Os melhores fundos imobiliários para comprar em agosto, segundo analistas; CPTS11 substitui TRXF11

FII BRCO11 alcança 12 meses seguidos na liderança dos fundos mais recomendados e KNCR11 ganha uma indicação

Márcio Anaya

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O Índice de Fundos Imobiliários (Ifix) da Bolsa encerrou julho com alta de 0,66%, retomando o patamar acima de 2.800 pontos. Com o desempenho, o indicador agora está praticamente zerado no ano, com leve valorização de 0,33%. No mesmo período, o Ibovespa acumula perda de 1,6%.

Neste mês, o acompanhamento feito pelo InfoMoney traz como novidade o Capitânia Securities II (CPTS11) entre os fundos imobiliários mais recomendados. O FII recebeu quatro indicações e ocupou o lugar do TRX Real Estate (TRXF11) – que perdeu um apontamento em agosto e deixou a lista de destaques.

Outra mudança foi o ingresso do Kinea Rendimentos Imobiliários (KNCR11) na carteira de uma das corretoras acompanhadas, elevando para cinco o total de escolhas por parte dos analistas – mesma marca do BTG Pactual Logística (BTLG11), que também segue entre os mais citados.

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O Bresco Logística (BRCO11) se mantém com oito indicações e completa 12 meses consecutivos na liderança geral do ranking. O segundo lugar é ocupado pelo CSHG Recebíveis Imobiliários (HGCR11), de forma isolada, com seis recomendações.

Todos os meses, o InfoMoney traz os cinco fundos imobiliários mais indicados nas carteiras elaboradas por dez corretoras. Em caso de empate, são escolhidos aqueles com maior volume médio de negociação nos últimos 12 meses, com base em dados da Economatica, plataforma de informações financeiras.

Veja a seguir os fundos imobiliários preferidos para agosto, o número de recomendações e a rentabilidade de cada papel no mês passado, no acumulado do ano e nos últimos 12 meses:

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Fundo Código Segmento Recomendações Retorno em julho* (%) Retorno em 2022 (%) Retorno em 12 meses* (%)
Bresco Logística BRCO11 Logística 8 2,27 1,36 1,23
CSHG Recebíveis Imobiliários HGCR11 Recebíveis 6 1,00 -1,26 -1,06
BTG Pactual Logística BTLG11 Logística 5 -2,07 -0,38 1,08
Kinea Rendimentos Imobiliários KNCR11 Recebíveis 5 -0,82 5,41 9,12
Capitânia Securities II CPTS11 Recebíveis 4 1,54 7,24 20,71
Ifix (IFIX)   0,66% 0,41% 1,2%

OBS.: A rentabilidade leva em consideração o reinvestimento dos dividendos.
Fontes: Economatica e corretoras (Ativa Investimentos, BB Investimentos, BTG Pactual, Genial, Guide, Itaú BBA, Mirae Asset, Necton, Órama, Santander Corretora e XP)

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Capitânia Securities II (CPTS11)

Com quatro recomendações e maior liquidez frente a concorrentes na mesma posição, o fundo é a principal novidade no rol de destaques do mês.

Maria Fernanda Violatti, analista da XP e uma das responsáveis pelo relatório da Rico Investimentos, comenta que indicadores recentes sugerem que as perspectivas para a inflação seguem desafiadoras.

“Nesse sentindo, entendemos que a carteira do Capitânia tem um perfil defensivo, pois detém 65,2% dos ativos em 38 certificados de recebíveis imobiliários (CRI) marcados ao preço médio de IPCA + 6,39%”, diz a especialista.

Atualmente, o portfólio do fundo conta com 65,8% em CRIs, 34% alocados em cotas de outros fundos imobiliários e 0,3% em caixa. Segundo Maria Fernanda, os ativos de crédito possuem grande diversificação de segmentos e um mix saudável de risco.

Ela observa ainda que os últimos dividendos distribuídos pelo Capitânia Securities giraram em torno de R$ 1,10 por cota, o que representa um dividend yield (retorno com proventos) anualizado de aproximadamente 15%.

Bresco Logística (BRCO11)

O fundo segue como o preferido dos analistas, com oito apontamentos nas carteiras recomendadas para agosto.

Na opinião da Guide Investimentos, o Bresco Logística possui um dos melhores conjuntos de ativos do segmento, mas, apesar disso, tem apresentado desempenho abaixo da média do setor nas últimas semanas, negociando próximo às mínimas históricas.

“Acreditamos que a performance recente, combinada com as diversas iniciativas da gestão voltadas ao crescimento orgânico do portfólio, gerem uma janela de oportunidade atrativa para os investidores”, diz a corretora.

A instituição lembra que o Bresco possui 11 propriedades, com 446 mil metros quadrados de área bruta locável (ABL) e potencial para expansão dessa marca em 6%. “O portfólio do fundo encontra-se com uma receita anual estabilizada de mais de R$ 125 milhões, sendo 35% proveniente de propriedades localizadas na cidade de São Paulo”.

CSHG Recebíveis Imobiliários (HGCR11)

O fundo manteve as seis indicações do último acompanhamento e aparece sozinho na vice-liderança entre os mais citados no mês.

Em relatório, o Itaú BBA destaca que o portfólio do CSHG Recebíveis tem uma concentração maior em CRIs de varejo e ativos indexados ao IPCA (53%), além de contar boa pulverização: são 38 CRIs com garantias reais e apenas um ativo com exposição superior a 5%.

“Considerando a carteira diversificada, qualidade dos ativos e boa previsibilidade na geração de caixa, acreditamos que o CSHG Recebíveis é uma opção de investimento interessante”, afirma a instituição.

O banco lembra ainda que o FII não possui nenhum tipo de alavancagem e, segundo o último relatório gerencial, não pretende realizar operações compromissadas no curto prazo.

Pelos cálculos do Itaú BBA, levando em conta o último rendimento de R$ 1,20 por cota e os preços atuais, o retorno anualizado com dividendos do fundo está em 13,9%.

Kinea Rendimentos Imobiliários (KNCR11)

Com a estreia na seleção da BB Investimentos, o fundo totaliza cinco recomendações e figura entre os destaques de agosto empatado com o BTG Pactual Logística.

A corretora do BB ressalta que, nos últimos meses, o Kinea Rendimentos vem aumentando gradualmente o volume de dividendos pagos. Para agosto, já foi anunciada uma distribuição de R$ 1,15 por cota, o que representa um retorno anualizado de cerca de 13,5%.

“Nossa recomendação para fundo está em linha com o cenário macroeconômico que vem se desenhando para os próximos meses, de queda gradual da inflação e manutenção dos juros em patamares mais elevados”, diz a instituição.

Tal ambiente, segundo o BB, tende a favorecer os fundos de papel com maior exposição ao CDI, como é o caso do Kinea Rendimentos.

BTG Pactual Logística (BTLG11)

O fundo também foi escolhido por cinco instituições nas carteiras indicadas para este mês.

Em sua análise, a Santander Corretora observa que o BTG Pactual Logística diminuiu recentemente sua alavancagem financeira, com um pré-pagamento de CRIs atrelados ao CDI no valor de R$ 54,3 milhões.

“A gestora estima que a liquidação gere uma redução da despesa financeira de, aproximadamente, de R$ 0,05 por cota nos rendimentos no fundo, em comparação com o mês de junho de 2022”, diz fato relevante divulgado ao mercado.

O Santander destaca também outras duas notícias importantes: a locação de 100% do galpão Hortolândia e a renovação por cinco anos do contrato relativo ao galpão Ribeirão Preto, ambos em São Paulo.

No primeiro caso, o negócio envolve a multinacional John Deere e, conforme relatório do BTG Pactual Logística, “o preço fechado foi 30% acima da média do parque e com multas fortes”, dadas as particularidades da transação. Com o acerto, a vacância financeira do fundo diminuiu de 3% para 0,7%.

O outro compromisso foi celebrado com a Pepsico Brasil, por um valor 20% maior do que vinha sendo praticado, diz o administrador do portfólio. “Ribeirão Preto tem sido uma das praças que melhor tem respondido à implementação da tese de aquisição do fundo”, afirma o relatório, detalhando que, em um ano, 25% dos contratos foram revisados para patamares superiores – em 21,8%, na média.

O que observar em agosto

Após mais uma elevação na taxa básica de juros (Selic), que nesta semana avançou 0,5 ponto percentual, para 13,75% ao ano, o mercado agora espera sinais mais claros sobre um possível fim do ciclo de aperto monetário.

Na próxima terça-feira (9), será divulgado o índice oficial de inflação do país (IPCA) correspondente a julho. A prévia do indicador (IPCA-15) no período mostrou alta de 0,13%, a menor variação mensal desde junho de 2020 (0,02%), alcançando 5,79% no acumulado de sete meses. Em junho, o IPCA-15 havia subido 0,69%.

No caso do IGP-M, chamado de “inflação do aluguel”, o avanço foi de 0,21% em julho, ante 0,59% no mês anterior. Com o resultado, o índice acumula alta de 8,39% no ano.

Outro parâmetro bastante observado no mercado imobiliário é o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), que subiu 1,16% em julho, bem menos do que no período imediatamente anterior (2,81%). A diferença se deve principalmente ao item “mão de obra”, que variou 1,76%, ante 4,37% em junho. O INCC registra aumento de 8,44% no ano, até julho, e de 11,66% em 12 meses.

Márcio Anaya

Jornalista colaborador do InfoMoney