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SÃO PAULO – Em fevereiro de 2018, o InfoMoney noticiou que 1,2 milhão de brasileiros estavam investindo em fundos cujas taxas de administração superavam o lucro obtido pelos cotistas – em outras palavras, nestes fundos, a instituição ganharia mais dinheiro que o cliente pela aplicação ao longo do ano.
Após mais uma queda da Selic, agora em 6,5% ao ano, este número cresceu aproximadamente 20%: atualmente, o dinheiro de 1,4 milhão de pessoas está aplicado em investimentos mais vantajosos para o banco do que para si mesmas.
Os fundos em questão são DI e de curto prazo: eles aplicam a maior parte dos recursos em papéis indexados à taxa básica de juros (Selic) ou ao CDI (que acompanha a Selic). O InfoMoney selecionou os fundos DI com as mais altas taxas de administração do mercado.
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Os dois fundos que mais ganham dinheiro dos cotistas são Santander Inteligente Curto Prazo e o Banrisul Automático Curto Prazo, ambos com cobrança de 5,5% ao ano. Isso quer dizer que o investidor que aplicar R$ 100 mil em um destes fundos irá pagar R$ 5.500 para o banco em um ano.
Agora vamos fazer as contas: com a Selic atualmente em 6,5% ao ano, o rendimento antes da taxa de administração de uma aplicação de R$ 100 mil seria de R$ 6.500.
Tirando o que o banco cobra para gerir o fundo e os 20% de Imposto de Renda, o investidor coloca no bolso míseros R$ 800 depois de deixar R$ 100 mil aplicados durante o ano todo – enquanto o Santander e o Banrisul embolsam R$ 5.500 cada um, praticamente sete vezes mais do que o cliente.
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Outros 20 fundos com as mesmas características também cobram bem mais de seus investidores do que o retorno oferecido. O número cresceu com relação ao último levantamento realizado pelo InfoMoney graças à queda da rentabilidade atrelada à Selic.
Agora, para que o fundo não receba mais que o cotista, o valor da taxa de administração não pode atingir 2,9%. Confira a tabela abaixo:
Fundo | Taxa de administração | Patrimônio Líquido atual (R$) | Rendimento líquido em 12 meses para R$ 100 mil* | Quanto a gestora ganha com aplicação de R$ 100 mil | Receita da gestora em um ano (R$) | Número de cotistas |
BANRISUL AUTOMATICO FI RF CURTO PRAZO | 5,50% | 367.266.669,59 | R$ 800 | R$ 5.500 | 20.199.666,83 | 910 |
SANTANDER FC INTELIGENTE RENDA FIXA CP | 5,50% | 184.320.529,00 | R$ 800 | R$ 5.500 | 10.137.629,1 | 21.111 |
FIRF BRB LIQUIDEZ | 5% | 57.845.113,48 | R$ 1.200 | R$ 5.000 | 2.892.255,674 | 1.454 |
SANTANDER FC CLASSIC RF REF DI | 5% | 605.264.254,84 | R$ 1.200 | R$ 5.000 | 30.263.212,74 | 68.622 |
CAIXA FIC PRATICO RENDA FIXA CURTO PRAZO | 5% | 14.826.141.009,99 | R$ 1.200 | R$ 5.000 | 741.307.050,5 | 15.599 |
SANTANDER FC AUTOMÁTICO RF CURTO PRAZO | 5% | 195.661.998,32 | R$ 1.200 | R$ 5.000 | 9.783.099,916 | 171 |
SANTANDER FC EMPRESAS RF CP | 5% | 419.665.081,29 | R$ 1.200 | R$ 5.000 | 20.983.254,06 | 13.314 |
BANRISUL SUPER FI RF | 4,50% | 493.282.051,76 | R$ 1.600 | R$ 4.500 | 22.197.692,33 | 18.476 |
SANTANDER FC EXTRA RF REF DI | 4,20% | 60.857.124,77 | R$ 1.840 | R$ 4.200 | 2.555.999,24 | 18.201 |
FI BANESTES INVEST PUBLIC RF | 4% | 745.464.186,30 | R$ 2.000 | R$ 4.000 | 29.818.567,45 | 1.473 |
SANTANDER FIC FI TOP RF | 4% | 65.576.652,43 | R$ 2.000 | R$ 4.000 | 2.623.066,097 | 14.421 |
BB RF CP SUPREMO SETOR PÚBLICO FC FI | 4% | 48.262.104.107,88 | R$ 2.000 | R$ 4.000 | 1.930.484.164 | 159.883 |
BB RENDA FIXA LP 100 FICFI | 3,80% | 11.754.057.681,88 | R$ 2.160 | R$ 3.800 | 446.654.191,9 | 420.835 |
BB RENDA FIXA CP AUTOMATICO FC | 3,70% | 15.793.225.879,33 | R$ 2.240 | R$ 3.700 | 584.349.357,5 | 144.953 |
CAIXA FIC LIQUIDEZ RF CURTO PRAZO | 3,10% | 385.618.389,10 | R$ 2.720 | R$ 3.100 | 11.954.170,06 | 2.043 |
SANTANDER FIC FI JUD RENDA FIXA REFERENCIADO DI | 3% | 54.297.338,34 | R$ 2.800 | R$ 3.000 | 1.628.920,15 | 126 |
BB RENDA FIXA CURTO PRAZO ESTILO FICFI | 3% | 5.158.534.847,19 | R$ 2.800 | R$ 3.000 | 154.756.045,42 | 124.948 |
CAIXA FIC TRANSFERÊNCIA VOLUNTÁRIA RF CP | 3% | 1.765.037.390,81 | R$ 2.800 | R$ 3.000 | 52.951.121,72 | 5.090 |
PRATICBEC FUNDO DE INVESTIMENTO RENDA FIXA CURTO PRAZO | 3% | 1.110.073,72 | R$ 2.800 | R$ 3.000 | 33.302,21 | 274 |
FI BANESTES INVESTIDOR AUTOMATICO RF CP | 3% | 490.169.978,40 | R$ 2.800 | R$ 3.000 | 22.363.925 | 7.236 |
SICREDI – FI INVEST RF CP** | 3% | 8.558.848,81 | R$ 2.800 | R$ 3.000 | 256.765,46 | 12.475 |
BRADESCO FIC DE FUNDOS DE INVESTIMENTO RENDA FIXA REFERENCIADO DI HIPERFUNDO | 2,90% | 2.524.381.703,74 | R$ 2.880 | R$ 2.900 | 73.207.069,41 | 348.409 |
Total | – | 103.728.270.932,57 | – | 4.141.581.960 | 1.408.075 |
*Considerando Selic de 6,5% ao ano pelos próximos 12 meses; já descontada taxa de administração e IR de 20% sobre o rendimento
**O fundo SICREDI FI INVEST RF CP deve deixar de existir até o final deste ano, de acordo com a instituição. Mais informações abaixo, no intertítulo “o que dizem os bancos”
Atualmente há R$ 103,7 bilhões em patrimônio de cotistas alocados em fundos cuja rentabilidade é menor que o lucro do banco. Deste valor, as instituições financeiras listadas subtraem anualmente R$ 4,1 bilhões.
Vale lembrar que a taxa de administração de qualquer fundo é o pagamento que o gestor recebe pelo trabalho de alocação dos ativos, o que inclui toda sua estrutura operacional. Ela é sempre cobrada a partir do valor aplicado, e não da rentabilidade.
É comum, por exemplo, que os melhores fundos de ações e multimercados do Brasil cobrem taxas de administração na faixa de 2% ao ano, e uma taxa de performance sobre o rendimento que exceder o benchmark (índice de referência).
Estes são fundos em que equipes de analistas precisam avaliar centenas de empresas e descobrir as melhores opções de investimento, com base em muito estudo e processos complexos. Os multimercados ainda têm equipes de analistas e gestores acompanhando os mercados de juros e moedas, tanto no Brasil quanto em diversos países do mundo. E essas pessoas terão de trabalhar duro para ganhar mais dinheiro que a média do mercado, justificando a taxa de performance.
Já no fundo DI ou de curto prazo, o gestor compra sempre os mesmos títulos e os mantém em carteira. É como se, sozinho, o investidor entrasse no site de uma corretora e comprasse o título mais simples que está disponível, o Tesouro Selic.
Para se ter ideia da diferença, as plataformas de corretoras de valores estão repletas de fundos DI e de curto prazo de gestoras independentes que cobram taxa de administração a partir de 0,2% ao ano. Um exemplo de fundo com taxa de 0,2% ao ano é o XP Tesouro LFT (clique aqui para se cadastrar e acessá-lo). Se esses R$ 103,2 bilhões depositados nos piores fundos do mercado fossem movidos para um fundo como esse, os cotistas pagariam R$ 206 milhões em taxas, obtendo uma economia de quase R$ 4 bilhões.
O que fazer
Caso tenha alocação em um desses fundos com taxas altas, o investidor deve retirar o dinheiro alocado nos bancos e buscar a melhor diversificação para o seu patrimônio, de acordo com Marcello Popoff, assessor de investimentos da Lifetime Investimentos. Ele explica que fundos DI têm uma utilidade muito clara, mas não servem para manter a totalidade do patrimônio na maioria dos perfis de investimentos.
“O fundo DI é um fundo cuja essência é comprar títulos de baixíssimo risco pra compor uma liquidez na carteira”, explica Popoff. A grande vantagem, portanto, é poder aplicar o dinheiro por período curto de tempo quando existe a necessidade de resgatar para, por exemplo, comprar um bem de valor elevado. “Um exemplo: o sujeito vendeu um apartamento ontem e precisa comprar outro apartamento em até seis meses”, diz.
Quaisquer quantias cujo destino seja de mais longo prazo, como aposentadoria, poderão encontrar maior rentabilidade em outros produtos – sob a pena de menor liquidez. “Em toda alocação de capital de um cliente a gente essencialmente deixa uma parte do dinheiro nos fundos DI, que não necessariamente servirão pra resgate imediato, mas também para eventualmente aproveitar oportunidades do mercado: é dali que a gente saca para realocar”, comenta o especialista. Para garantir melhor alocação, o investidor deve buscar assessoria especializada, de forma a não deixar em fundos de baixa rentabilidade mais que o necessário.
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O que dizem os bancos
Todas as instituições financeiras listadas na tabela acima foram consultadas pelo InfoMoney. A maioria não se posicionou.
O Sicredi afirmou que a queda na taxa Selic estimulou a instituição a criar um novo fundo DI com taxa de administração de 1% ao ano: o Invest Plus. De acordo com a assessoria de imprensa da instituição, todos os associados do fundo listado na tabela acima (com taxa de 3% ao ano), estão sendo estimulados a migrar para o novo produto – e a migração deve estar completa até o final de 2018.
A BB Gestão de Recursos Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários, do Banco do Brasil, disse que “as taxas de administração de seus fundos DI estão alinhadas com as praticadas pelo mercado”.
A Caixa Econômica Federal enviou um posicionamento sobre o Caixa FIC Prático. De acordo com o banco, trata-se de um fundo “destinado a otimizar recursos de caixa de utilização no curtíssimo prazo, muitas vezes com movimentações diárias. A funcionalidade de movimentações automáticas presente nesse produto permite aos clientes uma melhor rentabilização dos seus recursos, que de outra forma ficariam “parados” na conta”.
O banco disse ainda que “possui um portfólio completo de alternativas de investimento, construído com base nas necessidades e expectativas dos diferentes perfis de investidores. Os clientes do banco contam com assessoria de uma equipe especializada e certificada para prestar esse tipo de atendimento, sendo a orientação do produto feita de acordo com os objetivos e perfil dos clientes”.
Vale lembrar que existem outras possibilidades de aplicações com liquidez diária e rentabilidade maior que a poupança. Entre elas a própria aplicação direta no Tesouro Selic e os fundos DI com taxas de administração menores que 1% ao ano.
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