Gestores mostram otimismo com a economia brasileira e veem Selic a 11,25% a partir de 4ª

Parcela de fundos que esperam melhoras econômicas subiu de 24% em novembro para 65% em janeiro – mas posições em Bolsa ficaram menos otimistas

Leonardo Guimarães

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Gestores de fundos multimercados esperam que a taxa básica de juros seja cortada para 11,25% ao ano na próxima quarta-feira (31), mostra pesquisa realizada pela XP com 25 gestoras com mandato do tipo macro. A expectativa desses profissionais é de redução da taxa básica de juros para 9% ainda em 2024, em linha com o esperado pelo mercado, segundo o Relatório Focus.

As expectativas consideram uma melhora nas projeções de inflação e crescimento econômico neste ano. A expectativa dos gestores para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é de 4%, acima dos 3,86% previstos pelo Focus. Para o Produto Interno Bruto (PIB), os respondentes esperam avanço de 1,5%, contra 1,6% projetado no Focus. 

Houve leve redução na parcela de gestores que se declaram alocação comprada (apostando na alta) em Bolsa brasileira, de 92% em dezembro para 83% em janeiro. As posições em bolsas globais se mantiveram estáveis – 47% com posições compradas e 53% vendidas. 

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O relatório da XP diz que muitos gestores adotam posições táticas visando obter ganhos com a realização de lucros em algumas bolsas, e outros ressaltam que o rali dos últimos meses pode vir acompanhado de alta volatilidade. 

Apesar do aumento da cautela com a Bolsa, os fundos multimercados estão mais otimistas com a economia brasileira: 65% declararam otimismo com a economia local, ante 58% em dezembro. Em novembro, a parcela de otimistas era de apenas 24%. 

No câmbio, houve redução considerável nas posições vendidas em dólar, que passaram de 74% em dezembro para 60% em janeiro. Ao mesmo tempo, as posições compradas em real subiram de 85% para 94%.

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“Na visão dos gestores, se por um lado, o dólar global tende a seguir perdendo valor contra todas as moedas do G10 e contra a maioria das moedas de países emergentes, por outro, a continuidade de dados econômicos resilientes pode fortalecer a divisa”, diz o relatório produzido por Clara Sodré, analista de fundos da XP.