, inferior a R$ 1 milhão.

No último mês, o fundo Hedge Brasil Shopping, que possui um patrimônio líquido da ordem de R$ 2,2 bilhões, teve perdas de 2,8%, ante valorização de 4,4% do Ifix. No ano, o desempenho é negativo em 27,6%, frente à queda de 18,6% do benchmark.

Estratégias em meio à crise

Com os shoppings fechados de forma a reduzir as contaminações pela Covid-19, o momento tem exigido uma reinvenção do segmento.

Alexandre Machado, gestor na Hedge Investments, contou na teleconferência que a maior parte dos ativos do portfólio do fundo Hedge Brasil Shopping têm acelerado mudanças para se enquadrar em um “novo normal”.

Entre as principais medidas, Machado cita a adoção do modelo de drive-thru, com uma área no estacionamento do shopping estruturada para que o lojista possa vender seus produtos com maior segurança.

Segundo ele, esta é uma iniciativa que foi adotada pela maioria dos 16 shoppings da carteira do fundo e vem crescendo com a adesão de lojistas. A avaliação é que o modelo tende a permanecer mesmo depois da reabertura dos shoppings.

Vendas por delivery, antes concentradas na praça de alimentação, hoje têm com a participação de outros segmentos, conta o gestor, muitos deles se utilizando de aplicativos de entrega e das redes sociais para impulsionar as vendas.

Além disso, Machado cita a intensificação do e-commerce, com alguns shoppings trabalhando em projetos de plataformas de marketplace com ferramentas que consigam controlar, inclusive, o estoque dos lojistas e contribuir para um aumento do faturamento das lojas.

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