Indústria de fundos deve crescer 32% dentro de 5 anos, aponta pesquisa

Estudo apresentado em congresso da Anbima afirma que indústria do Brasil deverá ultrapassar a internacional

Gabriella D'Andréa

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SÃO PAULO – A indústria de fundos de investimento nacional deverá crescer mais do que a internacional durante os próximos 5 anos, conforme aponta um estudo realizado pela Casey Quirk & Associates LLC e divulgado no 7º Congresso Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) de Fundos de Investimento. De acordo com a pesquisa, haverá um salto de 32% na captação líquida (diferença entre aplicações e resgates) entre 2013 e 2017, com a entrada de US$ 340 milhões, enquanto o mercado global deve sofrer retração de 1%.

Essa perspectiva é ditada por dois fatores: a queda da taxa de juros, que corroeu a rentabilidade das aplicações tradicionais, e o crescimento dos fundos de previdência privada, conforme afirmou o sócio da empresa, Daniel Celeghin. Além disso, o estudo aponta que outra tendência é a globalização dos fundos, sendo que metade das gestoras nacionais pretende vender seus fundos no exterior e 31% tem a intenção de desenvolver fundos internacionais para vender no país.

Mudança de foco
A pesquisa ainda aponta que as equipes de investimento estão mudando o foco e devem começar a pensar no longo prazo. “A mentalidade não será diária, passará a ser medida em meses ou até anos”, afirma Celeghin.

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Outro comportamento que deve mudar, segundo o vice-presidente da Anbima e diretor de wealth management do Banco Votoratim, Robert Van Dijk, é o foco dos gestores, que passará dos produtos para os clientes. De acordo com o executivo, isso decorre de um maior conhecimento e educação por parte dos investidores, o que é comprovado pela maior aposta em títulos de previdência complementar, com alto potencial de crescimento. “Cerca de 25% da captação líquida da indústria de fundos, nos últimos cinco anos, vieram da área complementar”, frisa.