FIIs com muitos cotistas têm menos chance de conseguir realizar assembleia, aponta CVM

Regulação atual exige que pelo menos 25% do poder votante esteja presente para que uma assembleia possa ser realizada

Paulo Barros

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Fundos imobiliários com maior número de cotistas têm menos chances de conseguir realizar assembleias do que FIIs menores, aponta estudo da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) divulgado nesta quarta-feira (31). Levantamento com dados de 2020 a 2022 mostra que fundos com mais de 10 mil cotistas falharam em atingir o quórum mínimo de 25% em 40% das vezes, bem mais que a taxa de insucesso de 27% quando considerados todos os fundos com pelo menos 500 investidores.

Segundo a CVM, não é possível afirmar que apenas o número mais alto de cotistas seja motivo da maior dificuldade em realizar assembleias, já que os insucessos se concentraram em matérias mais sensíveis, como alterações no regulamento dos fundos ou aprovação de transações com potencial conflito de interesses. No entanto, afirma a autarquia, a diferença dos fundos maiores em relação à média não é desprezível.

“A indústria possui, hoje, dois grupos bem delimitados: o dos fundos com até 10.000 cotistas e os fundos com mais de 10.000”, aponta o estudo. Para a CVM, os números não sugerem um problema na regulação atual, que exige 25% de quórum para a realização de assembleias. No entanto, em uma simulação com piso mínimo de 15%, a taxa de insucesso dos fundos grandes cai para menos de 10% das assembleias.

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A marca de 10 mil cotistas é um passado distante para o maior fundo imobiliário do país, o Maxi Renda (MXRF11). Em janeiro, o FII superou a marca de um milhão de cotistas, uma fatia considerável do universo de, 2,5 milhões de brasileiros que investem na classe de ativos. O segundo colocado é o CSHG Logística (HGLG11), com 441 mil cotistas.

Paulo Barros

Editor de Investimentos