Este é o melhor momento para a Bolsa em 25 anos, diz gestor que já ganhou mais de 70% num mês

Com os juros baixos, os investidores têm poucas opções fora da renda variável, diz Francisco Meirelles de Andrade, sócio da gestora Forpus Capital

Giuliana Napolitano

(Shutterstock)

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SÃO PAULO – Junho foi mais um mês tenso. Na política brasileira, além dos vazamentos de mensagens do ministro Sergio Moro, três membros importantes do governo deixaram seus cargos (demitidos ou na iminência de) – entre eles, Joaquim Levy, que ocupava a presidência do BNDES.

No exterior, a disputa comercial entre China e Estados Unidos está longe de ser resolvida. E, depois que o Irã derrubou um drone americano, uma nova crise em potencial entrou do radar.

Ainda assim, a Bolsa está subindo. Houve quedas pontuais, mas, no acumulado de junho até ontem, o Ibovespa tem uma alta de 5% e opera acima dos 100 mil pontos.

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O motivo, na opinião de Francisco Meirelles de Andrade, sócio da gestora Forpus Capital, é o fato de os investidores terem poucas opções de investimento fora da Bolsa.

“Quando surge uma notícia ruim, a Bolsa perde, mas a queda se dissipa rapidamente porque, com os juros baixos, é difícil encontrar boas alternativas ao mercado de ações”, diz ele. “Está acontecendo aqui algo parecido com o que ocorre nos países ricos: a bolsa não desvaloriza.”

Para Andrade, este é o melhor momento para comprar ações desde o Plano Real, implementado em 1994. Isso porque, na opinião do gestor, a redução de juros é consistente e a aprovação da reforma da Previdência deve trazer os investidores estrangeiros de volta para o mercado.

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“Estamos no início do movimento de valorização da Bolsa, mas isso não quer dizer que ele será linear”, diz. Andrade acredita que o mercado de ações pode cair logo após a aprovação da reforma da Previdência, quando os investidores tentarão antecipar os próximos passos do governo.

Sim para construção; não para commodities

Andrade é responsável pela gestão do fundo de ações da Forpus, que teve um desempenho bem melhor que a média da bolsa desde que foi lançado, há quatro anos – mas com bastante volatilidade. De março de 2015 até maio de 2019, o fundo rendeu 235%, enquanto o Ibovespa subiu pouco mais de 100%.

Uma parte relevante desse resultado se deve à rentabilidade do fundo em dois meses específicos: março de 2016, quando rendeu 72%, e outubro de 2018, quando rendeu 46%.

Com R$ 140 milhões de patrimônio, o fundo segue uma estratégia que permite alavancagem e proteção, dependendo do momento de mercado: em geral, opera com 130% do patrimônio comprado, ou seja, apostando na valorização de ativos, e 30% do patrimônio vendido (apostando na baixa).

Hoje, o fundo está comprado em ações de empresas voltados para o mercado interno, especialmente dos setores de serviços públicos (como energia elétrica e saneamento), imobiliário e infraestrutura.

Ainda que esteja razoavelmente otimista com o futuro da economia brasileira, Andrade não investe pesadamente em varejistas. “Estamos em meio a um movimento de mudança de comportamento do consumidor, e não está claro quais empresas serão as vencedoras”, diz.

O gestor também não investe em ações de produtoras de commodities, por achar que os preços serão prejudicados pela desaceleração global, e de bancões, em razão do aumento da concorrência com as fintechs.

Em commodities, a exceção é Petrobras, que é uma boa alternativa, segundo Andrade, devido à perspectiva de melhoria da governança. Fora isso, o fundo está vendido em Vale e Suzano.

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Giuliana Napolitano

Editora-chefe do InfoMoney, escreve e edita matérias sobre finanças e negócios. É co-autora do livro Fora da Curva, que reúne as histórias de alguns dos principais investidores do país.