Fundos confirmam retomada após começo de ano fraco e captação de recursos dispara

Segundo dados da Anbima, a diferença entre resgates e depósitos da indústria ficou em R$ 161,7 bilhões entre janeiro e julho, contra R$ 49,6 bilhões no mesmo período de 2018

Anderson Figo

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SÃO PAULO — Depois de um começo de ano fraco, o mercado de fundos de investimento engatou uma retomada nos últimos meses. A captação líquida da indústria, ou seja, a diferença entre resgates e depósitos, ficou em R$ 161,7 bilhões de janeiro a julho, mais de três vezes o valor registrado no mesmo período do ano passado, de R$ 49,6 bilhões.

Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (7) pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). O saldo acumulado no ano foi puxado principalmente pelo desempenho dos três últimos meses — em maio, junho e julho, a captação líquida somou R$ 110,5 bilhões. 

Isso refletiu a expectativa de uma estrutura de juros menores no Brasil por um período mais longo de tempo e a aprovação da reforma da Previdência, segundo a entidade. Os aportes foram liderados pelos fundos multimercados e de ações, que somaram R$ 37,9 bilhões e R$ 32,6 bilhões, respectivamente, entre janeiro e julho. 

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“O mercado tem refletido a expectativa de permanência da taxa básica de juros nas alocações dos ativos por um período mais prolongado”, diz Carlos André, vice-presidente da Anbima, em nota. “Até 2016, os fundos de renda fixa tinham uma captação maior na comparação com outras classes. Com a redução da Selic em 2017, houve uma procura maior dos investidores por alternativas de investimentos em fundos — e as classes de multimercados e de ações vêm ganhando cada vez mais relevância.” 

Os fundos multimercados ficam no meio do caminho entre os investimentos ultraconservadores e os mais arriscados, como ações e câmbio. A diferença é que o gestor desses fundos investe o seu dinheiro em ativos de renda fixa e de renda variável, e pode fazer modificações na carteira ao longo do tempo para acompanhar movimentos de mercado para evitar volatilidade ou tentar ganhar mais. Eles têm sido apontados como uma alternativa para os investidores da renda fixa que viram seus retornos diminuírem com o corte da Selic para o seu menor nível histórico. 

Já os fundos de ações têm ganhado novos adeptos na onda dos recordes da bolsa. A B3 ultrapassou recentemente o patamar de um milhão de investidores pessoas físicas e o Ibovespa, o principal índice do mercado acionário brasileiro, rompeu a barreira dos 100 mil pontos. Como a expectativa é de retomada da atividade econômica com a aprovação de reformas e cortes de juros, os investidores estão otimistas em relação ao lucro das companhias de capital aberto, por isso têm aumentado a exposição aos fundos de ações.  

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O mês de julho refletiu o cenário recente da indústria. Os multimercados puxaram a captação do segmento, com 71% (ou R$ 16 bilhões) dos R$ 22,5 bilhões somados por todas as classes. Na sequência, estão os fundos de ações, com R$ 6,7 bilhões, os de previdência, com R$ 5 bilhões, e os de renda fixa, com R$ 2,4 bilhões. 

Na classe ações, em julho, 10 dos 12 tipos registraram variação positiva. Entre eles, destacaram-se os tipos de investimento no exterior, com ganhos de 4,76%, índice ativo, com 4,12%, e livre, com 3,58%. Todos os multimercados tiveram retornos positivos: o maior, de 1,52%, ficou com o tipo long and short direcional, que investe em ativos e derivativos ligados à renda variável. 

Já os fundos multimercados livre, que podem adotar diversos tipos de estratégia, e macro, que definem as estratégias de investimento baseadas em cenários macroeconômicos de médio e longo prazos, renderam 1,14% e 0,67%, nesta ordem.

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