Hoje é impossível ter rendimentos decentes sem risco, diz gestor de fundo

"Talvez o melhor investimento do momento sejam mesmo os títulos públicos indexados", diz Paulo Possas, da Eagle

Diego Lazzaris Borges

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SÃO PAULO – O cenário de investimentos no país continua complexo. Com o aumento dos juros, muitos enxergam prêmios gordos nos títulos de inflação e nos prefixados, mas estes títulos possuem uma volatilidade maior do que as aplicações pós-fixadas ligadas à Selic (taxa básica de juro).

Assim, para conseguir retornos mais atrativos, é preciso correr algum risco, principalmente agora. “É impossível ter rendimentos decentes sem um pouco de risco”, aponta o sócio e gestor da Eagle Capital, Paulo Possas, em relatório enviado aos cotistas. Para ele, na renda fixa, a melhor oportunidade pode estar mesmo nos títulos atrelados ao IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo).

“Talvez o melhor investimento do momento sejam mesmo os títulos públicos indexados. Mas os de prazo longo comportam um risco excessivo. Os de prazo médio têm um melhor equilíbrio risco X retorno e voltamos a recomendá-los, mas claro que ainda há volatilidade e seus ganhos não deverão ser brilhantes nos próximos meses”, disse Possas.

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Na bolsa, o cenário também demanda cuidado e o investidor deve fazer uma boa análise antes de decidir o que comprar. Para o gestor, o ideal é priorizar a qualidade das empresas, procurando sempre a melhor empresa de cada setor, e que tenham bons administradores.

“O que 2014 trouxer, eles [os bons administradores] superam. É bem melhor que apostar em recuperações de empresas doentes com gestores fracos, só porque sua cotação caiu”, afirma o gestor. “Estamos melhor com um investimento com essas características de longevidade, ou seja, ações de empresas líderes e competentes, que com títulos de alto risco e alto retorno de dívida corporativa. Ou com títulos públicos cuja rentabilidades antes dos impostos e taxas de administração dos bancos pode ser atraente, mas cujo rendimento net (líquido) empata com a inflação ou perde” aponta Possas.

Dólar
Em relação à moeda norte americana, Possas tem uma visão crítica contra o “simplismo de comprar dólares”.

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“Achamos que o real vai se desvalorizar e é até imperioso que o faça, porém o panorama externo de inversões está dificílimo, com quase todas as Bolsas relevantes em seus máximos plurianuais. Como as taxas de juros vão subir, não há defesa na renda fixa. Agora comprar dólar e não fazer nada com ele (deixar no Money Market rende zero) contrata uma perda anual para a inflação, que é baixa mas existe”.

Diego Lazzaris Borges

Coordenador de conteúdo educacional do InfoMoney, ganhou 3 vezes o prêmio de jornalismo da Abecip