Economia faz milionários mudarem estratégia de investimento

Segundo Anbima, segmento de Private Banking tem migrado para investimentos mais arrojados em busca de melhor rentabilidade

Gabriella D'Andréa

Publicidade

SÃO PAULO – Em um ano de quedas consecutivas da taxa de juros (Selic) como foi 2012, os investidores classificados como Private Banking (com investimentos acima de R$ 1 milhão) mudaram a direção de seus investimentos. De acordo com a Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), esses investidores têm preferido produtos menos conservadores, de baixa liquidez e com prazos mais longos.

“O crescimento da alocação em fundos multimercados e produtos estruturados é reflexo dessa nova conjuntura. O segmento já vem se preparando há alguns anos para esse cenário. Inicialmente com a implantação do API (Análise do Perfil do Investidor), que começou em 2009. Agora estamos dando mais um passo relevante, com as exigências de certificação dos profissionais que atuam no Private Banking”, afirma o vice-presidente da Anbima, Celso Scaramuzza.

De acordo com a Anbima, atualmente, 56,2% do capital investido pelos clientes private em fundos esté nos multimercados, bem mais do que a alocação em fundos de renda fixa (15,6%). Os fundos de ações são responsáveis por 7,8% de todo o capital destes investidores na indústria de fundos.

GRATUITO

CNPJ DE FIIS E AÇÕES

Para informar FIIs e ações no IR 2024 é preciso incluir o CNPJ do administrador; baixe a lista completa para facilitar a sua declaração

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Segundo a entidade, como parte dessa preparação para o novo cenário, as instituições aderentes ao Código de Regulação e Melhores Práticas de Private Banking vão começar a se adaptar aos novos requerimentos, que englobam o aumento no número de profissionais com certificação CFP (Certified Financial Planner) e mudanças na política de capacitação profissional dos gerentes.

“Estamos próximos à meta para 2014, com 39,7% dos bankers com CFP, e vamos começar a implementar nas instituições os prazos para a capacitação contínua dos gerentes. Essas ações serão acompanhadas pela equipe de Supervisão da ANBIMA, que neste primeiro momento vai fazer um trabalho de orientação nas instituições”, explica o presidente do Comitê de Private Banking, João Albino.

2012
No ano passado, o volume total de ativos sob gestão no segmento Private chegou a R$ 527,3 bilhões, apontando para um aumento de 21,4% em relação ao ano anterior. Também foi constatado, no mesmo período, um aumento do volume médio de recursos por clientes, passando de R$ 8,7 milhões para R$ 10,8 milhões. Em contrapartida, o número de clientes sofreu uma ligeira queda de 3,6%.

Continua depois da publicidade

Quando analisado por região, o volume de recursos se concentra no Sudeste (79,4%), embora o maior crescimento tenha ocorrido na região Nordeste.

No que diz respeito aos recursos aplicados diretamente em títulos e valores mobiliários, a quantia alocada em renda fixa caiu de 36,7% em 2011 para 31,5% em 2012, enquanto o total alocado em renda variável subiu de 14,5% para 15,8%. Já na indústria de fundos de investimento, os fundos classificados como multimercados foram os que mais receberam aportes, saindo de 43% em 2011 para 46% em 2012, sendo que os do tipo estruturados tiveram a maior taxa de crescimento.

“A distribuição dos recursos, de um modo geral, reflete um momento em direção a alternativas menos conservadoras, que oferecem retornos mais elevados e, por outro lado, mais risco”, ressalta a Anbima.